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No dia seguinte.

S/N:

    Recebo alta do hospital pela manhã e sigo de volta para a minha casa. Por algum motivo não tive pesadelos, o que está me deixando muito contente. Eu sabia que um dia eles iriam acabar., comemorei comigo mesma.

    Mito não falou mais comigo desde que contei um pouco da minha história. Eu a entendo e por isso não vou forçar a barra com ela. Somos amigas, mas ela não tem a obrigação de perdoar a minha mentira. No lugar dela, numa época de guerra e tendo o seu marido como hokage, cercados de inimigos, eu também desconfiaria de uma garota como eu.
    Agora, o meu futuro nesta aldeia está nas mãos dela.

    Chego em casa, percebo que a geladeira está vazia e decido sair para comprar algumas coisas. Pego meu dinheiro e saio de casa novamente, partindo rumo ao mercado que há aqui perto. No caminho, encontro a dona da floricultura onde eu trabalhava: a senhora Keiko.

- Bom dia, senhora Keiko! -digo, me aproximando dela.

- Bom dia, querida. -sorriu. - Você está melhor?

- Ahn... estou. -arqueio uma sobrancelha. - Por quê?

- Vimos você chegar ontem nos braços do Madara-sama. -comentou. Fofoqueiros!

- Eu cheguei? -arregalo minimamente os olhos.

- Você tem treinado muito, não é? -ele acaricia o meu braço.

- Sim, e estou tendo ótimos resultados. -dou um largo sorriso, orgulhosa.

- Essa vila estará ainda mais protegida quando você estiver dominando as técnicas, querida. -elogiou. - Sei que é capaz.

- Obrigada, senhora Keiko. -agradeço, dando um sorrisão genuíno e orgulhoso.

   Não entendi o porquê da velhota ter decidido me elogiar agora, mas isso melhorou o meu dia. Ela sempre me agradou pois queria que eu me casasse com o neto dela, mas os dois sabem que isso não vai acontecer.

    Realmente, eu não entendo o porquê de estar tão interessada nos treinos. Quando cheguei em Konoha, eu não estava planejando treinar e nem me envolver com nada relacionado ao mundo ninja ou batalhas, porém agora as coisas estão diferentes. Eu me imagino lutando, dominando jutsus, ajudando pessoas, ganhando o reconhecimento que nunca tive e isso me motiva a aprender mais.

    E por um lado, minha irmã estaria mais orgulhosa em me ver continuando o que ela começou, do que sentada plantando cenouras como a nossa família sempre fez. Não acho certo que a minha irmã tenha morrido em vão. Se eu não continuar por ela, quem vai?

• • •

    Chego em casa com algumas compras e guardo tudo de qualquer jeito nos armários. Deve ser umas onze da manhã e eu já estou com fome, então decido preparar algo para comer. Antes disso, tomo banho, escovo os dentes e coloco uma roupa confortável e casual, para o caso de haver algum imprevisto, então sigo para a cozinha para tomar o meu cafe da manhã.

    Estou terminando de comer quando ouço batidas na minha porta. Quem deve ser?, penso. Eu nunca recebo ninguém aqui.
    Levanto-me e vou atender.

- Por que não foi ao treino? -a face zangada de Tobirama entra no meu campo de visão assim que abro a porta.

- Bom dia? -dou um sorrisinho amarelo.

- Responda. -ordena.

- Eu hein, você não me avisou que iríamos treinar. -cruzo os braços e fecho os olhos, erguendo o nariz e apoiando meu peso em uma das pernas. - Não tenho bola de cristal.

- E se eu tivesse uma, quebraria nessa sua cabeça oca. -cerra as sobrancelhas.

    Tobirama simplesmente passa por mim e entra na minha casa sem nem pedir licença. Aquilo me deixa mais irritada do que eu já estava. Viro-me para ele e continuo de braços cruzados, porém agora com uma expressão zangada e batendo meu pé no chão impacientemente.

- Você não era educado? -ironizei.

- É assim que eu me sinto quando você responde de maneira tão petulante. -deu de ombros e começou a andar pela casa, analisando cada parte.

    Então ele quer me provocar?
   Hum...
    Vai se irritar sozinho. Eu nem me importo tanto assim com falta de educação mesmo., penso, dando de ombros e fechando a porta atrás de mim.

    Tobirama fica confuso com a minha reação, provavelmente pensou que eu reagiria mal. Ele nem imagina o quão mais irritante eu ainda consigo ser.

- Se você queria tomar café, não precisava ter vergonha, era só me pedir. -reviro os olhos, sentando-me à mesa e voltando a comer.

- O quê? -ele pisca algumas vezes, perdendo a postura de malvado por uns instantes. - Eu não estou com fome.

- Qual é, mestre Tobirama, não precisa ficar tímido. -dou um risinho travesso. - Vai, toma um pouco de café.

- Garota, eu não quero! -ele arregalou os olhos e continuou com as sobrancelhas cerradas, parece não estar acreditando na minha reação mas ainda quer parecer sério.

- Argh! -estalo a língua e pego um pedaço de omelete. - Vou ter que servir para você aceitar?

- Eu já disse que não quero! -ele fica um pouco frustrado e caminha até a porta. - Termina isso logo e vamos, estou esperando você lá fora. -finaliza, saindo.

    Dou uma risadinha abusada e vitoriosa assim que ele sai. É tão fácil tirar ele do sério, ele fica todo bravinho e tentando disfarçar.
    Engulo o meu café apressadamente e trato de sair logo ao encontro de Tobirama, antes que o estresse dele comigo fique mais pessoal e tenso.

feiticeira • entre uchihas e senjusWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu