• entre um gole e outro •

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NARRAÇÃO:

    Izuna já estava mais bêbado do que imaginava, falando muita besteira e cambaleando pela sala. S/n decidiu que precisava ir embora, mas Madara sugeriu que ela ajudasse a colocar Izuna para a cama.

— Eu não preciso de ajuda, me solta! -o mais novo xingou, empurrando a garota.

— Se me empurrar de novo, eu te desmaio! -ela rosnou, pegando Izuna no colo como se ele tivesse o peso de uma pena.

    Madara sabia da força que ela tinha, porém não deixou de ficar surpreso. Ver uma garota como ela agindo daquela forma era mais uma coisa que chamava a atenção do Uchiha.

    S/n colocou Izuna no ombro como se fosse um saco de batatas e começou a caminhar pelos corredores, acompanhada de Madara. O líder instruiu onde ficava o quarto do irmão mais novo e a garota entrou, atirando Izuna sem delicadeza alguma em cima da cama.

— Vê se dorme! -ela disse, dando as costas e saindo.

    S/n saiu do quarto - junto de Madara - e fechou a porta. Os dois se entreolharam e riram da situação, afinal, ver Izuna daquela forma era engraçado.

— Sua força bruta é impressionante. -o mais velho elogiou.

— Eu sei. -ela sorriu convencida.

    Madara colocou as mãos nos bolsos da calça e S/n fez o mesmo. Eles desviaram o olhar por alguns segundos, visivelmente sem saber o que dizer um para o outro.

— Você vai ficar? -o mais velho perguntou.

— Já vou indo. -a garota respondeu, mas não saiu do lugar.

    Madara voltou a sua atenção para ela, esperando que fizesse algo. S/n queria ir embora, mas não sabia como fazer aquilo sem se sentir desconfortável. Eles continuaram parados, um de frente para o outro, sem dizer nada por alguns segundos.

— Você quer ir? -o Uchiha perguntou.

— Você quer que eu vá?

    A bebida deixava as ações de S/n bem diferentes do habitual. Quando bebia, ela ficava mais corajosa para provocações e menos contida. As borboletas no estômago eram menos presentes com o álcool, então ela se sentia livre para dizer coisas que, quando sã, não diria.

— Sinceramente? -Madara respirou fundo. — Eu quero que você fique, mas não sei como reagir se você fizer isso.

    As palavras dele deixaram a garota curiosa. Madara não parecia ser o tipo de homem que levava jeito com mulheres, pois era tímido para isso, só pensava em guerras e batalhas, ódio e liderança. Situações assim tiravam o Uchiha da zona de conforto completamente.

— Então eu fico. -S/n proferiu espontaneamente.

    Os olhos de Madara encontraram com os dela, brilhando de uma forma diferente. Talvez nem ele mesmo esperava por aquela resposta, então de fato, ele não sabia como reagir.

— Só quer complicar comigo, não é? -ele sorriu contido. — Mas então, o que você quer fazer?

— Olha, eu sei que você está de joguinhos comigo. -ela disparou de repente, pegando o Uchiha de surpresa. — Mas quero conversar mais com você, vamos beber mais um pouco?

— Eu acho ótimo. -ele proferiu.

    Os dois seguiram lentamente rumo à sala onde estavam antes, desta vez, sem a companhia de Izuna - que estava desmaiado no quarto -.

    Chegando no local, cada um sentou em uma poltrona, de frente para o outro. Madara pegou a garrafa de whisky e tomou um golaço, passando a vez para S/n. A garota respirou bem fundo antes de beber, pois sabia que estava prestes a perder a linha ou passar vergonha.

— O que você quer saber sobre mim? -perguntou ela.

— Quem sugeriu a conversa foi você, então, o que você quer saber sobre mim? -ele rebateu, com o olhar fixo.

— Bom... -ela fez uma pausa para tomar mais um gole do whisky, e passou a garrafa para Madara novamente. — Por que começou a me tratar diferente?

— Diferente como? -ele ergueu as sobrancelhas.

— Era rude, agora está um pouco mais gentil. -ela ponderou.

— Eu sou assim, gatinha, é o meu jeito. -ele deu um gole no whisky. — Não gosta?

— Gosto quando você é assim, não quando me trata mal. -ela torceu o nariz.

— Então você não gosta de mim, só de algumas versões que eu te mostro. -resumiu.

— Não tenho como gostar de alguém que eu não conheço. -ela concluiu, pegando a garrafa da mão dele. — Sua vez. Me pergunte algo.

— Por que desistiu do Senju? -ele perguntou rapidamente, como se estivesse esperando a oportunidade perfeita para fazer aquela pergunta.

— Não desisti. -ela sorriu sem mostrar os dentes. — Ele desistiu de mim, mas não foi nada demais.

— Então você não gostava dele. -o Uchiha afirmou.

— Gostava.

— Se gostasse, não aceitaria o abandono tão facilmente. -arqueou uma sobrancelha.

— Gostar é diferente de amar. -ela sorriu travessa. — Eu só amei a minha irmã e a minha mãe na vida, ninguém além delas.

— Não consegue?

— Não.

— Eu também não. -ele desviou o olhar.

— Você não parece ser perito no assunto "amor". -S/n observou, irônica.

— Nenhum pouco. -ele riu, colocando ambas as mãos no apoio da poltrona. — Mas as pessoas falam tanto sobre isso. As vezes me pergunto como deve ser.

— É o que você sente pelo seu irmão. -ela dá um golaço no whisky e entrega a garrafa para ele. — Ou não sente?

— Izuna é tudo o que me restou, S/n. É claro que eu sinto. -ele felz uma pausa. — Mas você não entenderia.

feiticeira • entre uchihas e senjusOnde histórias criam vida. Descubra agora