• do lado de fora •

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S/N:

    Terminei o meu banho e coloquei uma roupa de batalha, mas ao mesmo tempo confortável, pois não sei o que posso encontrar quando sair do castelo. Será a minha primeira vez fora daqui desde que eu vim.

    No andar de baixo, encontro Koji junto de sua empregada e Itsuki. Os dois adultos se curvam assim que me aproximo.

— Sem formalidades. -repeti a mesma coisa que repito todas as vezes.

— Tia! -Koji veio correndo e abraçou as minhas pernas.

    Fiquei paralisada por alguns segundos, olhando para ele. Acho que está na hora de superar esses meus pensamentos perturbadores. Me curvo e pego o garoto no colo.

— Você cresceu. -observei.

— Hoje estou ficando mais velho. -informou, sempre sorridente.

— É, eu sei. Feliz aniversário! -retribuí o sorriso.

    Koji está cada dia mais parecido com o pai dele, mas tem a minha personalidade, o que é reconfortante ao mesmo tempo que incômodo. É um misto de sensações.

— Já informei os guardas sobre o nosso passeio. -disse Itsuki.

— Iremos só eu, você e Koji. -respondi.

— Mas... Amaya sempre saiu com os guardas por ser perigoso! -lembrou, me fazendo revirar os olhos.

— Se uma rainha não é capaz de sair do castelo e proteger a si mesma e aos seus companheiros sozinha, então não é uma boa rainha. -esbocei um sorriso discreto.

    Itsuki apenas assentiu, como de costume. Ele sempre se opõe ao que eu digo, mas sempre concorda. Isso é engraçado.

    Eu sei que Amaya está viva pois esse feitiço que esconde o castelo só irá se desfazer quando ela morrer ou passar para mim. É um longo ritual para transferir esse fardo para outra feiticeira, então tenho certeza de que ela ainda está viva em algum lugar mantendo todos os feitiços que rege.

    Eu, Itsuki e Koji seguimos andando rumo à saída do castelo. Não acho que a criança já saiu alguma vez, pois está extremamente feliz com algo tão simples. Enquanto isso, percebo que o mordomo está com as mãos suando.

— Já saiu alguma vez? -perguntei.

— Desde que entrei, não. -confessou.

— Você vai amar. É lindo lá fora. -garanti.

    As borboletas no estômago se fazem presentes por conta da dúvida sobre o que encontrarei lá fora. Essa sensação me lembra de que ainda estou viva e que ainda posso sentir algo. Talvez a minha verdadeira versão não esteja perdida.

— Estamos prontos, majestade. -o líder dos guardas informou, parando à minha frente com o seu esquadrão.

— Vocês ficam. -ordenei. — Só sairemos nós três.

    Eles se entreolham e concordam, afinal, não têm tanta intimidade comigo para se oporem igual Itsuki faz.

   Dou o sinal para que o responsável pelo portão o abra e ele o faz. A brisa leve da liberdade faz o meu corpo se ascender e a belíssima visão da floresta faz com que os meus pulmões se encham de ar instantaneamente. Fecho os olhos por um segundo.

— Para onde iremos? -Itsuki perguntou.

Sunagakure. -respondi, decidida. — Vamos lá comer alguma coisa boa, comprar roupas para o Koji e depois voltamos.

— Como quiser. -ele assentiu.

    Finalmente, meus pés tocam o solo do lado de fora. Koji sai correndo para as árvores e começa a brincar com algumas folhas e pedras que encontra, enquanto Itsuki apenas observa cada detalhe ao seu redor com atenção.

    O mordomo se assusta quando olha para trás e não consegue enxergar o castelo de onde acabamos de sair. Acho isso engraçado, porque ele realmente não sabe como funciona as coisas vistas do lado de fora.

— Não entendo como você pôde trocar essa sensação de liberdade para viver trancado lá. -comentei.

— Pergunto o mesmo para você. -Itsuki rebateu. — Eu nunca fui livre, mas você era.

— Quando a minha irmã morrer, todos seremos livres novamente. -revelei, notando o brilho conhecido ressurgir nos olhos dele. — Eu vou destruir aquele castelo e todas as coisas que Amaya construiu em cima dos sonhos de outras pessoas.















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N/A: Desculpem pelo atraso do capítulo hoje 😭 eu acordei agora 😎✋🏻

feiticeira • entre uchihas e senjusUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum