Capítulo 10-Junior- Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

2.5K 288 26
                                    

Servi uma dose de uísque em um copo e me encostei ao aparador da janela, observando com admiração quando minha sobrinha interage com Emilly como se ela a conhecesse toda a sua vida. Eu deveria estar olhando para as árvores verdejantes ao meu redor. Eu deveria pensar nos assuntos da empresa  para ocupar a minha maldita mente, mas não importa o quanto eu tente, Emilly está funcionando como ímã de globo ocular. Eu já me peguei meia dúzia de vezes olhando para ela, meu pau se contorcendo sob o meu zíper como um adolescente excitado.

Cristo, qual era o problema comigo?

Não havia nada de elegante na nova personalidade atrevida dela, mas ainda assim ela me instigava como nunca alguém havia feito. Por mais que tentasse negar, eu gostava de como ela rebatia minhas provocações. Divertia-me a maneira como ficava mais arredia e sarcástica, conforme eu a irritava. Isso certamente funcionava como preliminares sexuais para mim. Enquanto ela me lançava verdadeiros punhais verbais, eu queria tocar aquela pele macia. Queria sentir o calor de sua língua na minha. Queria apertar seu quadril contra o meu, enquanto me afundava nela.

Pela primeira vez, eu queria foder com Emilly Cooper como um animal selvagem .

— Prefira o caminho mais simples, e não pense muito.

Nicolas se materializou ao meu lado tão rápido que eu quase  engasguei com o líquido.

— Quanto mais cedo aceitar, menos doloroso será.
— Não sei do que você está falando.

Bebi outro gole do meu uísque, encarando Nicolas.

— Estou preocupado com você.—Ele  sentou-se na poltrona, cruzou as pernas displicentemente e sorriu.
— Não precisa, eu estou bem. —Terminei meu uísque em uma golada só.

Não iria perguntar por que ele se preocupava comigo, porque eu tinha uma breve ideia da razão.

— Eu conheço você bem demais, Junior—Ele disse e eu levantei uma sobrancelha em sua direção.— Me conte a verdade.—Exigiu. Eu quase sorri e então ele continuou. — Me conte o motivo dessa farsa pois tenho certeza que não foi para impressionar Emma.
— Você é um bastando muito curioso, Nicolas.

Suspirei antes de começar.

— Assim que cheguei a São Paulo, eu consegui comprar uma pequena porcentagem das ações de uma empresa de joias. Lá eu conheci o CEO, Noah Cooper, pai de Emilly. E com ajuda dele, eu fui crescendo lá dentro. Seis meses depois, ele teve uma parada cardíaca. Quando recebeu alta do hospital, o médico disse que ele precisava se afastar do trabalho, então ele precisava de um sucessor. Seu sobrinho assumiu a presidência temporariamente, mas Noah não gostava da ideia. Foi quando ele propôs que eu me  casasse com Emilly. Segundo o contrato, depois da união, os 60% por cento das ações dele passam a ser meu e de Emilly, eu terei metade da empresa e ainda irei me tornar o CEO definitivo. —Concluir com uma frieza já típica.

Nicolas ficou calado por um tempo e eu imaginei que estivesse processando a situação.

— Você sabe que não precisa disso.—Disse finalmente.
— Você não vai entender.—Respondi irritado— Você me conhece, sabe como eu sou. E vamos combinar que não foi uma proposta irrecusável.

Estreitei meus olhos para ele.

— Não a nada de ilegal aceitar. Depois do casamento eu serei o novo CEO e a família de Emilly ainda terá poder na empresa quando nos separarmos. Pronto, fim da história. Ambos os lados saem ganhando.
— Você sabe que o único que sairá ganhando é você. —Disse e fugi dos olhos dele.— O caralho da empresa é de Emilly por direito, você está sendo desonesto em continuar com essa porra!
— Não há nada de desonesto querer subir na vida. O pai dela quis assim, Nicolas. Emilly está pouco se fodendo para a empresa da família. Ela só quer o dinheiro, e isso eu vou lhe dar. Ela será a dona de metade, tem direito aos lucros.
— Ela não parece ser esse tipo de mulher. 
— Não se julga um livro pela capa.
— Mas já nas primeiras páginas podemos ver o qual incrível ele é. E você irá perder seu livro premiado.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now