• irmã? •

2.9K 388 110
                                    

S/N:

    Assim que chego em frente à porta da minha casa, percebo que está entreaberta. Cerro as sobrancelhas e entro em posição de alerta, ativando meu doujutsu e concentrando o chakra nos punhos. Se tiver alguém ali dentro, não vou ter como chamar ajuda, então não posso me descuidar.

    Empurro a porta e meu corpo adormece por inteiro ao ver uma figura feminina parada no meio da cozinha. Observo a roupa, o físico, os longos cabelos brancos quase tocando os seus tornozelos. Não pode ser real.

    O universo parece parar quando a mulher vira o rosto lentamente em minha direção, então pude ver os seus traços e não consegui mais respirar.

— Há quanto tempo, irmã. -ela sorri ladino, com os olhos cheios de lágrimas.

    Cambaleio pela falta de força nas minhas pernas e bato com o ombro na porta, para não cair. Puxo o ar desesperadamente, mas os meus pulmões não enchem. As lágrimas inundam os meus olhos e eu entro em desespero.

— Não, não pode ser. -repito com dificuldade. — A minha irmã está morta. Ela morreu!

— Eu nunca estive morta, irmã. Estou aqui, bem na sua frente. -ela se aproxima.

    Minha boca fica dormente por conta da minha respiração irregular. Me desencosto da porta e apóio as mãos nos joelhos, sem saber como fazer esse sentimento sumir.

— S/n, respira! -ela dá mais um passo na minha direção, mas eu salto para longe e ergo uma das mãos em punho.

— Fica longe de mim! -ordenei, tentando me defender de qualquer jeito.

— Eu vim buscar você, irmã. Agora eu posso te proteger, estou bem aqui! -ela diz num tom calmo.

    Ninguém conhece a minha irmã, ninguém sabia como ela se parecia, então não acho que seja um impostor. Mas, de qualquer jeito, não consigo acreditar que ela está viva aqui, bem na minha frente, na minha casa.

    Perco totalmente a força nas pernas e caio de joelhos, emergindo num choro intenso que não me permite respirar mais nada. O choro se confunde com o meu desespero, tento puxar o ar mas os soluços não me permitem fazer isso direito.

    Amaya corre até mim e se agacha na minha frente, tocando ambas as mãos no meu rosto e me fazendo olhar nos seus olhos. Eu estou sentindo o toque dela. É real!

— Respira fundo, por favor, você pode desmaiar. -ela me aconselhou.

    Seguro uma de suas mãos contra o meu rosto e esfrego a bochecha na sua palma, me permitindo chorar livremente, tudo o que guardei por todo esse tempo.

— Onde você estava, Amaya? -solucei. — Eu sofri tanto por você. Por que se escondeu?

— Eu estava ficando mais forte para poder cuidar de você, S/n. -ela também chora, tanto quanto eu.

— Por que não me levou junto? -cerrei as sobrancelhas, sentindo as lágrimas descerem pelo meu pescoço.

— Eu não podia arriscar a sua vida. Estive lutando muito, mas nunca te abandonei. -ela me passou confiança, mas ainda assim, não consigo me sentir melhor.

    Amaya me puxa para um abraço apertado, que parece juntar todos os caquinhos do meu coração, que ela mesma havia quebrado. Me sinto completa, finalmente inteira, finalmente em casa. Eu quis morrer quando soube que ela havia morrido, mas agora que ela está aqui, parece um sonho distante que se tornou realidade.

— Foi tão difícil lidar com a saudade que eu senti de você. -falei entre soluços, acariciando o cabelo dela. — Por que não me buscou antes?

— Eu estive aqui, irmã. Vim te buscar, mas eles não deixaram. -revelou.

    Me afastei do seu abraço e a encarei nos olhos, parando de chorar por um segundo. Será que eu entendi direito?

— Quem não deixou? -perguntei.

— Os Senjus, Mito Uzumaki e o Uchiha. -ela soluçou, acariciando o meu rosto. — Já faz um tempo, você não estava na aldeia. Eles me impediram de te levar, então precisei dar outro jeito.

— Eles não fariam isso. Eles me contariam! -retruquei, querendo acreditar que ela estivesse mentindo.

— Mas fizeram. -concluiu em tom de lamento. — A única pessoa que se importa com você sou eu, S/n. Eu sou a sua família.

    Baixo o olhar enquanto Amaya e eu permanecemos de mãos dadas. Sinto vontade de gritar, chorar e correr sem rumo por aí, mas não consigo reagir para fazer nenhuma dessas coisas.

    Não acredito que eles esconderam isso de mim. Todos sabiam como eu estava sofrendo sem ela, então por que não me contaram? Eles eram as únicas pessoas que eu confiava além da minha irmã, não entendo o porquê de terem me enganado. Todos eles... como conseguiram me olhar nos olhos sabendo que estavam escondendo algo grande assim?

    Talvez eu tenha errado em confiar tanto em estranhos. Sei que minha irmã mentiu sobre a sua morte e me deixou sozinha, mas ela mesmo disse que estava arrumando formas de ficar mais forte e conseguir me proteger.

    O motivo dela é lógico, mas não consigo entender os motivos do pessoal dessa aldeia para ter mentido para mim. Não dá, quanto mais eu penso, mais dói.

feiticeira • entre uchihas e senjusМесто, где живут истории. Откройте их для себя