120° Capítulo

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Eu preciso conversar com o Serafim, é sério. Eu não gosto de mentiras e nem quero deixar isso passar despercebido, mas também, não quero que de novo nossa relação fique abalada.
As consequências de agir no calor da emoção não são boas, e eu não aprendo nunca. Saio fazendo o que eu bem entendo e que acho que é o certo e depois fico arrependida igual Madalena.
Quando é que eu vou aprender?

Me deitei na minha cama quentinha, ao lado do meu amor.
Serafim: Se tu quiser levar a Clarisse lá para visitar ele... -falou baixo quase não querendo dizer.
Mayane: É, tô vendo que daqui a pouco ela não vai aguentar não.
Serafim: Fazer o que né, é a filha de vocês.
Mayane: Ele não merece não, deixa sofrer lá, ninguém mandou fazer merda.
Serafim: Pensa pela Clarisse cara, esquece ele.
Mayane: Eu não vou e ponto, você também não ajuda.
Serafim: Tu quer ajuda em quê? Se isso não é uma...
Mayane: Isso não é uma ajuda não, é uma liberação.
Serafim: Pensa como tu quiser, mas homem nenhum vai permitir tua mulher se humilhando lá pra visita de ex marido não, se for de tu ir vai logo.
Mayane: Por isso que eu não quero porque você vai jogar na minha cara, quando eu achar que devo e se for preciso, eu vou.
Serafim: Já é então, contigo mesmo.

Ele deve achar que me manda, só acha mesmo, ninguém vai jogar nada na minha cara não.

Dia seguinte

Antes de visitar a minha avó eu fui na loja resolver algumas coisas. Tenho pensado seriamente em desfazer da loja, passar o ponto, não ando tendo cabeça não principalmente depois de ter escutado tudo aquilo da minha mãe. Eu tô com um ranço tão grande, que nem sei.
Vi as coisas bem rápido e fui para o hospital.
Mayane: Bença vó, como a senhora está? -Digo ao entrar no quarto, sem nem me importar com os que estavam ali dentro.
Minha mãe não se mancou e ficou ali, eu e minha avó conversando um pouquinho, ela tinha dificuldades para falar então não forcei muito.
Mayane: A senhora quer ficar lá em casa, eu cuido da senhora com maior amor!
— Ela vai ficar comigo. —Falou se metendo.
Mayane: Quem decide é ela, a vida é dela!!! Se ela não morasse sozinha nada disso teria acontecido.
(...)

Fiz as compras lá para casa do mês. Eu e minha sogra no mercado.
Vanda: Como sua avó anda?
Mayane: Está melhorando.
Vanda: Daqui a pouco ela estará boazinha.
Mayane: Se Deus quiser!
Minha sogra pegou um carrinho só para pegar as coisas que o filho gosta, nunca vi igual, muito mimado, quase quarenta anos nas costas.

Cheguei em casa e quem guardou as coisas foi Serafim e Clarisse, enquanto eu fiquei só sentada. Fazem nada o dia inteiro, eu hem tudo sou eu sozinha.
Serafim: A madame fica só observando.
Clarisse: É, rainha!
Serafim: Deixa ela quando nós partir pra Orlando, ela vai ficar aí a vontade.
Mayane: Isso aí, vocês tão tramando tudinho nas minhas costas né?! Isso aí dona Clarisse.

Nossa janta hoje foi pão de queijo, eu comi até dizer chega. Com Nutella, goiabada, peito de peru... Amo, recheado!
Clarisse foi dormir e eu me deitei com meu amor.
Serafim: Mô, tu casou com o outro lá, o arrombado?
Mayane: Não. Nunca! Para de chamar ele assim, seu implicante.
Serafim: Hummm... Ele que é pô, meu fã, de lá vai ser difícil ele me acompanhar. -Disse rindo, achando a maior graça.
Mayane: Deixa de ser bobão, fica rindo mesmo da desgraça dos outros.
Serafim: Tá maluca mô, tô rindo não pô, que ele é meu fã ele é! E tu sabe disso.
Mayane: Sei de nada, vocês que são brancos que se entendam!
Serafim: Esquece ele, que o passado já foi!
Me abraçou, desferido beijos no meu pescoço. Ele é uma graça mesmo esse cara, muito sacana.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now