Um anjo caído

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— Acho que é melhor eu ir... — ela se levantou tão rápido que parecia que estava fugindo de um incêndio.


— Mas...

— ... A gente se vê amanhã no estúdio, ok?

— Você não me disse o que achou...

— Eu tenho que ir.

Eram uns quatro passos para chegar à porta e eu devo ter dado dois passos no máximo, pois era uma porta antiga que emperrava o tempo todo, não importava quantas latas de WD40 eu gastasse nela.

— Obrigada. A gente se vê amanhã no estúdio.

— É. Acho que sim. — em uns poucos segundos de silêncio constrangedor, finalmente consegui superar a hesitação, como se um fardo de correntes se quebrando e caindo no chão ao meu redor. Mas não queria beijá-la; queria que ela quisesse me beijar; essa era a fonte de toda a minha hesitação. Não segurava seu rosto, apenas a abracei devagar. Por um átimo, perdi a respiração quando ela colocou as duas mãos no meu peito, pensando que ela ia me afastar. Mas na verdade, suas mãos subiram pelo meu peito e pescoço, até segurar meu rosto com as duas mãos.

Meu coração batia com tanta força que eu jurava que ela conseguiria ouvi-lo, De certa forma, era estranho acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Por que ela não era a mesma Mavie. Queria dizer que ela não era mais aquela maluca chapada que me levou para a casa dela de manhã depois do Rainbow, que ela estava mais madura. Mas não era isso. Parecia frágil, e me segurava como se fosse o último refúgio, e isso não era a Mavie que eu conheci.

Senti por ela naquele momento, mesmo que quisesse ajudá-la. E ela precisava de ajuda, eu estava disposto, mas daria tudo para que ela não precisasse. Sempre soube que ela merecia mais.

Ela estava tão magra na época que quando a peguei no colo, fiquei com medo de quebrá-la. Os lábios dela ainda estavam colados nos meus enquanto seus olhos estavam abertos, fixos nos meus, e a deitei no meu colchãozinho, que nunca foi um problema, mas naquele momento parecia a coisa mais inapropriada. Por que a verdade é que já tinha condições de comprar uma cama decente, ou pelo menos um colchão novo, mas a primeira turnê nos deixou atordoados demais para sequer lembrar que era uma necessidade real.

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Estava nesse estado mesmo que o Bret fala. Estava frágil, magra, quebradiça, solitária...estava...uma junkie total. Era estranho e ao mesmo tempo me enchia de esperança o jeito que ele me abraçava, como ele me beijava e me olhava sempre diretamente nos olhos sem me afrontar. Não havia mais ruído nenhum, só a respiração leve dele misturada com a minha enquanto ele tocava a minha pele com a ponta dos dedos, com tanto carinho, com tanto cuidado que sentia um nó se formando na minha garganta que ia e voltava. Não era com isso que eu estava acostumada.

Ele beijava meu pescoço e descia pelo meu ombro, sem pressa nenhuma de tirar a minha roupa, e voltava a beijar a minha boca. Um arrepio quase insuportável subia pela minha espinha e eu precisava de algo mais e tentei tirar a camiseta dele. Parecia que eu quebrei o barato dele, porque ele parou e sorriu, se divertindo com toda a minha pressa, levantou os braços para me ajudar. Eu lembrava daquela pele bronzeada e do corpo magro, mas agora ele tinha o abdome definido e o tórax era firme. Acho que estava surpresa, porque só via homens mais...fortes assim correndo na praia, mas nunca me interessei em ver mais de perto. Não era meu tipo.

Seus joelhos estavam cada um de um lado do meu corpo, tirei minha camiseta preta (da minha própria banda) e ele puxou meu rosto para cima e me beijar mais enquanto abria meu sutiã. Me empurrou levemente usando o próprio corpo para que eu me deitasse, desabotoou minha calça, eu desabotoava a dele. Assim que consegui tirar uma das pernas da calça, puxei-o dobrando os joelhos ao redor de seu corpo para se deitar em cima de mim.

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