112° Capítulo

5.8K 555 62
                                    

Narração: Mayane

Tô aqui no outro lado da rua, bebendo à beça com umas conhecidas e minha cunhada.
Tem dias que eu só quero beber, Deus me livre. Chamaaa!!🔥

Meu amor viajou tem alguns dias e a saudade é tanta, chega só amanhã, então a gente aproveita na bebedeira, isso não é vida, eu sei!
Elaine: Vou ali buscar mais uma caixa de cracu. -avisa, pondo a bolsa no ombro.
Mayane: Tá bom, vou preparar algumas coisas pra gente beliscar.
Elaine: Melhor coisa que tu faz.

Ficou uma das meninas comigo, como eu ia fazer as coisas tive que chamar a garota para entrar, não iria deixa-la sozinha embora eu não goste de pôr ninguém na minha casa, nunca gostei, mas nesse caso acho que não há problema.
Mayane: Entra aí Paola, só não repara a casa de pobre. -Falo enquanto caminho até a cozinha.
Paola: Tem nada não.

Cortei metade de um Salame, um queijo em mini cubos e fritei bastante frango à passarinho e batata, enquanto batia um papo com a Paola.
Ela é nova aqui na favela, Elaine fez amizade no baile e são unha e carne, foi até bom que a Elaine, se distanciou das que só colocava ela em furada e ficava com homem dos outros.
Mayane: E tu trabalha de que? -Digo puxando assunto.
Paola: De... Eu trabalho num... -gaguejou- Num quiosque em Botafogo.
Mayane: Ah sim, entendi.
Nem falei mais nada, senti que ela ficou um pouco desconfortável em falar.
Ao terminar de fritar coloquei-os numa travessa e fomos lá pra fora.
Elaine: Cacete, uma hora pra fritar os negócios?!
Mayane: Se manca, trabalho no boteco não, piranha!

Conversamos à beça sobre várias coisas, até Elaine, comentar do passado. Sabe bem que eu não gosto principalmente com pessoa que eu não conheço.
Elaine: Monas, ela colocava aqueles tamanco da Playboy e ia pro baile se achando. -contava rindo, empolgada.
— Mas era a moda, só quem tinha patrocínio teve um daquele. —Diz a outra menina.
Paola: Então tu está um tempão com ele? -Perguntou olhando para mim; que mexia no celular- Caramba, muitos anos, que legal! Não tive a oportunidade de conhecer, mas já ouvi falar.
Mayane: Não, passamos uma temporada separados. -respondo seca- Vou ali atender o telefone.
Saí de perto com maior carão, depois vou bem falar com ela. Elaine confia demais nos outros, e sai contando a vida. Não gosto dessas coisas não, as pessoas são muito maldosas, sei lá, a gente não sabe do coração de ninguém, nem da índole.
Atendi o número que o George liga.

Início de ligação
George: Boa tarde! Como está aí May?
Mayane: Está tudo bem, e você?
George: Tô levando, cadê minha princesa?
Mayane: Ela saiu mais cedo com a minha sogra.
George: Então já é, vou desligar aqui pro teu marido não bater neurose. -Diz na cara de pau, num tom de brincadeira.
Mayane: Meu marido -dei ênfase- É muito bem resolvido e seguro, ele confia em mim e nem esquenta e sabe bem qual o propósito da sua ligação.
George: Homem de sorte ele!
Mayane: Claro que não! Homem que acreditar no que a mulher tem a dizer e a valoriza, é totalmente diferente!
George: Já é Mayane, amanhã eu ligo para falar com a minha filha. -Disse alterando o tom; rude.
Mayane: A vontade, beijos.
Fim se ligação

Ele acha que me assusta, quer fazer gracinha e sai engraçado!
Me sentei com as meninas e reenchi meu copo.
Do nada a rua tampou de carro, e eu já sabia o motivo. Elaine murmurou algo baixinho que eu nem entendi, ele não se importou com o movimento, desceu do carro e veio na direção da gente. Até estranhei e quando chegou mais perto os olhos dele foram na direção da Paola, e eu percebi bem, NÃO FOI NEURA. O semblante dele mudou e o dela também, foi espontâneo e ao mesmo tempo surpreso para ambos, foi uma coisa tão rápida que quando dei por mim ele já tinha me chamado e fomos entrando.
Que isso me deixou puta, DEIXOU. Eu quero saber agora o porque dos dois mudar a face ao se ver.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now