Capítulo CLXIV - ZECA

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Eu estava angustiado, querendo saber o que estava acontecendo naquela sala, quando ouvi gritos e uma barulheira. Sem conseguir me controlar, corri até a porta, mas continuava tudo trancado. Maldito campo de força!

Eu já não sabia mais o que fazer, quando vi aquele médico desgraçado correndo na nossa direção.

– O que você está fazendo aqui? – A Sara questionou, antes que tivéssemos chance de fazer o mesmo.

– Onde eles estão? – perguntou, parecendo desesperado.

Eu sabia que ele estava falando da Malu e do Bruno. A única coisa que importava para aquele monstro era a segunda geração e a Flávia estava parada na nossa frente.

– Por que você quer saber? – Devolveu a Helô, erguendo uma sobrancelha. – Se você pensa que vai encostar no Bruno novamente...

– Vocês não deixaram a Vera chegar perto deles, não é? – insistiu, aflito, interrompendo o ataque da Helô. – Vocês não imaginam do que essa mulher é capaz!

Sem esperar pela nossa resposta, ele saiu caminhando pelo corredor, entrando em todas as portas. Parecia que estava procurando alguma coisa e nós três ficamos o encarando sem entender nada.

Voltei a focar minha atenção em tentar entrar naquela sala e continuei esmurrando aquela porta com a ajuda do Tonho, quando o médico retornou, trazendo uma garrafa consigo. Sem a menor delicadeza, ele empurrou o Tonho dali e jogou o líquido na porta. Pelo cheiro era álcool.

– Acho que isso vai servir – disse para si mesmo.

Então ele tirou um isqueiro do bolso e ateou fogo na porta.

– O que você pensa que está fazendo? – perguntou a Flávia, aproximando-se dele e o empurrando. – Você quer matar eles?

– Eu estou salvando a vida deles. Aquela louca ia acabar matando aqueles dois. O fogo vai distraí-la e vocês vão poder entrar e salvá-los – explicou.

Ele girou nos calcanhares e saiu caminhando na mesma direção de onde ele veio. Sem acreditar na boa vontade daquele maníaco, segui atrás dele.

– Por que você está fazendo isso? – insisti. – Tudo o que você quer é essa droga de segunda geração, então por que você quer salvá-los?

– Porque mortos eles não me servem de nada. – Deu de ombros. – Agora vá lá salvar sua namorada, antes que a Vera termine de matá-la.


As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now