Capítulo CLXXI - DANI

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Eu me lembrava de tudo o que tinha acontecido, inclusive do desespero da Mag e do chororô do Tavinho. É claro que eu jamais contaria a ele sobre isso, porque seria muita covardia da minha parte, mas aquilo me mostrou que, mesmo que duvidasse disso muitas vezes, eu era amada por todos eles.

Ele estava ali, na beira da minha cama, me metralhando com suas perguntas e eu respondia a todas elas com a maior felicidade. Quando a gente quase morre, passa a dar valor para essas coisas simples.

– Tem certeza que não quer que eu peça para alguma enfermeira trazer uma almofada extra? – insistiu, arrumando os óculos.

– Tenho, Tavinho. Eu estou ótima.

A porta se abriu e a Mag entrou feito um furacão, correndo até a cama e me sufocando em um abraço assassino.

– Você está bem? – perguntou, sem me largar.

– Estou, mas se você continuar me apertando desse jeito, não sei se vou continuar assim – respondi, livrando-me dos seus braços. – Está tudo bem, Mag.

O Joca, o Tião, a Iolanda e a Nice me olhavam da porta, só para se certificarem que eu estava bem. Lancei um sorriso para eles e voltei a olhar para a Mag, que estava chorando.

– Você me desculpa, Dani?

– Pelo quê? Até onde eu sei a bota que me esmagou não era sua – disse, dando de ombros. – Você não teve culpa de nada.

Ela sorriu e voltou a me abraçar, mas desta vez com bem menos força do que antes. Tudo parecia estar bem, quando vimos a Suzana entrando no quarto, acompanhada de um dos médicos. Ela estava com cara de choro e nos olhamos assustados, porque entendemos que tinha acontecido alguma coisa grave.

– Você precisa voltar comigo, Tião – disse ela. – Aconteceu um acidente.

As Últimas Cobaias - Livro 3Donde viven las historias. Descúbrelo ahora