36° Capítulo

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Narração: Mayane

Coloquei os dois baldes de Heineken em cima da mesa de madeira, já tirando uma garrafa. Enchi meu copo e da Kelly, beber na longneck vai tirar meu baton, Vitória está num drink sem álcool. Puxei um brinde as solteiras, uhull!

Estava tocando funk, já comecei dançando de leve, que se dane. Eu e Kelly, jogando ao som e Vitória olhando só rindo.

As vezes faz bem sair assim para lugares diferentes, ver novas pessoas, outros ambientes, curtir longe daquele povo de favela. O balde estava voando, Kelly colocou mais dois e desce!!!
Kelly: Senta pro chefinho do jeitinho que ele gosta... -cantarolou, dançando indo até o chão.
Mayane: Vou ficar chapada e vou voltar depois das horas... -completo dançando, rindo; jogando a raba pra trás no ritmo da música.
Só merdelê com maluquice!
Cerveja virou água, descia naturalmente hidratando aà orra toda!

Levei minha sobrinha no banheiro, acabei até encontrando uma garota lá da favela, essas porra persegue. Assim que voltei avisei a Kelly.
Kelly: Deixa, se o gordo ficar sabendo eu sei que foi ela!!! Gosto de pegar na curva do S. -Disse de cara fechada.
Mayane: Deixa de ser ruim peste! Vamos curtir, esquece esse povo.

Tornamos a dançar, quebrei tudo e por sinal já estava bem zonza, dançando sem limitações, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, batendo a luz, que onda...
Mayane: Esquece ele e fica louca, locaaa... -Cantarolei com o copo no ar.
Um funk é um funk mas é tão gostoso dançar todos os ritmos na noite, fica até mais divertido. Eu danço tudo, quando vou ver já estou até mandando passinho do chapeleiro maluco em cima do salto.
(...)
Kelly: Meu coração bate ligeiramente apertado, ligeiramente machucado... -Cantaolou com a mão no peito.

A sofrencia subiu no palco, cantor Vitinho, cantei igual e que se foda! Até Vitória, estava curtindo o pagodinho.
Música interfere sim principalmente se você estiver sofrendo, seu nível de vulnerabilidade fica no extremo e todas as músicas se encaixa ao teu caso, à tua dor.
Mayane: É tão ruim saber que vou passar a minha vida inteira sem você...
Peguei mais uma cerveja no balde e a essa altura do campeonato eu já bebia no gargalo da garrafa mesmo. Meu coração aguenta não, é muita pressão.
Kelly já chorou, Vitória chorou e eu sigo bebendo, explodindo por dentro e repetindo meu mantra.
— Sou forte, sou guerreira e isso vai passar!

Eu quero mais é aproveitar a noite, deixa pra sofrer em casa.
Kelly: Estou cancelando seu cartão, e o seu lugar no coração hoje somos passado, caso encerrado... -Cantou rindo.
Mayane: Você me iluminou e foi meu cobertor no gelo do meu ser, eu nem sabia o que era me envolver...

Essa eu amooo!
Pai do Cleyton, cantava pra mim à beça, eu era novinha d+++, amava! Pedia direto nos pagodes para dedicar à mim, e quando o grupo ia no baile e eu nem me sentia né?!
Cantei todas as músicas, curtindo bastante o show, ele já estava na saideira.
Até tinha um olho na minha lágrima, que discretamente limpei.
Ai que delícia!
DJ soltou funk mas aí já eram altas horas da madrugada e Vitória, com sono decidimos ir embora.
Kelly: Irmãs, que noite! Adorei!
Vitória: Vocês são maluquinhas, eu também gostei.
Kelly: Menina, você é da igreja pode não! Eu e tua tia somos pervertidas, viradas no jiraya. -Disse tudo embolado.
Mayane: É filha, e eu não estou bem hoje nem curti direito, mas eu amei, estava precisando.
Kelly: Fala May, ela não viu nadaaa!!! A minha cabeça rodaaa...

Peguei um uber lá pra casa, cada uma seguiu o seu destinos. Eu estou tão mal tive que pegar moto táxi na favela para chegar em casa e já cheguei me despindo pelos cômodos, fiquei só de calcinha, acendi a luz e dei de cara com o Gê no sofá.
Mayane: Que susto porra! -Falo rouca, com a mão no peito.
George: Tá devendo?
Comecei a rir vendo tudo girar, catei minhas roupas do chão, quando virei George estava coçando a cabeça. Subi pro meu quarto senão dá ruim, eu tenho que entender agora que quando eu beber não vou ter mais ninguém pra transar, infelizmente.

Me olhei no espelho e meus olhos bateram direto na tatuagem que escondo até de mim, nome do pai do Cleyton, nem sei porque eu não apaguei ainda isso, ele também tinha uma com meu nome no anti braço, deve ter até coberto. Pior coisa é fazer tatoo com nome de boy e depois separar dele, pior ainda é o atual que bate várias neuroses.
O erro!!

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now