• almoço •

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S/N:

    Assim que estamos fora do prédio do hokage, paro de andar e cruzo os braços na frente de Mito. A mesma carrega um sorriso divertido, sabendo que não aprovei a sua atitude.

— Se eu soubesse que você ficaria falando aquelas coisas, eu não teria te contado. -falei.

— Você acha que ele se importa com aquelas indiretas? -ela riu soprado.

— Mas eu não pedi ajuda nenhuma. -bati a ponta do pé no chão repetidas vezes para aliviar a tensão.

— S/n, eu também sou mulher, não precisa disfarçar para mim. -colocou uma das mãos no meu ombro. — Você sofreu muito no passado, eu sei, mas conseguiu superar tudo. Treinou por dois anos inteiros, se dedicou. -sorriu docemente. — Não há problema em se envolver com alguém agora.

— Nunca precisei estar com um homem para me sentir bem, e nem para me satisfazer, se é isso o que você está insinuando. -torço o nariz, virando o rosto.

— Tenho certeza disso. -ela tira a mão do meu ombro. — Mas sei que você está curiosa.

— Sobre o quê? -me faço de sonsa.

— Sobre ter alguém satisfazendo você.

— Ai, para! -me afasto dela, sentindo minhas bochechas esquentarem. — Não quero mais falar sobre isso, pode ser?

— Como quiser. -ela ri da minha cara, como sempre. — Vamos almoçar?

— O seu marido ainda não me pagou. -ironizo.

— Eu pago. Vamos. -vira as costas e sai andando.

    Acho que todos eles costumam virar as costas e me deixar falando sozinha, só para terem o prazer de me ver correndo até eles.

    Minha barriga ronca de fome, então apresso o passo para alcançar Mito.

• • •

    Assim que terminamos de almoçar, me escoro na cadeira e abro o zíper da calça, sentindo como se a minha barriga fosse explodir. Mito é uma mulher de classe, então mantém a sua postura perfeita e educada, mesmo que no fundo seja brava e mandona.

— Obrigada. -agradeci. — Eu estava faminta.

— Eu desconto do seu pagamento.

— O quê? -me debruço sobre a mesa, incrédula.

— Claro, você achou que eu ia bancar tudo isso que você comeu? -ela gargalhou. — Os extras vão sair do seu pagamento.

— Mito... -choraminguei, encostando a testa na mesa.

— Não sou o seu mestre Tobirama que pagava tudo o que você comia. -ela riu maldosa.

— Para de falar nele! -pedi num tom alto.

— Nele quem? -uma voz masculina surge por trás de mim.

    Fixo meus olhos nos de Mito, que está carregando um sorriso vitorioso nos lábios. Um frio desce pelas minhas costas até chegar nos meus pés, como se eu tivesse tomado um banho de água fria.

— Um amigo. -ela respondeu. — Hashirama já está livre?

— Sim. -Tobirama respondeu, parando ao lado da nossa mesa.

    Ainda não olhei para ele, pois mantenho meus olhos fixos em Mito e na sua capacidade de me colocar em situações constrangedoras.

— Está tudo bem? -ele perguntou.

— Eu estou bem. Você está bem, S/n? -ela provocou, me olhando com um ar de diversão.

    Diversão só para ela, porque eu queria morrer bem aqui e agora., penso.

— Estou bem. -falei, finalmente olhando para o Senju.

— Que bom, eu já estou indo. -ela recolheu as suas coisas e deixou o dinheiro do almoço em cima da mesa.

— Você já almoçou? -Tobirama perguntou, me olhando.

— Já. -respondi com um sorriso fechado. — Estou indo também.

    Levanto-me sentindo um olhar de reprovação pesando em cima de mim. Mito está irritada, posso sentir isso. Ela deve estar me achando uma idiota, e talvez eu seja.

— Faz tanto tempo que não nos vemos. -disse o Senju. — Não quer ficar para conversar?

— Mas eu já comi.

— Não precisa comer de novo. -ele riu.

    Alterno meu olhar entre ele e Mito, respiro fundo e decido aceitar. Se eu negar, vai ficar óbvio que estou o evitando e isso seria bem ruim para mim.

— Nos vemos depois. -a Uzumaki se despede e sai do local, me deixando sozinha com ele.

    Sento-me no mesmo lugar que estava e ele toma o seu lugar onde Mito estava sentada. Prendo a respiração para controlar o meu corpo, afinal, ele é só mais um homem, não sei pelo que estou tão nervosa.

    O garçom se aproxima e Tobirama pede apenas um pouco de saquê, sem nada para comer. Torço o nariz com estranheza.

— Não vai almoçar? -perguntei.

— Eu já almocei.

— E vai beber ao meio dia, como sempre? -sorri irônica.

— Até parece que você se preocupa, S/n, quer um pouco de saquê para você também? -arqueou uma sobrancelha.

    Eu poderia recusar, mas por algum motivo, estou com vontade de beber algo alcoólico. Não bebo desde quando saí para treinar. Ergo o maxilar e balanço a cabeça positivamente.

— Quero. -respondi.

    Estou comendo e bebendo às custas dos outros, tem coisa melhor?

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora