Capítulo CIX - MALU

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Tonho aceitou ouvir o plano.

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– E foi isso o que aconteceu – disse a Dani, após uma longa explicação.

– E agora nós não sabemos onde o Bruno se meteu – completou o Tavinho. – Pensamos que com a sua telepatia, talvez possa descobrir onde ele está, Malu.

Concordei com um aceno de cabeça e então fechei os olhos.

Bruno, você está me escutando?

 Malu? É você?

 Sou eu. Onde você está? A Dani disse que foi atrás de você, mas não te encontrou.

 É uma longa história. Basicamente eu fui transferido para essa ala depois que eu consegui usar minha telecinese, mesmo com o capacete. Eles fizeram um procedimento assustador na Flávia e, com medo, eu acabei arremessando todos os instrumentos contra a parede. Então eles me doparam e eu acordei aqui. Eles ficam me sedando o tempo todo, poque dessa maneira eu não consigo usar minha telecinese. Pelo menos, eu estou sem capacete.

 Mas você está bem? Eles te machucaram?

 Eu acho que estou bem, mas não tenho muita certeza.

Aproveitei a situação para falar com a Helô também. Ela devia estar com saudades de falar com o Bruno.

Quer mandar um recado pro Bruno? – perguntei na mente dela.

 Ah, quero sim. Pode dizer para aquele imbecil ir para o inferno e que ele é o maior frouxo que eu já conheci na vida!

 Eu estou escutando, sabia? – tornou ele, claramente indignado.

Admito que fiquei boquiaberta. Eu nem sabia que era possível acrescentar pessoas à conversas telepáticas. Isso seria bem útil.

 Que bom! Odeio ter que dar recados. Agora se você puder me tirar da presença telepática desse idiota, eu agradeceria, Malu.

Fiz o que ela pediu imediatamente. Eu nunca vi a Helô usar esse tom com ninguém. Nem nas brigas com o Tonho. Ela me assustou.

 O que você fez pra Helô? – indaguei, alarmada.

 Eu admito que fui um babaca com ela, mas eu só estou fazendo isso para poupá-la de mais sofrimento – defendeu-se. Eu não sei se vou conseguir sair daqui...

 Você vai sair e sou eu quem vai te tirar, está ouvindo? Se eu ouvir você falando essas asneiras novamente, eu juro que você vai se ver comigo – disse, zangada–   Agora eu preciso ir, mas eu volto logo. Fique bem.

Quando abri os olhos, todos me olhavam ansiosos, esperando por uma resposta. Todos, menos a Helô, que estava possessa.

– E aí? Onde ele está? – indagou o Tavinho.

Contei-lhes tudo o que o Bruno me contara – com exceção da briga entre ele e a Helô, é claro.

– Droga! Perdemos nosso informante lá dentro – xingou.

– Talvez não – disse o Zeca, parecendo animado. – Talvez a Flávia possa ser nossa informante.

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Beijo e até amanhã

As Últimas Cobaias - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora