17° Capítulo

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Me troquei, arrumei umas coisas e fui a praia e mesmo que já era tarde, só fui para perturbar, óbvio que levei a Clarisse. Fomos para a Barra mesmo, mais próxima e tranquila. Já fiquei numa barraca de costume, pedi uma cerveja e esperei um matte passar pra dar a Clarisse.
Paz.
É disso que eu preciso! 🍃

Não vou ficar esquentando a minha cabeça não, até porque não vale a pena. Fica feio para mim mesma arrumando confusão no meio da rua com um cara que eu não vou largar e ele não vai mudar. Quando a pessoa não tem vergonha na cara não adianta, ele vai continuar dando esses vacilos básicos, nada vai mudar! Vou procurar focar mais em mim, no meu futuro, na minha filha que ainda depende de mim. Homem barbado, galalau como diz minha vó, não precisa da minha preocupação não. Nada vale a minha saúde! E ponto.

Comprei uma caipirinha e estava ouvindo um bom som de um bonde que estava próximo à mim, viajando, bateu até uma vontade de fumar. Coisa que só faço em questão de raiva ao extremo.
Eu estava só vigiando a Clarisse, que estava lá no mar, toda boba que veio porque faz muito tempo que ela não vinha.

Quando eu estava com o pai do Cleyton, praticamente toda semana a gente vinha, era maior viagem, Serafim era louquinho e eu assinava embaixo das loucuras dele. Tempo bom! Depois que fiquei com o George, dá pra contar nos dedos as vezes que vim a praia e sozinha. A gente se dispõe a tanta coisa por uma pessoa né, se frustra de coisas habituais e na maioria das vezes a pessoa nem merece. Não adianta falar que vou abrir mão, deixar de ser/fazer por fulano, mas é tudo palavras momentânea, só na hora da raiva depois tranquiliza e esquece. O nome disso é comodismo.

Peço a uma turma de homens para passar um olho nas minhas coisa e fui no mar. Me benzi, me banhei, descarregando tudo de ruim e desnecessário. Chamei a Clarisse para ir embora, já estava ficando tarde e antes fomos comer num quiosque desse, pedi uma porção de camarão, batata frita e churrasquinho.
Clarisse: Mãe, porque a gente não mora nesses apartamentos de frente a praia? Meu sonho!!! Eu ia vir todo dia.
Mayane: Sério filha? Sei lá, nunca pensei em morar por aqui não.
Clarisse: Quem sabe um dia né, eu, a senhora, o Cleyton e meu pai... -Falou toda pensativa.
Mayane: Quem sabe, nada é impossível quando a gente sonha! -Digo com otimismo.

Trânsito ferrado que peguei, chegamos já era noite. Enchi meu corpo de hidratante e fiquei largada no quarto, com o ar condicionado estalando.
Estava deitada, mas alguma coisa me incomodava, desci na sala e era só porradão no portão. Escaldada, mas fui atender e quando abro era uma sobrinha minha, Vitória. Evangélica assídua, casada e muito feliz, um doce de menina.
Vitoria: Tia May, preciso da sua ajuda... -Falou chorando.
Mayane: Vitória?? -Falo surpresa- Boa noite né, entra aí.
Ela estava desorientada, rosto vermelho, bolsa dos olhos um tanto inchada... Dei água à ela e a deixei chorar e esperei seu momento. Minha sobrinha é menina de igreja desde muito novinha.
Vitória: Então tia, descobri que meu marido me traiu... -contou quando mais calma- Me traiu com outro homem...
Mayane: O quê?? -pergunto perplexa- Como você soube disso?
Vitória: Peguei na rede social dele... Eu estou arrasada! Eu ia me me jogar da pedra do Arpoador hoje, mas Deus conversou comigo... -contou chorando- E pediu para eu vir até a senhora.
Mayane: Com certeza minha sobrinha,  não foi à toa que ele te mandou até aqui, não vale a pena se matar por um homem não, você está doida?
Vitória: Ele jurou ser leal tia perante a igreja e me fazendo de besta esses anos todo? Se casou de faixada? Me usou perante minha família, perante Deus?? -dizia incrédula, coitada!
Mayane: Nada fica impune, na hora certa ele vai ser cobrado, tenha certeza disso.
Vitória: Tia, dei minha virgindade para um homem que nem de bocet...Deus me perdoe! Que nem de mulher gosta?! Estou extasiada, me sentindo um lixo.
Mayane: Fica não filha, vai passar! Você vai superar e eu estou aqui para te ajudar.
Vitória: Por favor tia, me ajuda?? -suplicou chorando de dar dó.
Dei um abraço nela confortando-a.

Minha família gosta de se mostrar o que/quem não são, se ficar meia hora conversando com um deles com excessão de minha vó você pensa que são a felicidade em família, bem vividos, unidos...porra nenhuma, é só status para inglês ver. Meu irmão praticamente obrigou a menina a se casar com dezesseis anos e deu no que deu agora... Se já não me aceitam, agora mesmo vão passar a ter ódio de mim e eu não estou nem aí!!!

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now