Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDA

84° Capítulo

Sexta Feira — A noite

O último fim de semana pertinho dos meus amores! Viemos para a casa de uma tia do Serafim, amanhã é aniversário dela e vai ter festa. É numa favela na Baixada, já vim muito nos anos em que eu não tinha filho.

Foi geral para o Campo beber e estava rolando partida de futebol, me sentei na arquibancada prestando atenção no jogo, olhei a Clarisse e Jasmine que estava um pouco distante, o comboio todo atravessou!
Elaine: Aquele bandido ali é bonitinho, dente de ouro... -apontou com o olhar, passou rápido na moto e ela pescou.
Mayane: Casado e uma penca de amante, de Caxias até a penha. -conto rindo- Está fazendo filho em geral, se for menino tu é privilegiada hein!
Elaine: Você sabe a procedência de geral em, cruzes mona! Tô fora desses bofe que quer engravidar os outros.
Mayane: Filha, é a vida que a gente leva! Esse meio a gente finge até que não sabe das coisas.

Troquei o casco do litrão vazio por um cheio e pus dentro da camisinha, enchi nossos copos, eu ficava só observando tudo ao meu redor que aqui é uma favela que está muito tranquila, mas de repente o pau come de verdade quando tem que comer, o 15° batalhão tem cegueira nessas favelas daqui.

De onde eu estava avistei o blindado preto passando no outro lado do campo, meu coração saiu pela boca, desci da arquibancada as pressas indo chamar as meninas, percebi que ficou tudo normal e só eu alvoroçada.
— Calma Mayane, é normal! Se desespera não, eles só passam mesmo sem mexer com ninguém. —Disse a prima da Elaine.
Mayane: Porra! Coração saiu pela boca, vocês nem me avisam nada gente.
— Os bandido ficam aqui não, só passam rápido.

Geral riu da minha cara, passei essa vergonha legal, eu vou saber que eles são paz e amor? Eu boto vinte no viado e corro mesmo, tem essa não. Não confio! Na época, eu vim uma vez, era até dia de domingo e ficava cheio de bandido aqui embaixo num pagode que tinha, foi um corre e corre, tiro à beca, lombrou bonito, geral perdendo sandália, eu fui uma que perdi a minha rasteirinha da Schultz, novinha. Eu vou confiar, ainda mais com criança? Eu hem. Num tô lokaaa!

Passamos a noite ali rindo e bebendo à beça, por volta das 20h fomos para casa, tia de Serafim com o rádio no último volume, resenha continuou no quintal e no portão.
Elaine: Irmão tem nenhum baile pra gente curtir hoje não?
Serafim: Tem, mas tu não vai.
Mayane: Nem você. -Digo me metendo, cortando as gracinhas.
Elaine: Se fo-deu!! -silabou gastando nele.
Serafim: Qual foi amor, vai me prender? Vou rever os amigos.
Mayane: Não vou nem falar nada contigo, tá!?
— May, come você não come nada... Por isso tem esse corpinho de Barbie. —Disse a tia.
Mayane: Eu já comi -respondo sorrindo- Tô só bebendo, que se eu comer e beber junto dá ruim.
Serafim: Comeu nada tia, ela quer entrar na garrafa.
— Fica doente aí vai, arruma ideia; compra uma vitamina para essa menina, meu sobrinho.
Vanda: Deixem a minha nora gente. -Disse minha sogra, me salvando.
Me gastaram bonito, é muito prazeroso ser bem recebida na casa dos parentes do boy, poxa é tão bom! Ainda mais eu que sou um amor, como tem gente que não gosta de mim? Gosto é igual a cu mesmo.
Serafim: E aí mô, já falei com a minha mãe para ela passar um olho nas meninas, Cleyton está de olho também.
Mayane: Vai demorar não né? Você não falou nada de baile.
Serafim: Vou demorar não cara, nem vou beber. -Diz com aquela cara mais deslavada de quem já está bêbado faz tempo.

...

Favela feia, mas o baile é ótimo!!! Eu gosto e me sinto super em casa e faz tempo que eu não vinha, anos. Serafim passou esbarrando em mim, está com a cintura ignorante, se achando! Homem besta.
Serafim: Morador é fogos!!! -Disse rindo- A quarenta adaptamos com um pentão de trinta e sete, vim de tróia é mole eu quero ver no teti a teti. -Cantarolou.
Ficou todo soltinho e eu só ria, daquela coisa magra dançando só com a cintura.
Credo, eu adorooo!
Eu, Elaine e uma prima dela de cantinho, até me dar vontade de ir no banheiro...