• dia de limpeza •

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S/N:

     Assim que saio do hospital, encontro com Mito na recepção. Ela repousa uma das mãos no meu ombro e saímos juntas do local.

— A casa que eu morava, ainda existe? -perguntei.

— Não foi aberta desde que você saiu, então existe, mas deve estar imunda. -ela respondeu.

— Quero matar a saudade da minha casa. -sorri fechado.

— Tudo bem. -ela assentiu. — Não posso ir com você, preciso socorrer o meu marido que deve estar louco cuidando da bebê sozinho. -riu.

— Ele deve estar contando os minutos para você voltar. -concordei, rindo em retorno.

    Nos despedimos com um rápido aceno e seguimos em direções opostas. Decido não pensar muito sobre a minha irmã agora, pois sei que ela ainda está estável e eu preciso de paz e repouso.

    Finalmente chego em frente à minha antiga casa. Me preparo para o fedor que deve estar lá dentro, e quando abro a porta, quase morro asfixiada pela poeira.

Que imundície. -falei comigo mesma, tossindo.

    Faço um selo de mão e crio três clones. Não satisfeita, faço mais dois. Seis S/ns vão dar conta de arrumar essa bagunça!, pensei.

— Você duas! -aponto para as clones. — Vão tirar o pó das coisas. -elas prontamente me obedecem. — E vocês duas! -aponto para outras clones. — Uma varre a cozinha e a outra o quarto. -elas também obedeceram. — E você! -apontei para a última além de mim. — Arruma o banheiro.

— Mas o que você vai fazer? -ela colocou uma das mãos na cintura e apoiou o peso em uma das pernas.

— Arrastar os móveis, limpar os armários, tirar o lixo, etc... -dei de ombros e ela seguiu para fazer a sua tarefa.

    Respiro fundo e começo a arrumação.

• • •


    Já está quase anoitecendo quando terminamos tudo. Estou exausta, mas a casa está um brinco de tão limpa. Coloquei as clones para limparem até o teto, que estava muito sujo.

— Obrigada, agora tchau! -fiz um selo de mãos e desfiz todas elas, finalmente ficando sozinha.

    Só faltou lavar as cobertas e lençóis. Se não me engano, tem uma senhorinha aqui perto que faz isso, mas vou deixar para amanhã. Sigo até o banheiro para tomar um banho bem demorado, até porque quem paga a minha conta de luz é o hokage, então vou esbanjar. Ele é rico, eu não.

    Assim que saio do banho, ouço batidas na minha porta. Eu até tinha esquecido o quão boa é a sensação de receber visitas, mas aqui é o tempo inteiro.

    Abro a porta e congelo ao me deparar com Tobirama, que está com as duas mãos atrás do corpo e, como sempre, sério.

— Oi? -meu tom saiu como uma interrogação. — Oi. -corrigi.

— Há quanto tempo. -ele olhou através de mim para dentro da minha casa. — Já limpou tudo?

— Acabei de limpar, faz alguns minutos. -assenti. — O que veio fazer aqui?

    Ele tirou as mãos de trás do corpo e mostrou uma garrafa de whisky, esboçando um sorriso malicioso.

— Relembrar os velhos tempos. -respondeu. — Aceita?

    Ponderei a resposta por alguns segundos, já imaginando como isso vai acabar. Retribuo o sorriso e dou espaço para que ele entre.

— Seja bem-vindo de novo. -falei e ele entrou.

    Seus olhos analisam a casa rapidamente. Só agora me dou conta de que estou apenas de toalha.

— Eu vou me trocar. -avisei. — Voce pode esperar na sala até eu terminar?

— Certo. -ele assentiu.

    Passei pelo Senju em passos rápidos e fui direto para o banheiro, trancando a porta em seguida. Me encaro no espelho e minhas bochechas logo esquentam. Por que eu sou assim?

    Eu nem me depilei! Não faço isso muito tempo, inclusive. Está uma mata atlântica aqui embaixo!

— Vou demorar um pouquinho! -avisei num tom alto.

    Peguei a lâmina de barbear e um pouco de sabão e liguei o chuveiro, me depilando o mais rápido possível. Depilo as pernas, as partes íntimas e as axilas. Quase estraguei a gilete de tanto pêlo que tirei.

    Após longos minutos, termino tudo. O chão está todo molhado então passo o tapete mesmo para secar e começo a me vestir.

— Morreu aí? -ouço Tobirama perguntar.

— Não! Quando você chegou eu ainda não tinha terminado de me lavar. -menti.

    Termino de me arrumar e me olho no espelho uma última vez, finalmente saindo do banheiro e seguindo até a sala, sem saber onde enfiar a cara agora.

— Você sempre parece nervosa. -Tobirama observou.

    Meu corpo quase entra em colapso ao vê-lo sentado no sofá, com as pernas abertas e os braços apoiados no encosto do móvel. Está vestindo uma roupa toda preta e o seu cabelo está um pouco úmido e bagunçado, provavelmente porque tomou banho antes de vir.

— É porque não vejo você há muito tempo. -murmurei, me aproximando e sentando-me no sofá há uma distância segura do Senju.

— Por um lado, isso é bom. -ele abriu a garrafa de whisky e serviu dois copos pela metade, logo me entregando um. — Temos muito o que conversar.

    Observo seus movimentos com atenção e pego o copo da sua mão, não controlando um sorriso malicioso que surge no canto dos meus lábios.

— Muito. -concordei.

feiticeira • entre uchihas e senjusWhere stories live. Discover now