• barraco •

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S/N:

    Acordo com frio. O verão já está indo embora e as tardes quentes também. Levanto-me para pegar uma coberta quando olho no relógio e percebo que já é mais de meio dia. Minha barriga está roncando, não comi nada desde ontem.

    Vou até os armários na cozinha e vejo que não tem nada para comer e o que tinha já estragou. Faço uma careta e suspiro.

— Mas que droga! -xingo baixo. — Eu trabalho e nunca tenho dinheiro.

    Vou até o meu guarda-roupas na gaveta que guardo o meu pagamento, mas só tem o suficiente para uma refeição. Solto um pouco de ar dos pulmões, fechando os olhos e aceitando a vida de pobre que nasci para ter.

— Preciso trabalhar. -penso alto.

    Pego uma roupa quente e confortável e decido ir até o hokage para pedir alguma missão. Não adianta ficar em casa descansando e sem dinheiro, preciso me movimentar para me sustentar. Por mais que Tobirama seja rico, ele não vai me bancar e eu não aceitaria nem se ele quisesse. Preciso ir atrás do meu próprio dinheiro.

    Guardo os trocados que sobraram para comprar comida mais tarde e saio de casa rumo ao QG do hokage. Estou com saudades dele e de Mito principalmente. Aposto que ela vai querer saber tudo o que rolou durante a minha missão erótica com o Senju.

   

• • •


  Bato na porta de Hashirama e logo ouço a sua voz me permitindo entrar. Assim que adentro o escritório, vejo Mito de pé ao lado da cadeira do seu marido, carregando uma expressão preocupada. Em frente à mesa está Tobirama, que não fez questão nem de se virar quando entrei.

— Oi. -murmuro, fechando a porta atrás de mim. — Aconteceu alguma coisa?

    Me aproximo deles, mas ninguém diz nada. Faço uma careta e cruzo os braços, apoiando meu peso em uma das pernas. Alterno meu olhar entre os rostos de cada um, mas ninguém diz nada. Que ódio!

— Alguém vai me dizer o que houve? -perguntei impaciente. — Sensei? -olhei para Mito, que negou com a cabeça, em silêncio. — Shodaime? -Hashirama fez o mesmo sinal. — Tobirama? -encosto no seu ombro, mas ele se esquiva com brutalidade.

    Fico pairando com a mão no ar, tentando processar aquela reação tão repentina. Meu coração dispara por um segundo e eu engulo a saliva com dificuldade, como se a minha garganta tivesse secado. Será que mesmo sem perceber eu fiz alguma burrada? Não me surpreenderia.

    A porta do escritório é aberta abruptamente por Madara, que para de andar assim que percebe o clima pesado que está aqui dentro. Olho de soslaio para ele, mas não digo nada. Ele se aproxima em passos lentos e com uma expressão de confusão.

— Quem foi que morreu? -perguntou.

— Também queria saber. -cruzo os braços e fecho os olhos, erguendo o maxilar. estou ficando irritada.

— S/n... -o hokage finalmente se pronuncia, prendendo minha atenção. — Eu acabei me enganando e fazendo algo sem consultar você primeiro. -dá um risinho visivelmente nervoso.

— Me consultar? -cerro o cenho, confusa. — Por que você teria que me consultar para algo? Você é literalmente o líder da vila.

— É sobre a sua história, e o seu kekkei genkai. -disparou.

    Arregalo os olhos automaticamente. Ele está ficando louco? Será que não viu que o irmão dele está aqui? Olho de soslaio para Mito, que parece mais aborrecida do que eu. Até mesmo Madara está prestando atenção em tudo, pois não acho que esteja entendendo alguma coisa.

— Sh-odaime... -gaguejo sem querer e finjo uma tosse para disfarçar. — Do que você está falando? -dou um risinho nervoso, olhando de canto de olho para Tobirama.

Isso vai ser bom. -ouço Madara falar baixinho enquanto senta no sofá de canto do escritório.

    Meu corpo inteiro parece congelar e tremer. Se eu não precisasse encarar a situação, certamente fingiria um desmaio. E se eu fingir mesmo? Não vai colar com eles.

— Por que você não dá o fora? -pergunto para Madara, irritada.

— Ele não precisa sair, afinal, ele sabe disso há muito mais tempo do que eu, não é? -Tobirama finalmente se pronunciou.

— Inclusive, ela estava comigo quando despertou aqueles lindos olhos de gatinha. -o Uchiha provocou.

— Madara! -Mito repreendeu, fazendo sinal para que ele ficasse calado.

— Você viu, estão zombando de mim. -Tobirama riu incrédulo. — Por que não me contou, garota? Quem mais sabe disso?

— Só vocês. -respondi rápido. — E o Izuna. -acrescentei, respirando fundo. — E os anciãos. -finalizei.

— Patético! -Madara gargalhou, se colocando de pé. — Vou até sair para não dar palco à essa vergonha.

— É um favor. -rebati.

— Vê se conta tudo, gata. -ele abriu a porta do escritório. — Não esquece de falar daquele dia que você dormiu... bem... você sabe. -ele me lançou uma piscadinha e saiu do local.

    Maldito Uchiha!

— Dormiu? -Tobirama perguntou.

— É. -dei um risinho sem jeito e cocei a nuca. — Só dormi mesmo.

— Onde? -perguntou Hashirama, curioso.

— Hashirama! -Mito o repreendeu, dando um tapa na cabeça dele.

— Dormiu com o Uchiha? -Tobirama questionou, cerrando as sobrancelhas.

— Só dormi mesmo, nada demais. -sorri desconcertada.

    Como eu queria dominar o doton e enfiar a cabeça embaixo de um monte de terra agora.





feiticeira • entre uchihas e senjusWhere stories live. Discover now