Capítulo LXXXVI - TONHO

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Malu apareceu no grupo.

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– A Malu está aqui? – indaguei, desconcertado.

– Está lá fora conversando com a Iolanda – explicou a Helô, que segurava um copo d'água na mão.

Eu não saberia dizer qual das duas afirmações me deixou mais intrigado. Se era o fato de a Malu estar aqui ou a Iolanda estar conversando com ela.

– Ela não se lembra de nada – continuou a Sara. – Quer dizer, ela lembra de alguns flashes, mas está bastante desconfiada.

Concordei com um aceno e segui as duas até o beco, onde vimos de longe as duas sentadas e se abraçando.

– Isso é esquisito – cochichei, coçando a cabeça.

– Nem me fala – tornou a Sara, no mesmo tom.

As duas se afastaram ao nos ver e pude ver como a Malu estava diferente da última que eu a vi. O cabelo estava consideravelmente mais curto, seu rosto muito mais magro e haviam olheiras. Eu poderia dizer que ela já tivera dias melhores.

Ela levantou-se e seguiu até mim, com uma expressão desconfiada. Não disse nada, apenas fiquei a encarando, esperando pela sua reação.

– Você... – disse, quase num sussurro.

Antes que eu tivesse a oportunidade de me apresentar, ela se sentou no chão, encolhendo-se com as mãos na cabeça. Enquanto ela gemia de dor, as meninas e eu não sabíamos o que fazer. Demorou um tempo razoável até que ela voltasse ao normal.

– Você me odeia! – exclamou, com lágrimas nos olhos. 

Não tive certeza se as lágrimas se deviam a mim ou ao ataque que ela acabara de ter.

– Quem te disse isso? – tornei, confuso.

– Eu me lembrei. Você disse coisas horríveis sobre mim.

Isso fazia pouco mais de um ano, mas parecia uma eternidade para mim. Era verdade. Eu tinha feito acusações ridículas naquele momento, pois eu estava com raiva. Depois de um tempo, o Zeca, que foi o mais prejudicado com a decisão da Malu, voltou a falar com ela normalmente, enquanto eu, tentando me mostrar o dono da razão, continuei com essa postura besta. A raiva já nem existia mais, mas eu ainda era resistente quanto a sua presença.

– Eu cometi erros, Malu - expliquei, sem graça. - Todos cometemos, mas isso não significa que um erro nos defina. Eu sou bem mais do que aquele cara que te julgou aquela vez. Eu amadureci. Todos aqui amadureceram, não é?

A Sara sorriu ao meu lado, enquanto me abraçava de lado. Entendi sua atitude como um incentivo por estar fazendo a coisa certa. Já fazia muito tempo desde essa confusão idiota. Já era mais do que hora de resolver esse assunto.

– Eu sei que você não se lembra de muita coisa – continuei. – Mas saiba que você é uma de nós e, portanto, muito mais do que bem-vinda nesse grupo.

Ela sorriu, sem graça.

– Vamos. O restante do grupo está lá dentro. Acho que eles também querem falar com você.

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Todo mundo se acertando. Que orgulhinho *-*

Não esqueçam do voto e do comentário.

Beijo ;*

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now