38° Capítulo

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Já estou à caminho da casa dele, nervosa para caralho, me tremendo até a alma, mal consigo dirigir. Deixei a Clarisse na madrinha dela, tive que pegar o carro de George, coisa que eu não queria...
Mayane: Vai ô filho da puta, sai da minha frente!!! -Exclamo, buzinando no sinal; abriu e o bonitão parado, num fode! To com pressa!!

Querem me pôr contra o meu filho, que injustiça é essa? Eu já não tenho nada nessa vida e o pouco que tenho querem me tirar? Ah não. É difícil acreditar que inventaram uma coisa tão séria dessas... A dor da rejeição vem da alma, de dentro para fora; logo o meu filho? O meu primogênito? Não aceito. Foi foda cria-lo morando em casas separada, foi difícil para caralho, tinha vezes que eu o via só na porta da escola e mesmo assim eu o via todos os dias, sempre fui presente na vida dele de alguma forma.Ultrapassei todas as barreiras por ele e agora vir dizer que eu virei as costas.? Já tive que me esconder na casa da minha ex sogra pelo pai dele ter chegado lá, fiquei por horas dentro de um guarda roupa que eu mal respirava, até o Serafim ir embora, me arrisquei d+++ para ser a mãe do meu menino para agora inventarem o que bem quiserem? O que é bom que a mãe faz ninguém ver, ninguém vem me adular por ter feito tantas coisas boa, mesmo distante.
Não estou com raiva e sim triste, destruída por dentro com tamanha crueldade, e não me importa quem tenha sido que fez isso, só sei que eu vou passar por cima, vou atropelar!!

Assim que cheguei na favela, fui direto na casa do Cleyton, esmurrei o portão com a palma da mão no ódio e uma mulher atendeu.
- Nossa, quem é?
Mayane: Cleyton está aí? -Falo já entrando.
- Não, ele saiu. Ou, calma. Tem ninguém aí não. -Avisou querendo me impedir de entrar.
Mayane: Não interessa, eu sou a mãe dele!!!
- E eu sou a namorada do pai dele!!! -Retrucou me peitando.

Dou de ombros e fiquei na garagem, encostada num carro e mandando msg para ele. A pirua ficou ali me encarando e mexendo no telefone dela.
Não demorou muito Serafim chegou.
Serafim: Fala aí Mayane. -Falou todo sério.
Mayane: Quero saber quem foi que falou para o Cleyton, que eu o abandonei, quem inventou isso quer fazer inferno e pode ter certeza que eu vou levar pra lá!!! -Falei rápido, acabo me atrapalhando- Falando merda com ligação do passado, falseando no intuito de colocar o filho contra a própria mãe.
Serafim: Calma mulher, fala devagar! Chega aí, quer uma água?
Mayane: Eu não quero NADA, só quero saber do meu filho.
Serafim: Vou ligar pra ele, aguarda aí. Vamos resolver isso da melhor forma. -Falou todo paciente, sereno, tentando me tranquilizar; não foi ele pelo visto.
Se afastou indo para um canto na sala, a enfeite de geladeira ficava só observando e aonde o Serafim ia ela ia junto, parecia uma mosca.

Serafim: Cadê tu cara? Tua mãe tá aqui como, nervosona pô. O que tu aprontou arrombado?
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Serafim: Tu é um otário, fica acreditando em tudo que os outros fala. Me perguntasse pô, chegava na moral na tua mãe.
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Serafim: Vou ter que ir aíbte buscar não né? Vou te aguardar aqui.
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Serafim: Não interessa pô, tu vai vir aqui agora. Se eu for atrás de tu, vou me aborrecer contigo.
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Serafim: Então já é, contigo mesmo.

Ele desligou e veio na minha direção.
Serafim: Ele vai brotar aqui, vê se tu se acalma pô, ele vai levar a Eva em casa e vai brotar. -me avisou- Senta aí, pega água lá garota e para de ficar atrás de mim porra! -Disse para a menina; eu quis rir, mas meu estado eu estava focada em outras coisas.
Mayane: Tudo culpa tua também né Serafim. -comento, pensando alto.
Serafim: Ah qual foi Mayane, começa com esses papo não, tudo vai se resolver, tu num abandonou nada pô, eu que não permiti que tu levasse o garoto. -Diz partindo para o lado grosso dele.
Mayane: Foi aquela piranha da sua irmã né? -Digo, assim que ligo os fatos na minha mente- Ela vai me pagar aquela ordinária.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora