• paternidade revelada •

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ITSUKI:

Deixo os cobertores na casa da senhora que costuma lavá-los para os cidadãos da aldeia e decido dar uma volta para esfriar a cabeça. Não sei onde S/n está e nem quando vai voltar, mas garanto que está se divertindo mais do que eu.

Por sorte eu trouxe um pouco de dinheiro dentro da minha meia quando saímos do castelo. Não é muito, mas está sendo o suficiente para comprar o básico que precisamos por enquanto.

Vou ao mercado e compro um pouco de comida, pois não tem nada para comer em casa. É impressionante como todas as pessoas desta aldeia são simpáticas, principalmente nos comércios. Me sinto bem aqui.

Estou seguindo de volta para casa, caminhando lentamente, quando ouço o meu nome ser chamado. Me viro na direção da voz e vejo Mito acenando de longe, segurando a sua filha em um dos braços. Esbocei um sorriso largo e me aproximei delas.

- Bom dia. -falei e ela repetiu. - Como vocês estão?

- Muito bem e você? -respondeu.

- Estou bem. Estava no mercado fazendo umas compras. -comentei e ela assentiu.

- Vou pedir para alguém ir lá na casa de vocês mais tarde, entregar as roupas para o evento. -informou e eu torci o nariz.

- Evento?

- Sim, será uma reunião em nome da paz. -ela deu de ombros, mas está visivelmente feliz. - Os nossos aliados virão para confraternizar.

- Isso é legal. -respondi e ela assentiu. - Mas por que eu deveria ir?

- Você vai com a S/n, logicamente. -ergueu as sobrancelhas. - Não será algo tão formal assim. As únicas pessoas que estarão lá a trabalho serão os líderes e anciãos. O restante dos convidados deverá apenas se divertir.

- Preciso mesmo de uma diversão. -brinquei e ela riu.

- O líder da aldeia da areia, o primeiro Kazekage, informou por uma mensagem direta que está procurando uma esposa jovem e destemida. -comentou e o meu coração disparou com força. - Ele é jovem e poderoso. Sabe se a S/n estaria disposta a conhecê-lo?

Meu rosto inteiro esquentou como se pudesse queimar. Não consigo formular uma frase, pois não sei o que responder. Respiro fundo e me acalmo antes de continuar a conversa. Eu tenho essa mania de sofrer por antecipação.

- Eu não posso responder isso, afinal, a vida é dela. -falei e Mito assentiu, me dando toda a sua atenção. - Mas eu não acho que ela iria querer. Inclusive, acho que ficará bem magoada se vocês fizerem isso com ela.

- Então apresentarei outra moça. -concluiu. - Perguntei porque, talvez, poderia ser uma boa ideia.

- Eu não acho que seja. -sorri sem mostrar os dentes.

Esse assunto foi encerrado assim que terminei a frase, sem qualquer grosseria. Eu entendo a intenção de Mito, querendo afastar S/n dos Uchihas e até mesmo do seu cunhado. Ela torce pelo melhor para a vida da garota, então é compreensível que se comporte dessa maneira.

Eu até concordo que o melhor para S/n seria viajar por aí e conhecer pessoas novas, se permitir apaixonar por pessoas diferentes. Mas, se ela está bem vivendo aquele lance com os dois, não acho que seja certo empurrá-la para um líder como o Kazekage. Em 80% dos casos, dá errado.

- Eu preciso ir. -informei Mito e ela assentiu.

- Nos vemos hoje à noite. -finalizou e eu me despedi, saindo.

Chego na frente de casa e tenho um pressentimento estranho, mas ignoro a sensação e continuo, pois sempre tenho essas paranóias. Trouxe muitos traumas de onde vim, e ainda estou me recuperando.

Assim que entro no prédio, distraído como sempre, quase tenho um ataque cardíaco quando ergo o olhar e vejo um homem parado bem na frente da porta. Coloco uma das mãos no peito e me curvo para me acalmar assim que ele começa a gargalhar.

- Vai morrer, garoto? -zombou entre os risos.

- Por que você sempre aparece do nada, doente? -perguntei, irritado. Eu odeio me assustar.

- Você que sempre está distraído.

Assim que me acalmo do susto, caminho até ele e paro em sua frente. É Izuna, de novo. Isso já está ficando assustador.

- O que você é? Um tipo de stalker? -reclamei.

- Eu trago boas notícias. -sorriu sem mostrar os dentes, prendendo a minha atenção. - Fui até o hospital hoje cedo. A rainha maluca acordou por alguns minutos e deixou um recado.

- S/n sabe disso? -arqueei uma sobrancelha em sua direção, desconfiado.

- Não, ela não foi lá. -deu de ombros. - Mas Amaya disse quem é o pai do moleque.

- Sério? -ergui as sobrancelhas, agora surpreso.

- Mas S/n não vai me ouvir se eu disser, por isso vou falar com você. -se aproximou mais um pouco.

Recuei, assustado, até as minhas costas encostarem na parede. Izuna continuou se aproximando até quase colar o corpo no meu, colocando uma das mãos na parede ao lado do meu rosto.

Meu coração está disparado. É perigoso olhar nos olhos desse garoto, então fecho os meus olhos e viro o rosto na direção oposta.

- Vou falar baixinho para que ninguém além de você ouça. -ele avisou, e aproximou a boca da minha orelha. - É o pai do Kagami Uchiha, mas já está morto. Ou seja, Koji não tem um pai. -sussurrou.

Arregalei os olhos e finalmente o encarei. Ele não parece estar mentindo, mas S/n vai ficar arrasada quando souber que terá de criar a criança sozinha.

Baixei o olhar e assenti, enquanto Izuna se afastava de mim. Não posso evitar de ficar nervoso, afinal, como vou contar uma coisa desse nível para ela logo hoje?

- Era só isso, garoto. -Izuna colocou ambas as mãos nos bolsos da calça e virou de costas. - Nos vemos por aí.

Não respondi, ainda estou aéreo. Observo ele se afastar e só então solto o ar que estava prendendo, sentindo minha cabeça latejar.
É um mar de problemas.

Assumo novamente o controle do meu corpo e entro em casa, trancando a porta logo em seguida.

feiticeira • entre uchihas e senjusWhere stories live. Discover now