• desencontros •

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S/N:

    Passo um tempo ouvindo Itsuki me falar sobre Izuna e falando sobre a minha missão. A principal qualidade da nossa amizade é o poder e leveza de ouvir o outro, mesmo que o assunto não tenha muito a ver com ambos.

    Uma silhueta esguia aparece na porta do quarto, atrás de Itsuki. É Tobirama, parecendo um pouco envergonhado. Meu coração bate forte no peito, pois eu não esperava que justamente ele viria aqui agora.

— Você quer que eu saia? -Itsuki perguntou, me olhando.

— Acho que o Senju quer uma conversa mais privada, estou certa? -olhei para o mais alto de nós três.

— Sim. -ele assentiu.

— Quando ele sair, eu volto. -Itsuki garantiu, levantando e se retirando do quarto.

    Tobirama se aproxima em passos cautelosos, como se no fundo condenasse à si mesmo por ter vindo, mas sem ter como voltar atrás. Sorri reconfortante, convidando ele para sentar na cadeira ao lado da minha cama.

— Como está a sua perna? -ele perguntou.

— Está faltando. -brinquei. — Mas eu estou bem.

— Espero que a prótese dê certo.

— Vai dar. -respondi, confiante.

    Um silêncio incômodo se fez presente por alguns minutos. Olho de relance para o Senju, que está com as pernas afastadas, os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça baixa enquanto esfrega uma mão na outra. Não deixo de reparar no quão bonito ele é, mas além disso, não consigo sentir mais nada do que um dia pensei que sentia.

— Não pensei que você viria. -comentei, quebrando o silêncio.

— Consegui vir antes dos outros. -respondeu sem me olhar. — Muitas pessoas querem ver você, então pedi para que Mito me avisasse antes de todos quando você acordasse.

— Hum. -ergui as sobrancelhas. — Presumo que tem algo para me dizer.

— Eu estou orgulhoso da mulher que você se tornou. -finalmente disse, me olhando. — Não é como se você precisasse da minha aprovação, mas não pude deixar de dizer isso.

— Obrigada. -sorri fechado, esperando que ele prosseguisse.

— Eu tentei ignorar você nesses dias, mas quando recebi a notícia de que você quase morreu, me imaginei numa situação em que você realmente tivesse morrido. -continuou, voltando a baixar a cabeça. — Eu me considerei estúpido por um momento. Estive fazendo birra como uma criança.

— Não diga isso, não está certo. -pedi.

— Você é uma boa mulher, S/n, mesmo que não seja minha. -me olhou no fundo dos olhos. — É uma pena que não tenha sido, mas de qualquer forma, não quero qualquer inimizade com você.

— E nem eu com você. -respondi. — Por favor, vá direto ao ponto. -peço, já nervosa.

— Eu entrei com um projeto de criar uma academia de treinamento para as crianças que quiserem seguir carreira como shinobi. -explicou. — Ainda não construímos, na verdade estamos organizando os detalhes, mas eu pensei que talvez você quisesse matricular o Koji na primeira turma.

— Você não parecia muito amigável sobre ele da última vez que nos falamos. -lembrei.

— Quero me redimir por isso. -garantiu. — De qualquer maneira, ele é apenas uma criança e não é um Uchiha de sangue puro. Eu perdi dois irmãos na guerra e errei em ter ameaçado o seu sobrinho.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora