Capítulo CXLIII - BRUNO

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Telecinese é um dom poderosíssimo e, na maior parte do tempo, eu era muito grato por isso. Mas neste momento específico, em que eu tentava encontrar a Malu com certa urgência, a telecinese de nada me adiantava.

– A gente já vai encontrar eles – disse a Flávia, tentando me acalmar.

– Você fala isso porque já encontrou sua irmã e sabe que ela está bem – devolvi, impaciente.

– Nem vem, Bruno! Você não vai conseguir me atingir com seu mau humor. Eu estou feliz demais para cair na sua armadilha. E agora que você fez as pazes com a sua namoradinha, deveria estar feliz também, oras.

– Eu só vou sossegar quando encontrar a Malu, entendeu?

Ela deu de ombros e soltou um muxoxo, enquanto continuamos nosso caminho. Onde diabos ela tinha se metido? Eu já tinha trombado com um monte deles, mas ainda nenhum sinal da minha irmã.

Continuamos correndo pelos corredores por bastante tempo e, vez ou outra, algum enfermeiro cruzava nosso caminho, o que não mudava em nada nosso trajeto, uma vez que a Flávia conseguia distraí-los com suas ilusões.

Quando eu já estava quase desistindo, ouvi uma discussão acalorada perto de nós. Apurei meus ouvidos e, para minha sorte, reconheci a voz do Zeca. Eu jamais admitiria isso, mas fiquei muito animado em ouvir sua voz. Sem perder tempo, corremos até eles e lá estava a Malu, parada, discutindo com o Zeca, o irmão da Helô e sua melhor amiga.

– Viu só? Eu disse que ela está bem – desdenhou a Flávia.

Nesse momento eles nos notaram e, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, a Malu saiu correndo na minha direção e praticamente se jogou nos meus braços. Ainda bem que eu estava bem firme no chão, senão teríamos caído um belo tombo.

Retribuí seu abraço apertado e finalmente me permiti relaxar um pouco. Ela finalmente se afastou de mim e pousou a mão no meu rosto.

– Você está bem – afirmou, com um sorriso no rosto. – Caramba, Bruno! Você está bem!

– Você também. Nem parece mais aquele amontoado de pele e ossos de antes – respondi, em tom de brincadeira. – Eu senti sua falta, sabia? Não da sua teimosia, é claro. Já te disseram que você fica insuportável quando perde a memória?

– Mais do que você imagina – respondeu, lançando um olhar divertido para o Zeca.

A Flávia começou a bater palmas de maneira bastante sarcástica.

– Muito lindo o reencontro dos irmãozinhos, mas a gente precisa se apressar, não acham?

– O médico está tramando alguma coisa para tentar capturá-los, então tomem cuidado – advertiu-me o Zeca.

Concordei com um aceno de cabeça e seguimos pelo corredor.

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As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now