CHICKS ARE TROUBLE

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Você já ouviu falar de Rock and Roll? Pois é

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Você já ouviu falar de Rock and Roll? Pois é. Não é só música. Não é só rebeldia. É mais que isso. É onde eu vivo, e quer saber? Não há lugar melhor no mundo.

É onde aprendi a encontrar o melhor na pior das pessoas. Um dia você está lá em cima, no palco. Tudo que existe nesse momento são: adrenalina, rock and roll e mulheres. E depois?

Depois tem os bares de strip, garrafas com etiquetas de esparadrapo com seu nome escrito, garrafas vazias. Quartos de hotel, cervejas por todo lado e ocasionalmente, uma TV arremessada pela janela. Acontece, essas coisas são pesadas e às vezes caem, não sei explicar.

Tem gente que gosta de contar como o rock'n roll foi a salvação, como curou uma alma solitária, e olha, talvez seja verdade. Mas para mim, na real?

Se o rock'n roll é a minha salvação, foi porque me empurrou para o fundo do poço mais cedo, mas isso vocês vão ver depois.
Tenho um pai em algum lugar no mundo, e uma mãe sete palmos debaixo da terra. Cresci em vários lugares, o último foi uma casinha no subúrbio de Idaho com meus avós.
A minha mãe? Sempre dependia de qual era o namorado novo: alguns ficavam por meses, outros poucos dias. Apanhei de alguns, e era carregado nos ombros e ganhava brinquedos de outros.
Alguns não queriam saber de mim e então a minha mãe resolvia rápido: me colocava num ônibus para onde quer que minha avó Nona e meu avô Tom estivessem morando. Eram muito pobres e meu avô trabalhava como mecânico, um veterano da Coreia que como muitos outros, foram abandonados pelo país que defenderam. Então, mudavam o tempo todo atrás de trabalho, enquanto minha mãe mudava o tempo todo atrás de um namorado.

Definição de uma infância mágica: quando sua mãe desaparece e aparece de novo totalmente do nada.

Meu avós? Eles eram legais, era o único amor real que eu tinha certeza que recebia, mas não tinham a menor ideia do que fazer comigo, então na maior parte do tempo eram somente eu, um violão desafinado que aos poucos fui consertando com os trocados que recebia lavando carros, passando alcatrão em garagens, ajudando velhinhas a carregar compras.
Aos 14 anos minha mãe bêbada brigou comigo para defender um desses namorados. Antes de ser mandado para meus avós, estava tão puto por ela me descartar assim que fiz a coisa mais insana, a primeira de muitas: fiz um talho enorme no braço, com um facão de caça que meu avó me dera. Pra quê? Para a polícia prendê-la. Disse que ela me atacou e ela passou bem perto de ser presa, mas acabei resolvendo que não valia a pena perder tudo e ir para um orfanato por causa dela. Mas dia seguinte, estava indo para Santa Fe, Novo México, onde meus avós estão morando.
Aos 16 anos, ela voltou e disse que está arrependidA por todos aquele anos indo e vindo, mais um vez acreditei. Quando cheguei na nova casa dela, uma primeira surpresa muito boa: nenhum homem ali. Uma casa limpa, sem cheiro de maconha nem garrafas espalhadas.
Um mês que tive uma pequena amostra do que era o amor materno...e ela morreu. Só anos depois que entendi que foi suicídio, comprimidos. É o que eu chamo de Abandono Final. Ela voltou na minha vida só para isso.
Dois dias depois estava de volta para a Nona e o Tom. Um mês depois, já tinha colocado o pé na estrada e vim parar em Lod Angeles, mais precisamente, nas sarjetas da West Hollywood, trabalhando numa porra de restaurante grego lavando pratos. Passava as noites na Sunset Strip, com uma garrafa de Coca-Cola 10% de refrigerante e 90% uísque.
Triste, né? As pessoas vêm e vão, a gente que não aceita o que é normal quando dói.

E é isso: durante os 3 nos seguintes, estive em mais bandas do que consigo contar em duas mãos. Na maioria fui expulso, outras eu saí, mas em todas, sem exceção, tiveram dentes quebrados, hematomas e ossos quebrados.

Mas olha que imbecil eu sou!

Você deve saber quem eu sou a essa altura, ou pelo menos já ouviu seus pais falarem a meu respeito, provavelmente você foi concebido enquanto seus pais ouviam a distorção da minha banda. Sou eu, Sparky, o primeiro e único, um dos poucos baixistas que se ouve falar...é, piada de músico, mas hey! Estou um patamar acima dos bateristas. Pelo menos as pessoas vêem que estou ali sem precisar fazer malabarismos com uma baqueta.

Talvez você não saiba, mas um segredinho: a maioria das bandas começam por um baixista e um baterista. Quando decidimos o que queremos ser, aí procuramos um guitarrista e um vocal. É isso. Ou vocês acham mesmo que um vocalista exibido e um guitarrista carente de toda atenção que puder conseguem chegar sozinhos em qualquer acordo?
E foi assim que fundamos o Dazzle. E provavelmente você foi concebido pelos seus pais enquanto ouviam "Chicks Are Trouble". Não entendo como a letra dessa merda virou hino romântico, afinal, a letra faz jus ao título. Talvez eu tenha sido o cuzão da história, pois o que inspirou a letra foi uma situação feia com três groupies. E fiz a besteira incrível de pedir uma delas em casamento. Talvez se tivesse esperado estarmos a sós, ela teria dito sim, ao invés de quebrar uma garrafa de uísque na minha cabeça.

Quer saber o pior?

O pior é que eu não lembro de nada disso! Acabei escrevendo "Chicks Are Trouble" depois que o nosso produtor, Cliff me encontrou no corredor em direção ao elevador do hotel na noite seguinte com aquele olhar de "não sei porque não desisto".

As três viraram melhores amigas depois disso, e como boas amigas, espalharam o ocorrido.

Pois é, olhar feminino é alerta de perigo. Ou melhor,"Chicks Are Trouble".
E essa mina...ela era baixinha, não mais que sei lá, 1,65m, cabelos pretos sempre desgrenhados, olhos azuis, um nariz arrebitado bem na pontinha. Também estava sempre com o maxilar tenso, parecia um chihuahua possuído pelo satã.

Mesmo assim, ela às vezes tinha estrelas brilhando nos olhos. Essa sim, era encrenca.
*********UM ALÔ DA AUTORA******
OLÁ ESPECIAL PARA VOCE QUE ACAOU DE CHEGAR
E OLÁ ESPECIAL PARA VOCE QUE ESTAVA LENDO "CACHORROS MORTOS NO DESERTO " NO MEU OUTRO PERFIL!
🫀Essa conta nova é onde deixar minhas fanfics e romances "fofinhos"(leitores old school da tia sabem que fofura não é me forte, então vamos chamar de "fofura brutal")
🫀essa fanfic em particular está com os nomes trocados porque eu ia fazer uma ficção num primeiro momento, mas resolvi depois que seria um fanfic, e ia ser mó função trocar os nomes então deixar aqui;
DAZZLE= MÖTLEY CRÜE (banda do meu coração desde os 11 aninhos, junto do Aerosmith-o antigo, anos 70 até aos 90,Please!)
SPARKY = NIKKI SIXX
RAZZLE = VINCE NEIL
TONY = TOMMY LEE
JACK = MICK MARS

VENOMOUS SINS = GIRLSCHOOL
PIPER "MAVIE" DUFORT = Mia Coldheart (Crucified Barbara)
Cherry = Poison Ivy Rosarch (The Cramps)
Vanity = Fernanda Lira (Nervosa)

Se vc gosta de rock, recomendo fortemente acompanhar as músicas, exemplo: nesse cap tem uma música lá em cima e aqui embaixo !

As referências são:
- The dirt (Netflix)
- The Dirt (o livro)
- Diários da Heroína (Nikki Sixx)
- The First 21 (Nikki Sixx)
- Lemmy (a biografia)
- Sid & Nancy (filme- não sei onde tem, assisti nos tempos de VHS)
- The 80's (Doc VH1, tem no youtube)
- Prey For Rock'n Roll (é um filme alternativo de uns 20 anos atrás, meio ruim de achar, na época baixei no PirateBay e queimei em DVD)
- Experiências pessoais de backstages, sexo, drogas e rock'n roll que essa autora maluca que vos fala viveu - e ainda vive, só que com mais calma e menos raiva - desde 1998 até hoje

Boa leitura, comentem, xinguem, riam e se emocionem - aviso: nesse livro ninguém é certo, aliás quanto mais errado melhor! 🤘🏻🫀🌹☠🔥💣💋

STARRY EYESOnde histórias criam vida. Descubra agora