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ITSUKI:

    Já tomei dois banhos desde que S/n saiu, pois estou suando muito. Quando ouço batidas na porta, dou um pulo do sofá e fico um pouco desnorteado até raciocinar e conseguir atender. Izuna me analisa e mostra uma garrafa de vinho que trouxe consigo.

— Oi. -proferi em um sussurro.

— Oi. -ele respondeu, aparentemente despreocupado. — Trouxe isto.

— Ótimo. -pego a garrafa da sua mão e dou espaço para que ele entre.

    Vou até o armário da cozinha e pego duas taças, enchendo ambas. Só depois de cheias, lembro que o vinho deveria ser servido na metade da taça.

— Está nervoso? -Izuna apareceu ao meu lado de repente. — Pelo menos não vamos precisar levantar tão rápido para encher de novo.

— Tem razão, eu sinceramente odeio taças de vinho pela metade. -confessei, entregando uma delas para ele e andando até uma das cadeiras com a minha bebida em mãos.

    Izuna toma o seu lugar na cadeira bem na minha frente. Coloco a taça em cima da mesa e ascendo um cigarro, oferecendo outro para ele que aceita de bom grado.

— Você sempre fuma muito? -ele pergunta.

— Quando estou nervoso, principalmente. -deixei escapar, me crucificando por isso logo em seguida.

    Izuna senta na cadeira com as pernas abertas, todo espaçoso. Um dos seus cotovelos é repousado em cima da mesa, enquanto o cigarro queima entre os seus dedos. Sua outra mão segura a taça com vinho enquanto os seus olhos enigmáticos me analisam como se tentassem ler os meus pensamentos.

    Me sinto rapidamente incomodado, ao mesmo tempo que atraído.

— Não está ansioso? -perguntei.

— Não, mas confesso que estou um pouco incomodado. -revelou.

— Com o quê? -meus olhos se arregalaram.

— Não parece que você me quer na mesma intensidade que eu quero você. -dispara, me atingindo como um tiro. — Está aí todo nervoso, fumando e trêmulo. Não sabia que você era tão frágil.

    Se ele chegar mais perto, com certeza pode ouvir o meu coração batendo e a minha respiração descompassada. Confesso que me senti um pouco subestimado.

— Só um minuto. -pedi, levantando e indo até o banheiro.

    Ligo a torneira e passo um pouco de água pelo rosto e nuca, pegando a toalha e secando devagar. Encaro o meu reflexo no espelho, tentando entender o que está acontecendo comigo. Onde está a minha autoconfiança? Será que eu sou bom em conselhos e não sei o que fazer com a minha própria vida?

    Não! Eu sou auto-suficiente! Se tem alguém que deveria se sentir ansioso é o Uchiha e não eu. Fala sério, ele é só um garoto prestes a ter a sua primeira experiência homossexual comigo. Não é um rei ou algo do tipo.

Se liga, Itsuki. -sussurrei comigo mesmo. — Você não é assim.

    Estufo o peito e ergo o cenho. Como num piscar de olhos, toda a minha insegurança vem abaixo e eu paro de tremer, como se tivesse apertado um botão. É isso .

    Saio do banheiro e volto para a cozinha, onde ele está me esperando. Sento-me na cadeira, percebendo só agora que eu estava fazendo uma tempestade em um copo d'água. Tudo bem estar muito tempo sem sexo, mas não preciso ser emocionado.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora