Capítulo CXLVII - MALU

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Já fazia muito tempo que eu estava rodando pelos corredores desse hospital, em busca daquela mulher, sem nenhum sucesso. Eu sabia que o tempo da minha persuasão era limitado e que eu precisava encontrá-la o mais rápido possível. Sem ela, eu jamais teria as respostas que eu queria e ela era minha única chance.

Eu poderia me dar por vencida e ir embora dali. Mas ela tinha entrado em contato comigo, mesmo que por alguns instantes. Isso significava que, apesar de alguma coisa estar bloqueando minha telepatia, ela estava aqui e estava planejando alguma coisa.

Ela era minha única chance de ter as respostas sobre a minha mãe e entender de uma vez por todas porque eu não tinha nenhuma lembrança dela.

– Eu ouvi ela – anunciei, animada.

– Ela quem? – indagou o Bruno.

– A Vera.

– E o que diabos você quer com essa mulher? Ela é assustadora, você lembra?

Contei-lhe brevemente sobre ela ser nossa tia e que ela me chamou para uma conversa um tanto suspeita.

– E você vai lá mesmo assim? – insistiu, como se eu fosse uma idiota.

– É o que eu estou tentando dizer para ela desde que colocamos nossos pés aqui nesse hospital – ralhou o Zeca. – Mas ela é teimosa demais.

– Eu detesto ter que concordar com o Zeca, mas ele tem toda a razão! Você é da segunda geração e ela quer a segunda geração. Qual parte disse você ainda não entendeu? – indagou, indignadíssimo. – Eu pensei que você fosse mais esperta, Malu.

Por que é que ninguém conseguia me entender? Puxa! Talvez aquela fosse a minha única chance de obter qualquer informação sobre quem tinha sido a minha mãe, mas eles estavam colocando tantos empecilhos na minha ideia que eu fui obrigada a recuar. Se alguma coisa ruim acontecesse graças a minha teimosia, eu não queria ter que carregar essa culpa comigo. Eu já tinha esgotado a minha cota de culpa pelo resto da minha vida!

– Está bem – dei-me por vencida. – Vamos esquecer esse plano.

– Ei! Por que é que quando eu sugeri isso e insisti um milhão de vezes você não aceitou e bastou o Bruno abrir a boca para você voltar atrás? – perguntou o Zeca, num misto de indignação e ciúme.

Antes que eu pudesse lhe responder, o Bruno pousou uma mão no seu ombro e o encarou com diversão.

– Você pode ser namorado dela, pode ter convivido com ela muito mais tempo do que eu e pode até achar que é muito especial, mas eu vou te dizer uma coisa, Zeca. Nós somos irmãos gêmeos. O sangue fala mais alto – disse, com deboche, dando leves tapinhas na parte interna do seu braço, no lugar onde as veias são bastante aparentes.

O Zeca fechou a cara e, talvez até fosse responder a provocação do Bruno, mas antes que isso acontecesse ouvimos passos correndo na nossa direção. O Bruno ficou em postura defensiva, pronto para atacar quem quer que fosse, mas usei minha telepatia antes que ele fizesse qualquer besteira e notei que não se tratava de nenhum inimigo.

– Não ataca, Bruno – pedi. – São crianças.

– Crianças? – perguntou o Zeca, confuso. – Que crianças?

Assim que viraram o corredor, percebemos que se tratava de cinco crianças. Deviam ter a idade do Tavinho e da Dani e vestiam os uniformes do hospital, mas estavam descalços. Eles não pareciam assustados.

– Vocês vieram aqui para nos libertar? – indagou uma menina baixinha e gordinha.

O Zeca concordou com um aceno de cabeça e eles sorriram em resposta.

– A enfermeira boazinha estava nos mantendo escondidos e disse que vocês vão precisar da nossa ajuda – explicou um menino negro de olhos grandes. – Seja lá o que estiverem precisando, é só pedir.

– Eu acho que tive uma ideia – disse a Flávia. – Eu não fazia a menor ideia que essa tal Vera fosse telepata. Na verdade, eu pensei que o médico fosse a única cobaia viva daquele experimento. E se nós formos até a Helô e tentasse descobrir qualquer informação sobre ela nos registros? Se acontecer qualquer coisa, é melhor que estejamos preparados, certo?

– Então você, o Bruno e as crianças vão até lá e nós quatro vamos libertar os internos – sugeriu a Sara.

Todos concordamos e nos separamos.

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Parece que o bom senso finalmente deu as caras!

Meus amores, queria pedir um favorzinho para vocês. A fofíssima Maria_Negri22 está participando de uma votação e queria pedir a ajuda de vocês. É só entrar no link que eu vou deixar nos comentários e votar no filme "The Midnight Sun". É bem fácil e não leva nem um minuto :D. Obrigada <3

Beijão e até amanhã

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now