• c a o s •

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NARRAÇÃO:

    S/n tentava lutar contra os seus próprios instintos, mas sabia que não conseguiria viver se deixasse a sua irmã naquela condição precária no leito de morte. Se fosse para matá-la, a garota optaria por um confronto de igual para igual e não pela covardia de deixar Amaya apodrecendo em uma cama sem conseguir se defender.

    Por sorte, S/n tinha o dom divino de não se deixar afetar pela maré de azar e problemas que a cercava com insistência. A garota seguiu até a biblioteca e se afundou nos seus livros, buscando alguma informação ou pelo menos uma dica sobre o que fazer para ajudar a irmã mais velha.

    Enquanto isso, Amaya só sabia chorar compulsivamente na banheira. Estava triste por estar morrendo e mais triste ainda por ter ceifado a própria vida em busca de um poder inalcançável e enganoso. Tudo o que ela precisava para ser feliz sempre esteve bem na frente dos seus olhos, mas sem saber se controlar, buscou por mais e agora estava morrendo sem possuir absolutamente nada de valor.

    Por conta da sua extrema fraqueza, Amaya estava desistindo de manter até os menores feitiços que a mantinham conectada com a feitiçaria. Simplesmente todo o castelo era controlado por magia. Os funcionários, as plantas que nunca morriam e até os doentes. Ninguém nunca se revoltou ou sequer tentou ir embora pois todos estavam enfeitiçados e sendo controlados por ela durante todo esse tempo.

    Ela desmaiou, já sem forças, rompendo assim todo e qualquer rastro de magia conectados ao seu corpo. Neste momento, todos os funcionários do castelo tiveram um baque e recobraram a consciência, livre arbítrio e memórias das suas vidas antes de estarem ali.

    Eles se entreolhavam em pura confusão e a atmosfera tensa e pesada pôde ser sentida até mesmo por S/n, que estava distante e alheia da situação. O seu doujutsu se ativou automaticamente e ela pôde ver a névoa de energias ruins que começou a se espalhar pela casa. O seu coração disparou imediatamente.

— S/n! -Itsuki entrou correndo na biblioteca, apavorado. — Os funcionários estão brigando muito lá fora.

— O que houve? -ela correu até o mordomo.

— Eu não sei, de repente tudo ficou estranho. -ele estava quase chorando.

— Calma, Itsuki, eu vou concertar. -a garota garantiu.

    A adrenalina começou a correr pelo corpo de S/n e ela saiu da biblioteca direto para o andar de baixo. O castelo tinha três andares, a biblioteca ficava no último, os quartos no segundo e o restante no primeiro.

    Assim que chegou no andar dos quartos, ouviu-se gritos vindo do dormitório da sua irmã. S/n imediatamente entrou acompanhada pelo mordomo e encontrou a empregada responsável por Koji gritando e empurrando a cabeça de Amaya para dentro da água da banheira.

Desgraçada... -a garota rosnou e segurou a roupa da mulher, atirando-a para fora do banheiro como se fosse um saco de batatas.

— Meu Kami, o que eu faço? -a voz de Itsuki saiu fina pelo pânico momentâneo.

— Vai buscar o Koji. -S/n ordenou.

    Ela removeu Amaya da banheira e a deixou deitada no chão. Seu corpo estava gélido e ela estava mole, sem vestígios de consciência e com o pulso fraco.

— Não, por favor. -S/n falava consigo mesma. — Eu simplesmente não vou aguentar se você morrer, irmã. Acorda!

    Dando tapinhas no rosto de Amaya e percebendo que não estava adiantando nada, a garota iniciou uma massagem cardíaca enquanto utilizava o ninjutsu médico para tentar de qualquer forma deixar a sua irmã viva.

    Nada parecia funcionar naquele momento, pois não se sabia nada sobre aquela doença e consequentemente também não havia qualquer solução. Foi então que a garota teve uma ideia desesperada, mas que naquele momento parecia a melhor coisa a se fazer.

— Vamos para Konoha, irmã. -ela disse, acariciando o rosto de Amaya. — Lá eu posso te ajudar.

    S/n pegou a irmã no colo e a enrolou em uma toalha como se estivesse carregando uma criança pequena. Sons de vidro se quebrando e gritaria eram ouvidos vindo do andar de baixo. O cenário caótico obrigou a garota a deixar Amaya na cama e descer para tentar resolver toda aquela bagunça.

    Após sair do quarto e trancar a porta para garantir o mínimo de segurança para a sua irmã, S/n desceu as escadas e se deparou com uma cena assustadora. As pessoas estavam praticamente tentando se matar sem escrúpulos e sem se importar com os mais fracos que haviam ali.

— ESCUTEM AQUI! -ela deu um soco no chão, destruindo parte do salão principal onde todos estavam.

    Um silêncio mortal se fez presente enquanto todos a olhavam, ofegantes. Algumas senhoras e senhores mais velhos estavam chorando e se escondendo dos mais novos que estavam transtornados há alguns segundos atrás.

— Com calma eu quero todos fora daqui. -S/n ordenou com a respiração irregular por conta da raiva. — Digam que eu mandei abrirem os portões e sumam daqui!

— Mas, senhora... -um dos guardas ia falar, mas foi interrompido por um grito furioso.

— FORA! TODO MUNDO! -a garota repetiu.

    Aos poucos, todos obedeceram e se retiraram do salão. A briga continuaria do lado de fora, mas isso não seria mais problema dela. Logo, Itsuki se aproximou com Koji no colo.

— Ele estava escondido. -disse o mordomo.

— Espere nos fundos, vamos embora. -S/n avisou.

    Itsuki não questionou, apenas obedeceu e saiu sem nem levar roupas. Enquanto isso, a garota seguiu até o quarto de Amaya e enrolou um cobertor no corpo quase morto da irmã, que só estava viva ainda pois existia muita vontade de viver dentro do seu coração.

— Aguenta só mais alguns dias, você aguentou até aqui. -S/n pediu.

    Era triste ter que deixar todas aquelas pessoas perturbadas para trás, mas a garota já havia perdido muito tempo da sua vida cuidando dos desconhecidos. Ela deixou dois clones para tomar conta de tudo e saiu escondida do castelo com Amaya nos braços para se encontrar com Itsuki e os quarto partirem rumo à Konoha.

feiticeira • entre uchihas e senjusWhere stories live. Discover now