Capítulo XXXVIII - BRUNO

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Bruno vem se correspondendo com o Tavinho e com a Helô com bilhetes, na intenção de tentar tirar a Malu dali.


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Eu estava dormindo um sono leve e agitado. Deve ser por esse motivo que eu acordei com o simples ranger da porta e sentei num salto.

- Quem está aí? - perguntei.

Ainda era madrugada e o quarto estava bem escuro.

- Sou eu – disse uma voz lamentavelmente conhecida.

Suspirei, tentando controlar minha vontade de esganá-la e apenas perguntei:

- O que você quer, Flávia?

Ela aproximou-se devagar e parou em frente a minha cama. Mesmo sabendo que ela não se lembrava de nada, minha vontade era fazê-la pagar por tudo o que fizera.

Sem mais nem menos, ela chegou ainda mais perto e enfiou a mão debaixo do meu travesseiro. No susto, acabei a empurrando para longe e com toda a confusão ela correu para fora do quarto.

Sem entender bulhufas do que acabara de acontecer, voltei a deitar. Sempre tive o costume de deitar com a mão debaixo do travesseiro e foi por esse motivo que descobri um papel amassado ali,

Me encontra no final do corredor. O assunto te interessa bastante.

*

- O que você quer? - perguntei irritado.

Estávamos no final do corredor, como combinado. Não sei porque eu resolvera dar um voto de confiança a ela, mas por algum motivo eu estava ali.

- Nós não temos muito tempo. Daqui alguns minutos os guardas vão fazer a ronda do corredor e não podem nos pegar aqui, porque esse é o único ponto cego das câmeras – começou, num sussurro. - Eu lembrei de tudo, Bruno.

- Você está brincando – disse, estupefato.

- Foi na semana passada – continuou, ignorando meu choque. - Então eu lembrei que eu precisava tirar a Nice daqui de dentro e depois de investigar, descobri que sua namorada e o esquisitão sem braço a tiraram daqui, mesmo depois de tudo.

Não contive minha surpresa. Como eles tiveram o sangue frio de resgatar a pessoa que nos traíra da maneira mais baixa?

- A questão é que eu estou arrependida – continuou. - Não de ter vindo para cá, porque minha vida já não tinha grandes perspectivas antes, mas de ter armado a captura de vocês. Eu armei contra as pessoas que salvaram a minha irmã e isso é muito errado.

Concordei, ainda em choque. Aquilo estava bom demais para ser verdade. Eu já aprendera da pior forma possível que não se devia confiar nas pessoas dessa família.

Antes que eu tivesse chance de mandá-la para o inferno, um detalhe muito importante me veio a mente. Alguma coisa naquela historia não estava cheirando bem.

- Como o doutor não descobriu que você recuperou a memória? - indaguei, cético. - Ele é telepata. Vocês dois estão armando pra cima de...

- Eu também achei isso estranho – ponderou, interrompendo-me - Mas eu tenho uma teoria sobre isso.

- E qual sua teoria?

- Eu acho que o médico perdeu os poderes dele.

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Eitcha porra!! O que vocês acham?

Não esqueçam dos votos e do comentário.

Até amanhã ;*

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now