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- ISBN: 978-65-00-40792-1
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🌹🫀 Atenção para o top de 5 segundos!
🌹STARRY EYES...
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Durante um bom tempo ninguém estava falando comigo mais que o necessário, mas eu não tinha certeza se era porque eu quando eu não estava trincado, estava bêbado e à procura de mais drogas. E quer saber? Ficava puto da cara com isso, porque ninguém ali era um santo. Ninguém! Era uma hipocrisia do caralho, ou pelo menos eu achava que era. O Tony era o único que às vezes colava na minha casa, sempre com um balão de ChinaWhite(persian rock além de vir meio empedrada na maioria das vezes, até dava pra moer e transformar em pó para cheias...mas além de ser muita função, tem um gosto esquisito de terra e é bem desagradável) e ficávamos cheirando e ouvindo música. Às vezes eu ia pro quarto, mandava um pico e voltava, mas o Tony não curtia muito injetar, então, a heroína entrava pela veia de um e pelo nariz de outro.
Naquela noite, fomos pra minha casa e nos trancamos no quarto com os pinos, as seringas e um pacote de 30 agulhas que a Mavie tinha conseguido, e deixamos quantas seringas prontas conseguíamos até a fissura ficar insuportável, não tenho ideia de quantas foram.
A ideia não era essa: era arrumar alguma garota lá no Troubadour mesmo, e mandar ver. Se possível, na mesa dela mesmo, bem na cara dela pra ver como ela ia se sentir. Basicamente, repetir o mesmo feito, acho que durante um show em Salt Lake City, ou Kansas, não lembro. O que eu fiz? Péssimo de contar, mas jurei ser honesto em tudo aqui. Odiava, mas odiava com todas as forças o A&R da Gravadora, um magrelo com cara de nerd que estava sempre lá para garantir que a galinha de ovos de ouro não iria deixar a cesta vazia. E não era só grana: graças a nós, ele conseguia várias minas, e nos últimos shows, estava sempre com a mesma garota, estrada acima e abaixo. Quando ele finalmente a levou para o camarim depois de um show para apresentar a banda (porque evitou o máximo que pôde - não era nenhum idiota), puxei ela para um canto e quando ele lembrou que a namorada estava ali (estava ocupado demais puxando o saco de patrocinadores), ela estava debruçada de frente na mesa, as garrafas balançavam e caíam a cada estocada que eu dava no traseiro dela. E o que ele ia fazer? Me demitir? A ideia era repetir esse "tratamento VIP" e rasgar o coraçãozinho precioso da minha junkie favorita no Troubadour.
Mas estava trincado demais quando cheguei e praticamente esqueci o que fui fazer lá. Então, acabamos no meu quarto, com um disco do Mott The Hoople e preparando seringas. Eu não sabia, mas ela tinha tomado um ácido antes de tocar e às vezes não falava nada com nada, levantava e ficava em pé na cama e segurava no dossel como se fosse um trepa-trepa no parquinho, e eu previa que aquela porra ia quebrar e ela ia quebrar a bacia caindo de bunda no chão.
— Desce daí, porra...já chega dessa merda... — eu pedia enquanto continuava preparando mais uma seringa e mandava um tiro de zombie dust.
— Mas é tão gostoso! Já fez isso? Devia tentar...
— Se eu fizer isso a única coisa que vai acontecer é ficar em pé do lado da cama
— uhhhh é que ele é grandão... — ela ainda estava se pendurando e começou a dobrar os joelhos para balançar acima da cama.