Capítulo 21-Junior-Nossas atitudes é que definem o nosso futuro

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Ajeitei meu terno e caminhei até a entrada do restaurante extremamente impaciente. Eu tentava manter controle. Eu era bom nisso, havia aprendido a duras penas com a vida que na maioria das vezes, agir por impulso não traz consigo boas decisões. Então eu estava tentando, mas Emilly estava tornando tudo mais difícil.

Muito difícil

― Sr. Bennet, é um prazer recebê-lo ―A moça me disse assim que cheguei à entrada ― Venha, vou acompanhá-lo até uma mesa.
— Estou a espera do Sr. Leives, ele já está aqui?— Perguntei e ela assentiu.
— Sim, o Sr. Leives já chegou. — Ela disse —Venha, vou acompanhá-lo até lá.

Caminhei com ela por entre as mesa, e  pouco antes de alcançarmos a mesa em que Samuel estava, eu via quando o furacão loiro dobrou em direção ao banheiro. Agradeci a maitrê, e após dispensá-la, segui na mesma direção de Emilly. Ignorando os olhares ávidos e sequiosos sobre mim, adentrei o pequeno corredor que dava acesso aos sanitários. E em meio a minha caminhada, me perguntei por que diabos estava me dando o trabalho de ir atrás daquela diaba que me aproximava dos meus erros e defeitos. Talvez fosse porque Emilly havia mudado drasticamente, e agora era visceral e sincera, uma mulher real como nunca tive. E eu queria desesperadamente beijar aquela pele macia. Queria sentir novamente o ardor que foi sua língua na minha. Queria apertar seu quadril contra o meu, enquanto me afundava nela e ouvia meu nome saindo daqueles lábios perfeitos.

Envolvido?

Não. Excitado, talvez. Um pouco mais desejoso do que gostaria, mas não envolvido. Eu não tinha envolvimentos amorosos em minha vida, e não deixaria Emilly modificar as coisas.

Eu sabia bem meus limites, e tinha decidido não brincar com eles há muito tempo.

Parei em frente a porta do banheiro feminino e olhei em minha volta, percebendo o ambiente silencioso, no corredor estava apenas um moleque da limpeza que havia acabado de sair do banheiro ao lado e pegou os cones que estavam em frente a porta, denotando manutenção.

— Hei, companheiro. Você pode me da uma ajuda?

O garoto nem me olhou e continuou o seu caminho, passando por mim.

― Ah! O que é isso? Uma ajuda. Eu pago. —Eu disse meio risonho, tentando não parecer ameaçador.

Ele parou, ainda sem virar.

— De quanto estamos falando?
— Cem?

Ele balançou a cabeça e fez menção de voltar sua caminhada.

— Cento e vinte?
—  Você acha que sou otario? Apenas pelo fato de estar aqui, eu sei que é montado na grana. — Ele disse, se virando em minha direção.— Você pode muito bem pagar mais.
— Cento e cinquenta, minha última oferta. — Declarei.
— Duzentos e cinquenta— Tentou
— Um caralho! — Chiei — Cento e cinquenta  ou pode arrastar a sua bunda daqui.
— Ih mano, vocês ricão são mesmo uns mão de vaca— Ele resmungou vindo  até mim. — Qual é a fita?
— Preciso que interdite esse banheiro  e não deixar ninguém passar por essa porta — Indiquei o banheiro feminino e ele me encarou por alguns instantes como se eu fosse um lunático.
— Mano, você tá ligado que é um banheiro feminino, não tá?
— Sim.
— Nem se eu tivesse poderes especiais eu iria conseguir impedir que uma mulher entre aí.
— Use os cones como usou no outro banheiro.

Ele me encara duramente por mais alguns segundos.

— O que você vai fazer no banheiro feminino?
— Nada que seja da sua conta. — Rebati, colocando a mão na maçaneta, mas antes de abrir a porta, eu avisei — Apenas não deixe ninguém entrar.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now