C'mon let's go!

41 4 31
                                    

Acelerando pela estrada
Deixando a vida tediosa para trás
Uma milha a menos, um dia a mais
Procurando um pouco de ação nas nossas vidas
Vivemos do nosso jeito
Vivendo o momento
Vem, vamos nessa!
Os motores rosnando em fúria vermelha
Vamos chegas às maiores alturas

A mente acelerada e insana detona minha mente
Você sabe que hoje vamos chegar ao céu
Fazemos nosso movimento
E você sabe que nunca vamos perder.

Não chegou a ser a pior noite para nós, já quanto aos dois, Doc e Phil? Prefiro não perguntar. Era um lugar entediante. Depois de um determinado horário, todos os bares fechavam e não havia sequer um grilo cantando no calor da noite. Dessa vez, era uma coisa grande, o Five Seasons, mas....

Uma cidadezinha caipira e conservadora. Como um ovo de ouro no cesto de ovos comuns. Novamente: estávamos insuportavelmente entediados. Com toda aquela vodca, toda a cocaína e heroína que eu estávamos consumindo CHEIOS DE CERTEZA que ninguém estava percebendo, esvaziei a última garrafa de Jack Daniel's que tinha no quarto. Então, resolvemos ver se tinha ainda no quarto da Cherry. A Vanity nem sequer abriu a porta.

— E agora? Fodeu! — ela estava com as mãos na cintura como uma mãe furiosa esperando que eu arrumasse a bagunça. — Não sobrou mais nada! Nem uma cerveja!

— Vou dar um jeito nisso. Vamos.

Puxei ela pela mão e voltamos para o nosso quarto. Enquanto ela esticava umas carreiras na mesinha de cabeceira, liguei para a recepção.

— Preciso de serviço de quarto aqui, 2808.

Pois não senhor?

Duas garrafas de Jack Daniel's e se puder, pode trazer o estoque de cerveja que tiverem aí.

Sinto muito, senhor. Regras do hotel: não servimos álcool depois da meia-noite, já são quinze para as três.

Olha só, cara. Quem tá pedindo é o Sparky Dee, baixista da Dazzle, provavelmente já comi a sua filha num camarim, se não for comer amanhã mesmo. Te dou dez mil dólares por cada garrafa que você trouxer e ainda deixo tua filha em paz. Ou peço desculpas, sei lá.

— Que merda você tá falando? — ela riu enquanto enrolava uma nota e colocava no nariz.

— Pára de rir, vai assoprar o pó pra toda parte, imbecil!

Do outro lado, só ouvi o homenzinho respirar fundo. Depois de um suspiro longo, ele respondeu:

Senhor, vá dormir. O senhor já está bêbado demais. Boa noite.

E simplesmente desligou na minha cara. Joguei o telefone pro lado e peguei um pouco da cocaína que a Mavie deixou preparada na mesa.

— Nada feito?

— Nada...mas tem um outro jeito...me pergunto se os caras já terminaram de foder as minas que eles trouxeram...talvez...

— Vamos.

Disparamos para o corredor procurando o quarto do Tony. A porta estava entreaberta e ele estava sozinho, só com uma calça jeans e os cabelos espalhados e desgrenhados como um cocker spaniel na chuva...

— Hey, caras! Qual é, acabou a festa?

— Acabaram a nossa festa, Tony...porra, tem alguma bebida aí?

Com dois passos largos, abriu o frigobar e sacou duas garrafas de cerveja e jogou para nós.

— Mas vocês tem alguma coisa pra pagar né?

A Mavie deu um gole e com um risinho maldoso, foi até ele e o abraçou.

Ele eu não sei...mas você pode tirar a calça e eu te pago pela cerveja agora.

STARRY EYESWhere stories live. Discover now