Capítulo XXII - BRUNO

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Após conseguir visitar a Malu e ver com seus próprios olhos que ela estava em situação de miséria, Bruno conseguiu contato com o tal "pássaro" e está aguardando seu retorno.


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Acordei com batidas na minha porta. Chegava a ser engraçado a ironia desse simples gesto. Eu era um prisioneiro nesse lugar e as pessoas batiam na minha porta para não invadir minha privacidade.

- Ainda estava dormindo? - perguntou o médico, entrando no meu quarto.

Sentei-me tentado a usar um pouco de sarcasmo com ele, mas eu tinha prometido que ia me comportar.

- Custei a dormir ontem – respondi.

Eu sabia que o médico era telepata e, por isso, eu tentei manter minha mente focada em qualquer tipo de pensamento tosco, que não denunciasse que eu tivera uma visita inusitada no dia anterior e que minha insônia fora causada por ela.

Sem dizer nada, ele se aproximou de mim e se sentou na beirada da cama. Sua expressão exalava serenidade, coisa que eu não via há tempo.

- Ontem você percebeu que eu sempre cumpro a minha palavra – começou, sério. - Espero que você faça o mesmo.

- Eu também cumpro a minha, doutor – respondi. - Não se preocupe com isso.

Permanecemos em silêncio por algum tempo, até que ele finalmente se levantou e foi embora. Senti-me grato, pois alguns minutos depois, o pássaro apareceu na janela novamente.

Como a janela do quarto ficava pregada o tempo todo, indiquei a janela do banheiro que possuía uma abertura. Ela era pequena para uma pessoa, mas bem grande para um pássaro.

Ele pousou na pia e notei que tinha alguma coisa presa a pata dele. Ao tirar, percebi que se tratava de um papel muito bem dobrado e um lápis tão pequeno que não sei como alguém conseguiu segurá-lo entre os dedos para escrever. No papel tinha um recado.

Bruno

Você não me conhece, mas eu sei quem você é. Meu nome é Tavinho (Otávio, na verdade, mas isso não vem ao caso). A questão é que estamos observando a Malu há alguns dias e sabemos que a situação dela não é nada boa. Você é a pessoa ideal para nos ajudar com informações para arquitetarmos um plano para tirá-los daí. Espero poder contar com a sua ajuda. Mande sua resposta na pata da Dani.

Tavinho

Eu já tinha ouvido falar nesse nome, mas não fazia ideia de quem era esse cara. Mas se existia uma possibilidade de tirar a Malu daqui, é claro que eu estava dentro. Respondi o bilhete com um simples 'sim' e rasguei uma beirada da folha para escrever outro bilhete.

Quando terminei, amarrei os dois nas patas do pássaro e disse:

- Esse é para a Helô.

Com um aceno o pássaro foi embora, deixando-me cheio de esperança.

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Finalmente coisas boas estão acontecendo, gente. 

Alcançamos ontem a melhor posição no ranking (#3) com As Últimas Cobaias. Muito obrigada pelo apoio e por tornarem meu sonho possível. Vocês são os melhores <3 <3

Beijão e até amanhã.

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now