HE WAS BAD, HE WAS NEVER GOOD

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Não queria trincar depois do show naquela noite em Las Vegas

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Não queria trincar depois do show naquela noite em Las Vegas. Era até irônico, eu estava no lugar certo para trincar, mas por algum motivo não parecia certo. Na verdade, mesmo que quando subia no palco tudo pegasse fogo e estávamos exaustos a cada show, quando descia e voltava para o camarim e respirar um pouco, parecia que até respirar não valia a pena. 

Voltávamos para o hotel às vezes, outras vezes seguíamos direto com o avião para a próxima gig. Não era nada diferente, era a rotina de turnês há 5 anos e mesmo assim, as coisas começavam a parecer sem sentido. Por um lado, pensava em trincar e chegava a sentir os nervos agitados como se já corresse nas minhas veias. Por outro, a minha mente com certeza me enlouqueceria com imagens do passado, com perguntas sem sentido. 

Mas precisava segurar a onda. Os caras foram para uma casa chamada Best Strip Club. Parecia mesmo ser a melhor, mas a melhor coisa que eu queria era tomar um banho e me deitar na cama. Na manhã seguinte, ia pegar a guitarra e começar a trabalhar na melodia para algumas letras novas que tinha começado. Não conseguia dormir, pedi serviço de quarto, a comida veio e não sentia apetite o suficiente nem para me forçar a comer. O que eu estava fazendo ali? Quem eu era além de um babaca drogado que escrevia umas músicas de rock'n roll

Não passava de um babaca drogado, um fardo que todos carregavam porque sem as músicas que eu criava, não existiria Dazzle, não existiriam discos para comprar e nem ingressos para vender. Todos ganhavam muito só para me manter vivo. Não era nada para eles além de uma galinha dos ovos de ouro. Por outro lado, eu sabia que oferecia drogas para o Razzle quando ele estava em condicional e não podia sequer beber. Sabia que demitia o Doc e o Phil sempre que eles se recusavam a fazer algo que eu quisesse. Sabia que afastava a Mavie e que todos estavam de saco cheio, até o Tony. 

Por algum milagre, me senti um pouquinho menos fracassado por ter cheirado algumas carreiras com o Tony e segurado a onda. Por outro lado, não conseguia dormir, não sentia fome e estava abandonado de novo; como havia sido desde o começo da minha vida. Não tinha ninguém, todos estavam comemorando bebendo nas tetas das strippers, o Jack estava na dele, mas bem, ele sempre marchou no próprio ritmo. Estava vazio, ao mesmo tempo que minha mente estava cheia... não havia ninguém para conversar. Olhei para o telefone, me perguntando onde a Mave estaria. Não sabia porque a Venomous recusou o festival em Las Vegas, mas ao mesmo tempo sentia nos ossos que era decisão delas, nada pessoal. 

Mas se ela estivesse lá, tudo seria mais fácil. Ela era boa em soprar as nuvens pretas, com ou sem drogas. Não sabia onde encontrá-la, mas sabia por onde começar. 

E de fato, se eu era um cuzão insuportável, em boa parte era porque não aceitava um não como resposta. Tinha um número na minha agenda que seria útil.

-- Vanity? Não desliga...é o Spark, me diz uma coisa e eu te deixo em paz...
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Eu odiava, detestava, simplesmente evitava de todo e qualquer jeito visitar a minha mãe. Tinha um festival em Las Vegas em breve, mas recusamos em troca de alguns dias de folga, e juro que não tenho a menor ideia do que estava pensando quando decidia ir visitar a minha mãe. 

STARRY EYESWhere stories live. Discover now