Capítulo CXLV - DANI

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– Que sorriso bobo é esse, Mag? – perguntei, entre risinhos.

Que a minha irmã andava esquisita ultimamente, isso não era novidade para ninguém. Eu só não podia deixar de zombar dela por esse motivo, porque isso era bem engraçado.

– Sorriso? Eu nem estou sorrindo – tornou, impaciente.

– Está sim – disse o Tavinho. – E daqueles sorrisos bem bobos. Tipo aqueles que o Tonho dá quando está perto da Sara.

Ele fez uma careta e eu e a Iolanda rimos.

– Vocês estão falando isso só para me irritar – respondeu, cruzando os braços.

– Você gosta dele, não gosta? – indagou a Iolanda. – Não precisa ficar com vergonha. Somos seus amigos.

Ela fitou o chão por um tempo e pude perceber que suas bochechas ficaram vermelhas. Aquela reação significava um sim enorme.

– Por que você não conta isso para ele? – insisti.

– Vocês estão loucos? – devolveu, alarmada.

– E como é que ele vai saber que você gosta dele? – perguntou o Tavinho, arrumando os óculos. – Quem consegue ler pensamentos é a Malu, não o Joca.

– Ele simplesmente não vai saber. – Deu de ombros. Ao notar nossas expressões de espanto, tentou se desculpar – E se ele não gostar de mim? Como é que vai ficar a nossa amizade?

Sem conseguir me conter, revirei os olhos e bufei com impaciência. Eu tinha só onze anos e seria eu a dar conselhos amorosos para a minha irmã mais velha? Isso era patético, mas o que eu poderia fazer? Uma hora eu poderia usar isso a meu favor.

– Se ele não gostar de você é porque ele é um completo idiota. Você é bonita e é esquisitona igual a ele. Puxa! Vocês devem ser almas gêmeas, Mag – expliquei, como se fosse óbvio.

– Ela tem razão – concordou a Iolanda. – Além do mais, ninguém sabe como nosso plano vai terminar. Eu não ia querer que o cara que eu gosto fosse para a segurança máxima sem saber disso.

– Você deveria ir até lá para contar isso para ele – concluiu o Tavinho. – E se eu fosse você, faria isso logo, enquanto as coisas estão paradas. Não vai demorar muito para que algo aconteça e daí vai ser tarde demais.

Nosso discurso pareceu ter surtido efeito, porque ela se levantou num salto e, com um sorriso tímido, saiu correndo porta afora.

– Você acha mesmo que alguma coisa vai acontecer? – indaguei, alarmada.

– Não sei, mas ela precisava de um empurrãozinho. – Deu de ombros.

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Será que agora vai?²

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As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now