Capítulo XLI - BRUNO

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Bruno teve uma conversa um tanto inusitada com a Flávia. Resta saber se ela está falando a verdade ou não.


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Uma semana depois da minha conversa com a Flávia eu ainda estava encucado sobre o que ela me dissera. Por mais que eu tentasse não acreditar naquele monte de disparates que ela me contara, tudo fazia tanto sentido que era difícil de duvidar.

Como por exemplo o fato de existir escutas nos quartos. Se o médico realmente pudesse ler o que pensávamos não havia a menor necessidade disso, certo? Cheguei a pensar que o doutor esquisito estava só dando corda para que a Flávia se enforcasse, como ele fez comigo, fazendo-me acreditar que eu o estava enganando, quando na verdade ele estava privando a Malu de comida. Mas a Nice não estava mais aqui, como ela dissera antes, então não havia alguém que pagasse pelos erros da Flávia além dela mesma.

Com esse tanto de questionamentos na cabeça, achei melhor não compartilhar essa informação com o Tavinho. Eu tinha certeza que eles não acreditariam nela, assim como eu também não colocaria minha mão no fogo por aquela traidora.

Eu estava cumprindo meu papel direitinho. Estava fazendo tudo o que mandavam e obedecendo cada ordem daquela gente louca – exceto levar comida para a Malu, que era meu único deslize – e eles pareciam estar engolindo a minha encenação.

Quando a Dani apareceu na janela eu já estava com o recado pronto, dando as coordenadas para o resgate da Malu. Seria um plano muito arriscado, mas mais arriscado ainda seria mantê-la sem comida nesse lugar.

Após entregar o recado, deixei o quarto e encontrei a Flávia no final do corredor. O cabelo raspado e o uniforme do hospital a faziam parecer com todos os internos desse lugar. Na verdade, o único diferente era eu, pois usava essa droga de capacete.

- Você não fica no seu quarto? – perguntei, irritado.

- No meu quarto eu não consigo descobrir nada de interessante – respondeu em voz baixa.

- Então é isso? Você anda zanzando pelo hospital sem ninguém te barrar? - torno, demonstrando minha indignação.

- Eu recuperei mais do que só a minha memória – riu, dando uma piscadinha.

Parei por um instante, tentando entender o que ela quis dizer. Quando compreendi, quase não consegui conter a euforia.

- Você está dizendo que suas ilusões voltaram?

- E como você acha que eu ando pra lá e pra cá sem ninguém me notar, Bruninho?

Como eu não tinha pensado nisso antes? Tudo estava bem debaixo do meu nariz e eu não tinha notado, mas agora era hora de corrigir esse erro grotesco e se aproveitar da boa vontade repentina da Flávia.

- Eu tenho um plano em mente – sussurrei. - Vou te esperar aqui à meia-noite.

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Quem aqui está engolindo essa mudança de atitude da Flávia?

Viram a nova capa dA Segunda Geração? É a capa do livro impresso. Ficou linda, né? Para quem tem interesse em adquirir o livro com dedicatória e autógrafo (sim, estou me achando) vou deixar o link nos comentários novamente. Foram feitas somente 500 cópias, então está bem limitado.

Como alcançamos o #1 do ranking novamente, mais tarde teremos um capítulo bônus pra vocês.

Beijão e até depois.

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now