• brincadeira sadia •

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S/N:

    Assim que eu e Itsuki saímos do prédio, damos de cara com um grupo de guardas. Nossos corpos congelam enquanto os cinco homens nos encaram com grandes lanças nas mãos.

— E aí. -falei, sorrindo.

— O que fazem aqui? É uma área restrita! -um deles disse.

— Eu sou a irmã da rainha, eu também sou autoridade aqui. -lembrei, estufando o peito.

— Ela não permitiu a sua entrada neste pavimento!

— Ela não me disse nada, então eu não tinha como saber. -dei de ombros, fingindo não estar preocupada.

    Os homens olharam para a barra de ferro jogada no chão, junto das trancas. Seus olhos imediatamente voltaram para nós.

— Quem ajudou vocês? -ele perguntou.

— Eu abri sozinha. -torci o nariz, cruzando os braços e erguendo o maxilar.

— Pare de mentir. Uma garotinha não conseguiria! -insistiu.

— Se duvidar, eu pego aquela barra e jogo na sua cabeça! -ameacei.

    Os guardas se entreolharam e riram em deboche. A pior parte de ser mulher, é ter que lidar com esse tipo de homem.

    O mordomo está nervoso, sempre com a guarda alta. Fico parada em sua frente, pois sei que os guardas não farão nada comigo, mas podem tentar fazer com ele.

— Então eu duvido. -um dos guardas disse.

    Eu mereço...

— Ok, então. -dei de ombros, lamentando, e me aproximei do pedaço de ferro no chão.

    Assim que peguei nas mãos e ergui, as expressões de deboche em seus rostos se dissipou lentamente. Eles se entreolharam.

— A brincadeira vai ser assim: -sugeri, não controlando um sorriso. — Eu vou jogar isso aqui e vocês vão correr. Quem for acertado primeiro, perde.

— Você é louca! -o mais baixinho deles, disse.

— Eu fico assim quando duvidam de mim. -sorri, posicionando a barra entre as mãos como um taco de beisebol. — Vou contar até três. Um...

    Eles se entreolham, sem saber direito o que fazer. Repouso a barra de ferro no meu ombro e apóio o meu peso em uma das pernas.

— Dois... -continuei.

    O grupo dos cinco guardas se dispersou, cada um correu para um lado. Soltei um riso e segurei o ferro com as duas mãos novamente, notando a expressão de pavor e ao mesmo tempo divertida do mordomo atrás de mim.

— Tem algum deles que fez algo ruim para você? -perguntei.

— Não.

    Mirei naquele que debochou de mim e lancei a barra, que saiu girando na horizontal e numa velocidade elevada. Eu sou péssima em pontaria, mas acertei uma das suas pernas. Ele cai no chão, agonizando.

— Isso! -Itsuki e eu comemoramos em uníssono.

    Desfaço o meu sorriso quando vejo o mordomo tão animado. Ele percebe o meu olhar e disfarça rapidamente, ficando sério e baixando o rosto para encarar os próprios pés. Gargalhei com a sua reação, atirando a cabeça para trás. Esse garoto não parece ser bem certo das ideias.

      O homem que acertei está se arrastando com a mão na perna atingida. Decido parar de brincar e ir ajudá-lo. Assim que me aproximo, ele tenta levantar e se arrasta mais rápido para longe de mim.

— Não precisa ficar com medo, idiota. -revirei os olhos e o segurei pela roupa.

    Coloquei o homem deitado de barriga para cima e rasguei a sua calça, percebendo que a paulada quase ocasionou em uma fratura exposta.

Tsc... -estalo a língua, fazendo um movimento de negação com a cabeça. — Vai precisar de uma cirurgia. -lamentei.

— Sua puta louca! -ele gritou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu posso deixar você renovado em poucos dias, se você me pedir desculpas. -sugeri.

    Neste momento, ouço o som de saltos altos batendo no chão bem atrás de mim. Viro-me e vejo Amaya, com uma expressão maldosa e serena ao mesmo tempo.

— Vai me explicar? -ela perguntou, me olhando.

— Nós estávamos só brincando. -sorri fraco.

— Levem ele para a enfermaria. -ela ordenou aos outros.

    Eles imediatamente carregaram o guarda ferido para dentro do prédio principal do castelo. Agora, sozinha com a minha irmã, preciso manter a postura e não me descontrolar novamente.

— Aquele pavimento é restrito. -ela disse calma.

— Você não me avisou. -dei de ombros.

— Foi o mordomo que levou você lá?

— Claro que não. -cruzei os braços. — Eu estava no jardim e vi aquele lugar, então fiquei curiosa.

Tsc... -ela estalou a língua e fez uma breve pausa. — Suponho que tenha muitas perguntas.

— Muitas. -afirmei.

— Quer conversar aqui ou no escritório? -seu tom é cansado.

— Podemos ir para o escritório, temos que colocar tudo no seu devido lugar. -sorri vitoriosa.

    Amaya deu as costas e saiu andando para que eu a seguisse. No caminho, cruzei com Itsuki e mandei ele descansar. Não preciso de uma sombra na minha cola o tempo inteiro.








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N/A: Obrigada pelos 50k, sou muito grata 😭 espero que vocês continuem gostando do desenrolar de toda a história

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora