Capítulo LII - BRUNO

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Bruno está planejando uma maneira de tirar a Malu do hospital. O problema é que esse plano conta com a Flávia.


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Quando um dos enfermeiros bateu na minha porta e pediu que eu o seguisse, pensei por um breve momento que nosso plano tinha ido por água abaixo. Quer dizer, por qual outro motivo o doutor maluco iria me chamar?

Segui o enfermeiro em silêncio e parei em frente a porta da sala do médico. Só me dei conta do quanto estava tenso, quando levei a mão à maçaneta e percebi que estava tremendo. A imagem da Malu não saía da minha cabeça, assim como a lista infindável de coisas terríveis que eles fariam a ela só para me punir.

Assim que abri a porta, vi que a Malu e a Flávia estavam sentadas em cadeiras em frente a mesa dele. Quase não se conseguia vê-lo do outro lado, pois havia pilhas e mais pilhas de pastas e papeis.

– Sente-se, Bruno – pediu, assim que me viu.

Obedeci em silêncio. Olhei de soslaio para a Flávia, tentando notar qualquer evidência de que ela havia me traído, mas ela parecia normal.

– Chamei-os aqui para termos uma conversa – começou, enquanto nos encarava com seriedade. - Como sabem, amanhã seremos visitados por um renomado grupo de cientistas.

As duas concordaram com um aceno de cabeça.

– Não quero nenhum tipo de gracinha vindo de vocês – continuou, com um tom levemente ameaçador.

Enquanto a Malu se encolheu na cadeira, a Flávia permaneceu despretensiosa. Tentei imitar sua postura, uma vez que ele me conhecia bem. Se a teoria da Flávia estivesse certa, ele não conseguiria ler minha mente e não pegaria a minha mentira. Era um risco, mas à esta altura do campeonato, era tudo o que eu podia fazer.

– Fui claro?

– Sim – respondemos em uníssono.

Ele assentiu e nos dispensou.

Seguimos pelo corredor, acompanhados por dois enfermeiros. Estranhei quando eles saíram correndo, deixando-nos a sós.

– Explica pra ela – disse a Flávia, assim que notou que estávamos sozinhos.

- Explicar o quê? - indagou a Malu.

Levei um tempo para entender que ela enganara os enfermeiros, usando suas ilusões.

– O que você fez? – indaguei, quase surtando. – Você quer que ele nos descubra?

– Ele não vai nos descobrir – deu de ombros.

– Do que vocês estão falando? – insistiu a Malu, tentando entender a situação.

Suspirei, tentando colocar as ideias no lugar e me virei pra ela.

– Amanhã nós vamos te tirar daqui – comecei, abaixando o tom de voz. - Pessoas de confiança virão te buscar e...

– Pessoas da confiança de quem? – interrompeu-me, enquanto exibia uma expressão de indignação. – Porque da minha é que não são.

Bufei, revirando os olhos. Como ela conseguia ser tão teimosa?

– Pessoas da minha confiança e da sua também, mas você não lembra – expliquei, tentando manter a calma. - Mas eu não vim até aqui para pedir a sua permissão. É só um comunicado: amanhã você irá embora.

– E se eu não quiser? – tornou, colocando as mãos na cintura.

– Já parou pra pensar que você não tem querer? – indagou a Flávia, metendo-se na nossa discussão familiar. – Esse lugar é ruim. Essas pessoas te deixaram sem comida por semanas e mesmo assim você quer teimar em ficar aqui? Você comeu cocô, por acaso?

O argumento nada convencional da Flávia parecia ter surtido efeito, pois a Malu finalmente se calou.

– Se eu deixei comida para você por todo esse tempo é porque eu me importo com você – continuei, irritado. – E se eu estou dizendo que essas pessoas são de confiança, é porque elas são!

Ela pareceu finalmente entender o que dizíamos. Melhor assim, pois precisávamos voltar para o quarto antes que alguém nos descobrisse.

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Agora é oficial. A Malu desconfiada e chata está de volta!

Não esqueçam do voto e dos comentários. Adoro saber o que vocês estão achando <3

Beijinhos e até amanhã.


As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now