• noite das garotas •

6.6K 924 213
                                    

NARRAÇÃO:

    S/n e Mito chegaram no bar para finalmente conversarem. Mito estava disposta a ouvir tudo o que a garota tinha para dizer, enquanto S/n estava nervosa e desconfiada, mas como era boa em mascarar as suas emoções, se controlou e encarou os problemas de frente.

    Mito deixou a conversa o mais confortável que pôde. Não demorou muito até que ambas estivessem um pouco alcoolizadas e prontas para iniciar a parte séria do assunto.

— Mas então, S/n. -Mito iniciou. — Vai me contar agora sobre a sua irmã?

    A garota respirou fundo, esfregando uma mão na outra para conter a tensão.

— O que quer saber? -perguntou.

— Ela te treinou?

— Um pouco, sim. -assentiu.

— E como ela aprendeu tudo o que sabia?

— Bom.. -S/n respirou fundo. — Minha irmã sempre foi diferente dos meus pais. Eles a tratavam como uma bastarda, pois era brava e chamativa. -iniciou. — Ela tinha uma beleza única, era linda e usou isso ao seu favor. Desde nova, Amaya enfeitiçou muitos homens no campo de batalha para que eles pudessem ensinar novas técnicas para ela.

— Então ela se chamava Amaya? -Mito a interrompeu rapidamente.

— Sim. -a garota baixou o olhar.

— E por que ela decidiu ensinar você? -ergueu uma sobrancelha.

— Eu pedi. Quando a minha irmã saía, nossa casa ficava vulnerável. Eu precisava saber o básico para proteger a minha família. -disse S/n.

— E a sua irmã não protegia a sua família?

— Ela era ocupada demais. Estava sempre viajando em busca mais conhecimento. Era gananciosa, sonhava em levar a nossa família para o topo. -a garota suspirou ao lembrar da irmã. — Éramos parecidas.

— E vocês treinaram por quanto tempo?

— Alguns meses.

— O que ela te ensinou? -Mito continuou questionando.

— Controle de chakra, um pouco de ninjutsu médico, taijutsu básico, essas coisas. -S/n deu de ombros.

— E a sua irmã despertou o doujutsu?

— Sim...

— E você sabia?

— Não. -os olhos de S/n se enchem de lágrimas. — Se eu soubesse, não teria permitido.

— Você sabe como ela morreu? -Mito tentou ser o mais delicada possível.

— Sei. -uma lágrima singela escorreu pela bochecha da garota. — Uma vizinha, amiga da minha mãe, nos avisou. Mas já era tarde.

— Como a sua família morreu?

    As perguntas de Mito estavam ficando muito evasivas, mas S/n estava bêbada e isso fazia ela querer falar. Ela nunca abriu o seu coração sobre aquilo para ninguém, então mesmo que fosse doloroso, ainda era um alívio estar falando.

— Enquanto treinávamos, um homem nos viu e disse aos anciãos que haviam duas garotas suspeitas treinando técnicas ninja próximo da nossa cidade. -S/n fez uma pausa, como se estivesse revivendo tudo aquilo. — Os líderes enviaram alguns homens para averiguar, mas Amaya pensou que eles estavam indo nos matar, e...

— O que aconteceu? -Mito insistiu.

— E ela atacou antes de ouvir o que eles tinham para dizer. -a garota começou a chorar baixinho. — Ela revelou o doujutsu, revelou a nossa identidade, achou que venceria. Ela matou três homens, mas eles conseguiram acabar com ela.

— E como você soube?

— A nossa vizinha foi na nossa casa para nos avisar. Ela nos contou tudo. -S/n respirou fundo e ergueu a cabeça numa tentativa de fazer as lágrimas voltarem.

— A partir daí vocês fugiram? -Mito perguntou.

— Pegamos as nossas coisas e saímos de lá imediatamente. Nem nos despedimos da minha irmã. -a garota soluçou, chorando. — Depois de um tempo, eu me perdi dos meus pais. Havia ido buscar lenha e ouvi gritos. Quando voltei, eles já não estavam mais lá. Apenas o sangue.

    Mito decide parar de fazer perguntas dolorosas e apenas fica em silêncio, enquanto S/n se desmancha em lágrimas repletas de dor. Após algum tempo a garota se recompõe e para de chorar, pegando a garrafa de bebida e tomando no gargalo.

— O seu clã tem alguma habilidade além do kekkei genkai? -Mito perguntou.

— Temos um chakra único, somos ótimos alunos, aprendemos muito rápido. -S/n listou. — O controle de chakra de todo o nosso clã é praticamente perfeito.

    A Uzumaki ponderou a sua decisão por alguns segundos.

— Tobirama se despediu de você? -Mito perguntou.

    S/n fica vermelha assim que ouve o nome dele. Ela havia esquecido do beijo e sentiu um arrepio nas costas quando lembrou daquele momento. Será que Mito sabia?, a garota pensou, mas decidiu não perguntar e nem falar nada sobre isso.

— Sim. -ela respondeu, dando um gole de bebida para disfarçar.

— Ele falou que você terá outro mestre?

— Falou. -S/n cerrou o cenho. — Mas quem é?

— Adivinha? -Mito falou num tom de suspense. A mais nova apenas ficou quieta, esperando ansiosamente pela resposta. — Eu!

— Você? -S/n fez uma careta descontente, mas desfez imediatamente. — Quer dizer... você!!! -fingiu entusiasmo. — Por que você? -suspirou.

— Está vendo esse selo aqui na minha testa? -a Uzumaki apontou para a própria cabeça. — Vou te ensinar isso.

— O que é isso? -a garota sibilou.

— Vou te ensinar ninjutsu médico, fūinjutsu, invocação, aprimorar as suas técnicas... -Mito ignora as perguntas e continua listando o seu planejamento.

    É notório que a Uzumaki estava mais entusiasmada do S/N sobre o treinamento, mas isso não quer dizer que a garota não estava feliz. Ela apenas estava raciocinando: se Mito seria sua nova mestre e tinha tantas coisas para lhe ensinar, então aquilo significava que o Tobirama não voltaria tão cedo. Essa lógica deixou S/n levemente tristonha.

— Não parece feliz. -observou Mito, agora cabisbaixa.

— Eu estou feliz! -a garota sorriu. — Você é uma ótima kunoichi, esposa do primeiro hokage e é minha amiga. É claro que eu estou feliz! -ela fez uma pausa. — Só espero que o Tobirama volte vivo, só isso.



feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora