56° Capítulo

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Ficamos por horas até que minha ex sogra localizou ele, meu filho já estava na enfermaria, com pino de ferro em uma das pernas e o ombro engessado, me destruiu! Para uma mãe não é nada legal ver seu filho assim mesmo que fora de perigo, é muito ruim! Me aproximei dele com o coração apertadito.
Mayane: O que você aprontou, meu filho? -Falo quase que sem voz- Olha só como você está, Cleyton, graças a Deus por não ter acontecido o pior.
Cleyton: Suave mãe, foi culpa minha não pô, os cara enquadrou de fuzil, cantei pneu, mas aí tinha outro carro atrás, foi o que me fechou pô. -contava com dificuldade demostrando dor- Só não atiraram porque a moto derrapou, jogou eu e o menor longe.
Mayane: Está vendo, graças a Deus vocês estão bem! Tua vó falou que a moto que não teve jeito não...
Cleyton: Isso é o de menos, vou ter que fortalecer outra para o amigo.
Mayane: Só problema!
Cleyton: Está coçando muito isso aqui, chama a enfermeira ali. -Disse impaciente, sofrendo.
Mayane: É assim mesmo, coça demais! Agora você aprende, como diz sua avó: Só aprende depois do susto!
Cleyton: Achei que eu fosse morrer, me vi morto naquela pista... -Diz pensativo.
Mayane: Fala isso nem de brincadeira, menino, tá amarrado!
Abracei meu primogênito e o enchi de beijos, que dê tudo certo nessa recuperação e que ele dessa vez aprenda!

Dona Vanda entrou e conversou com ele, eu não saíria dali por nada, só quero ficar perto do meu filhote.
Vanda: Hein Cleytinho, tua tia Eva está lá fora querendo falar contigo, te ver.
Cleyton: Hum, pode deixar ela entrar pô.
Vanda: Teu pai quer falar contigo também, me ligou quase agora; ah May, eu vou ter que ir embora que tenho um parto, hoje você fica com ele?
Mayane: Vou ficar sim.
Vanda: Vou passar seu número para o Serafim e aí Cleyton fala com o pai, pode ser?
Pensei à beça sobre isso, fiquei em silêncio um bom tempo.
Mayane: Olha... Pode ser, só pelo Cleyton.
Vanda: Mayane, Mayane... -Disse com aquele ar de sarcasmos- Vocês acham que me engana, né?!
Fiquei toda sem graça, ai que vergonha!! Ele sabe! Filho da puta deve ter contado, aff! Ridículo.

A tia dele entrou e eu fui comer alguma coisa fora do hospital, não quero essa mulher perto de mim não, que eu coloco ela dentro daquele necrotério se vier destilar o veneno dela.

Liguei para a Vitória enquanto comia.

Início de ligação
Mayane: Aí agora ele está lá com a tia cobra dele, vim comer alguma coisa.
Vitória: Caramba tia, ele só inventa moda né?! Mas graças a Deus está bem esse vacilão.
Mayane: Está engessado e com pino, resumindo não consegue fazer nada sozinho aí hoje eu vou ficar com ele aqui e amanhã você trás uma roupa para mim por favor.
Vitória: Tá tia, aí eu levo a Clarisse.
Mayane: Tá bom, beijos. Da um beijo na minha bonequinha.
Fim de ligação

Quando voltei a outra já tinha ido embora.
Mayane: O que ela queria?
Cleyton: Pedir desculpas, se lamentar...
Mayane: Hum... Tua tia né?! Aff.

Passei o dia inteiro ali, é tão ruim ficar em hospital, presencia um monte de coisas, toda hora se ouve nos auto falante pedindo maqueiro para necrotério... As pessoas deviam valorizar mais a vida, dar mais importância para quem lhe quer bem, que a qualquer momento podemos partir. . . Assim, do na-da!
Deus é mais!

Telefone tocou, perguntei o Cleyton qual era o final do número do pai dele e era justamente o contato do chamador na tela do meu celular

Início de ligação
Mayane: Fala Serafim.
Serafim: Eita, esse é o jeito que você trata o pai do seu filho? -Falou todo trabalhado no sarcasmo.
Mayane: Se manca!!! Vou passar para ele.
Serafim: Espera pô, como tu? Está precisando de alguma coisa aí para esse vacilão?
Mayane: Estou ótima! E você pelo visto também né?! Precisando só de umas roupas de cama mesmo.
Serafim: Graças a Deus! Pô vou ter que desligar, mas já vou ligar, deixa o celular com ele, já é?!
Mayane: OK.
Serafim: Beijo gostosa. -murmurou, pude ouvir sua risada no fundo.
Mayane: Olha as confianças meu caro.
Fim de ligação

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora