Hora de colocar o plano em ação.
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– Já faz quase uma hora que nada acontece! – exclamei, frustrado.
– Você ouviu o que a Dani disse. A gente vai saber quando for a hora de agir – tornou a Nice.
Não pude evitar um revirar de olhos. Estávamos nós dois fazendo campana, escondidos em um prédio a poucos metros do hospital, atentos a qualquer movimentação suspeita. A Nice não era de muito papo, o que era bom. Se eu já não era de muita conversa em momentos bons... imaginem agora.
O clima estava perfeito para um momento como esse. Estava frio pra caramba e o sol não tinha dado as caras, o que significava que a rua estava quase vazia. Isso ia facilitar muito o nosso trabalho.
– Você acha que isso vai dar certo? – perguntou ela, depois de muito tempo de silêncio.
– Se eu não achasse, nem estaria aqui – tornei, dando nossa conversa por encerrada.
Acho que ela não gostou muito da minha resposta, pois, de canto de olho, pude notar sua careta. Não que eu me importasse com isso, é claro. Eu não estava nem aí.
Eu já estava ficando entediado de verdade, quando vi um pássaro se aproximando e pousando no chão. Mesmo que eu já tivesse visto a Dani se transmutando algumas vezes, ainda era surpreendente.
– Sinal verde, Joca. Agora é com você – disse ela, transmutando-se no pássaro novamente e voando dali.
Eu sabia que entrar no hospital seria a parte fácil do plano. Especialmente quando a guarita estava vazia e a cancela aberta. Agora eu tinha que dar um jeito de achar o gerador de energia e fazer a minha parte do plano.
– Você sabe onde fica a sala do gerador? – perguntou a Nice.
– Provavelmente no subsolo – respondi, sem ter muita certeza. – É o local mais provável.
O corredor estava completamente vazio, mas eu sabia que era uma questão de tempo até tudo voltar ao normal. Eu tinha que fazer a minha parte o mais rápido possível. Ainda bem que logo a Nice achou a escada enclausurada que levava até o subsolo.
Descemos às pressas, descendo dois, às vezes três degraus de cada vez. Quando vimos a indicação do subsolo saímos de lá e dei de cara com a cena mais linda que eu poderia ver naquele momento. Aquela porta com uma enorme placa amarela, com uma caveira e um aviso de PERIGO.
– Fica afastada – adverti. – Eu nunca fiz isso antes.
– Nunca fez? – tornou, apavorada. – E se der errado?
– Vai dar tudo certo – respondi, tentando soar seguro.
Ela voltou para a escada e eu entrei. A sala era muito pequena, não devia ter mais do que cinco metros quadrados e tinha uma máquina à combustão enorme ali dentro. A minha função era simplesmente desarmar o gerador, pois, quando eu cortasse a energia do hospital, não haveria nenhuma forma de ela se reestabelecer.
Essa foi a parte difícil, porque a máquina não tinha nenhuma alavanca. Não podia simplesmente ter um botão de liga e desliga como todos os equipamentos? Depois de muito bater cabeça, finalmente entendi como funcionava o mecanismo daquela coisa e consegui desarmar o sistema.
– Deu certo? – indagou a Nice, assim que entrei na antecâmara da escada. – Conseguiu desarmar?
– Eu não faço serviço pela metade – tornei, sem encará-la.
Agora vinha a parte fácil. E então a invasão do hospital estaria aberta oficialmente.
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Primeira fase do plano: concluída com sucesso.
Bora pra próxima.
Não esqueçam do voto e dos comentários.
Beijão
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As Últimas Cobaias - Livro 3
Ficção CientíficaATENÇÃO! Esse livro é a continuação dos livros A Segunda Geração e a Terceira Criança e sua sinopse possui spoilers dos primeiros livros. Quatro meses após o fracasso do plano, o hospital finalmente conseguiu unir a Segunda Geração e está mais próxi...