• de volta ao passado •

2K 311 157
                                    

S/N:

    Eu sinto o peso do mundo inteiro sobre os meus ombros.

    Tudo desmoronou de uma só vez e eu fui atingida, como uma enxurrada de consciência.

    Não sei como vim parar aqui e nem o motivo. Possuir coisas e pessoas, vale toda essa tristeza?

    Eu nunca estive tão infeliz. Nunca me odiei tanto como me odeio agora.

    Não adianta culpar a minha irmã. Fiz tudo por amá-la, mas onde guardei o amor por mim mesma quando tomei essas decisões?

    A vida que eu tinha era perfeita. Fui enganada por dois homens, mas eles não eram nem um terço de todas as coisas boas que eu cultivava.

    Izuna, Mito, Hashirama, a filha deles e até Kagami. Eu deixei tudo para trás só para seguir uma única pessoa e arruinei a minha vida por isso.

    Eu me perdi de mim. Agora, é um longo caminho de volta. Mas, de volta para onde? Eu nem sei mais como seguir a partir daqui.

— S/N! -a voz de Itsuki me trás de volta à realidade.

    E, como sempre, limpei as lágrimas, ergui a cabeça e me recompus.

    Me coloquei de pé e apoiei as mãos no parapeito da sacada, observando todo o caos que se fazia presente do lado de fora dos portões.

— ABRAM. -ordenei.

— Como assim? Eles vão entrar. -Itsuki segurou o meu pulso, assustado.

— Deixe que entrem. -respondi, me desvencilhando do seu toque.

    O guarda responsável pelo portão obedeceu a ordem e a sua equipe começou a trabalhar nas alavancas para abrir os portões pesados. Enquanto isso, Itsuki e eu saímos do quarto e andamos lentamente até o andar de baixo.

    Cada passo que eu dava, era uma falha nas batidas do meu coração. Eu não imaginava que eles viriam atrás de mim, mas agora que estão aqui, não sei como reagir.

    Será que vai ser como era antes?

    Se o castelo está visível, Amaya provavelmente morreu ou está tão fraca como nunca. Não me admira, afinal, sua doença era incurável.

— Tia! -Koji aparece correndo e chorando.

— Fique com as empregadas e não precisa se assustar. -garanti com a voz calma. — Preparem a sala de estar, vamos receber visitas. -ordenei às funcionárias.

    Koji obedeceu e se afastou, enquanto todas as outras mulheres assumiam os seus postos para realizarem o meu pedido.

    Passo pela porta e chego no quintal principal, podendo ver de longe a equipe Uchiha esperando ao lado dos portões. Me arrepio da cabeça aos pés, mas não deixo isso transparecer em momento algum.

— Permissão para o ataque, majestade? -o líder do esquadrão de segurança pergunta.

— S/n. -corrigi, revirando os olhos. — Não haverá confronto.

    Todos baixam a guarda e ficam de pé em uma fileira ao lado do portão. Posso ver Izuna e essa visão aquece o meu peito, pois ele está sorrindo como se não tivessem se passado seis meses, mas sim, alguns dias.

    Paro de andar há alguns metros de distância da equipe. Cada um deles me analisa com mais atenção do que o outro e eu entendo isso, pois acho que mudei bastante desde a última vez em que estive com eles. De qualquer forma, não posso deixar de reparar nos olhares mortais que Itsuki troca com Madara.

Eu sou médica, mas não sei ressuscitar pessoas ainda. -sussurrei para o mordomo. — Se liga, hein.

    Ele rapidamente engoliu aquela coragem insana e baixou o olhar, passando a encarar os próprios pés.

    Estou tentada à olhar para Madara, mas não consigo. Me esforço para não olhar no seu rosto, pois sei que vou precisar falar com ele sobre o Koji em algum momento e não quero fazer isso agora. Esses assuntos terão de ficar para uma outra hora.

— S/n! -Izuna finalmente dá um passo à frente.

— Pensei que ia ficar só aí parado me olhando, garoto. -cruzei os braços.

— Eu não vou me arriscar, não sei se você ainda é você. -ele imitou o gesto, também cruzando os braços.

— Não está me vendo, não? -torci o nariz.

— Para ter vindo morar neste lugar horrível e estar sendo chamada de "majestade", você só pode ter ficado maluca. -murmurou.

    Sustentei o seu olhar por alguns minutos, mas não aguentei ficar séria por muito mais tempo. Izuna cedeu à um riso divertido e se aproximou de mim, me puxando abruptamente para um abraço nada sutil.

— Sai fora. -o empurrei para longe.

— Quem é esse aí? -perguntou, referindo-se à Itsuki.

— Eu sou o mordom...

— Ele é meu amigo. -interrompi o garoto, que me olhou com surpresa. — Sabe, eu precisava de alguém para chamar de amigo neste lugar.

— Ele é seu amigo? -Izuna cruzou os braços novamente, sem tirar os olhos de Itsuki. — Hum... sei.

— Não estou dormindo com ela. -o mordomo falou de repente, me assustando.

— Eu não disse isso, idiota. -o Uchiha rebateu.

— Eu não estou dormindo com ela porque eu sou gay!

    Meu queixo caiu, junto com o de Izuna. Bom, eu desconfiava de Itsuki, mas ele nunca me disse nada sobre isso e eu nunca imaginei que ele se assumiria num momento como esse.

— Tudo... bem. -falei pausadamente por conta da surpresa. — Não há problema algum nisso.

— Tem razão. -Izuna coçou o queixo com o indicador. — Só não entendi o porquê de...

— Bom, vamos entrar? -o interrompi, pois percebi que Itsuki estava começando a ficar desconfortável em ser o centro das atenções.

— Vamos, nem acredito que você ficou rica! -o Uchiha envolveu os meus ombros com um dos braços e começou a me puxar na direção do castelo.

— Itsuki, você trás os outros? -perguntei e o pobre garoto apenas assentiu.









_______

N/A: Mordomo na capa, goxtoso rsrs.

    Tenho bons planos sobre ele galera, acho que vocês vão gostar 😎

    Até o próximo cap ❤

   

feiticeira • entre uchihas e senjusWhere stories live. Discover now