• madrinha •

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S/N:

— Mas me conta, o que tem no pergaminho? -perguntei para Mito assim que paramos de correr e voltamos a nos sentar.

— É um convite, mas você vai gostar. -ela me entrega o objeto novamente.

    Solto a fita e desenrolo o papel, lendo atentamente o conteúdo. É um convite para madrinha... de um bebê?

— Você... -murmuro enquanto meu cérebro processa a informação. — Você está grávida?

— Sim! -ela sorri com os olhos fechados, levando as mãos à barriga.

— Parabéns! -me aproximo e dou um abraço rápido nela, que está visivelmente emocionada. — Estava correndo daquele jeito mesmo grávida?

— Eu sou uma kunoichi forte, não é uma corridinha ou esforcinho que vão machucar o bebê. -ela fecha a mão em punho, falando orgulhosa.

— Não garanto que vou ser um exemplo de madrinha, mas vou tentar. -dou um sorriso travesso.

— Tem mais uma coisa. -ela sorri maliciosa. — Tobirama vai ser o seu par, Hashirama escolheu ele como padrinho.

— E você não gostou nada da idéia, não é? -ironizei.

— Ninguém me convidou. -uma voz masculina se faz presente.

    Que mania eles têm de chegar em silêncio e sem avisar., pensei.

— A escolha dos padrinhos foi feita pelo Hashirama, talvez ele te escolha também. -disse Mito.

— Fico lisonjeado, mas não sou bom com crianças. -Madara respondeu.

    O Uchiha se aproximou de nós, parando ao nosso lado. Mito não parecia preocupada com a presença dele, mas por que eu acho que ele veio falar justamente comigo?

— Vou dizer ao meu marido que você aceitou. -a Uzumaki se colocou de pé. — Vejo você mais tarde. -se despediu de mim, dando as costas e saindo.

    Péssimo momento para me deixar sozinha com esse Uchiha.

— Também vou indo. -levantei.

— Espera aí, eu acabei de chegar. -ele se coloca na minha frente.

    Encaro seu rosto e desço o olhar para o seu peito, respirando fundo em seguida. Volto meu olhar para o seu rosto novamente.

— O que você quer? -perguntei.

— Conversei com os anciãos, sobre o seu doujutsu.

— Não superou isso ainda? -cruzei os braços.

— E não vou tão cedo. -acrescentou, com um sorriso enigmático no rosto. — Descobri algumas coisas, posso treinar esse novo poder com você.

— Eu não vou treinar nada com você! -protestei.

— E por que não?

— Porque você só quer usar isso para benefício próprio.

— E você não? -ele gargalhou com ironia. — Se você não controlar esse poder, ele cresce ao ponto de consumir você. E você não quer ficar malvada como eu, quer?

— Posso treinar com outra pessoa. -dei de ombros.

— Quem? -ele revirou os olhos. — Sua mestre está grávida, vai fazer uma pausa. Tobirama odeia quem possui esse tipo de poder, principalmente os amaldiçoados.

— Ele não precisa saber. -cerro o cenho. — Posso me virar sozinha.

— É muito perigoso. -ele estala a língua. — Se você não treinar comigo, vou ter que contar para o seu amiguinho Senju sobre isso. E sobre a sua maldição também. -ameaçou num tom falso de inocência.

— Você não faria isso. -rosnei.

— Ah, querida. Com certeza eu faria.

    Encaro Madara mortalmente, pensando em mil maneiras de acabar com ele. Ele, por outro lado, está despreocupado e me encarando com expressão vitoriosa. Fecho a cara e viro o rosto, erguendo o maxilar. Por que eu tive que despertar esse poder justamente quando ele estava perto?, que ódio!

— Te dou uns dias para pensar. -ele disse. — Mas garanto que vai se descuidar e precisar de mim antes do prazo.

— Duvido! -falei firme. — Não preciso de você!

— Ah, gatinha. Você vai me procurar. -sorriu maldoso e deu as costas, saindo.

    Quando Madara já estava um pouco afastado, ergui meu dedo médio em sua direção, desejando mandar ele para todos os lugares possíveis.

    Volto a sentar na margem do rio e coloco meus pés na água. O sol já está ficando fraco, então decido finalmente ter o meu tempo sozinha. Desta vez, espero que não haja interrupções.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora