AGORA SIM, ACABOU

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Durante os meses seguintes, passei a me dividir em vários pedaços: tinha mais uma banda, tinha a Dazzle ainda que menos frequentemente, tinha um programa de rádio e minha família. Agora me dividia mais um pouquinho para passar pelo menos uma noite com ela enquanto estava em casa.

Um dia resolvemos que era a hora de conhecermos as famílias um do outro. No primeiro dia, ela veio para minha casa. Fiz o jantar. Nada de ovos. A North não quis ir dormir e a Frankie teve aulas de bateria na garagem. Em um momento, eu fui dormir e deixei as garotas a sós. Uma coisa nunca muda: Chicks Are Trouble, e eu estava sozinho em casa com três delas. A North adorou conversar sobre livros (ela estava numa fase de Anne Rice que encontrou na minha estante),a Frankie adorou ter as unhas pintadas. Por isso, achei melhor deixá-las ter a "Girls night" delas. Quando acordei, as meninas estavam dormindo cama uma em sua cama e a Mavie no chão entre elas.

Quando conheci o Patrick, fiquei surpreso com a diferença que aquele garoto causava nela. Ele veio correndo para a porta com um abraço, pulou no colo dela e ela o encheu de beijos. Por um segundo pensei que estava sendo esquecido. Então, enquanto ele ainda estava agarrado e as perninhas enroladas na mãe como um macaquinho, fui finalmente apresentado. Estendi a mão para apertar a dele como bons homens fazem, e ele saltou do colo dela para o meu. Levamos ele para uma volta na praia, o passeio favorito dele, depois voltamos para a casa dela. Jantamos pizza e depois desenhamos. Ela tinha separado um quarto para ele criar tudo que quisesse, e o lugar parecia um pouco com aquele apartamentinho perto do Whisky, que eu dividia com o T-Bone e onde eu...bom, esquece. Não gosto de lembrar de maus momentos e performances ruins, nos palcos e na vida sexual, então...vamos falar do quarto: Tinha desenhos em todas as paredes, papéis espalhados, um violão, guitarras, até uma bateria infantil. Fizemos uma pequena jam session com ele.

Depois do fiasco do meu casamento com a Donna, tinha falado que não queria mais saber de casamento. Mas aquele comichão começou a se espalhar de novo... um dia, enquanto ela estava fazendo uma sessão de fotos para uma exposição, fui para o cinema com a North.

— Por que você não casa com ela? — ela me perguntou enquanto enfiava a mão no balde de pipoca — Eu, no seu lugar já teria pedido

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— Por que você não casa com ela? — ela me perguntou enquanto enfiava a mão no balde de pipoca — Eu, no seu lugar já teria pedido...

Você? Mocinha, você só tem dez anos! — ela ignorou meu lembrete e jogou uma pipoca em mim.

— Exatamente. Se você não pedir, eu vou pedir por você. Ninguém recusa o pedido de uma criança, não é?

Eu não sabia o que dizer.

— Além do mais, o Patrick é um menino legal. Vai ser divertido ter mais um menino em casa.

— Tudo isso é porque você quer um irmão?

— Eu não aguento mais dividir o quarto com a Frankie. Aí a gente precisaria de uma casa maior, com mais quartos...

— É uma motivação justa. Vou pensar nisso.

STARRY EYESWhere stories live. Discover now