33° Capítulo

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Narração: Vitória

Meu aluguel venceu, conta de luz venceu, está ficando feia a coisa. Eu nunca me imaginei nesta situação, sem marido, sem onde morar... Só Jesus!
Aqui em casa era só o Rafael, quem colocava tudo para dentro e eu era só a Amélia.

Ele trazia a comida, eu fazia.
Trazia roupa, eu lavava, passava, dobrava.
Enfim...
Também muito mais que a minha obrigação, não é nem questão de obrigação, é dever da mulher sendo ela casada ou não. Custa nada um mimo que não seja exagerado no companheiro, tem que somar junto!

Mesmo trabalhando, o doty ainda não me é suficiente para me sustentar e sustentar uma casa sozinha, o pouco que entra eu pago as contas que estavam atrasado. De uma coisa eu sei para a casa dos meus pais eu não volto, que eu já sei bem como funciona lá, o primeiro membro da igreja que me disser um oi meu pai vai querer que eu me case. Chega de ser fantoche dos outros, agora quem manda na minha vida sou eu! Já sou maior de idade, dona de mim, respondo pelos meus atos e tenho capacidade o suficiente mesmo que eu passe por um aperto, mas uma hora se estabiliza, se eu for presa ninguém vai no meu lugar.

Assim que amanheceu liguei para minha tia, só ela vai poder me ajudar. Estava me arrumando quando a campainha tocou, abri a porta e vi que era filha da minha senhoria que faleceu a pouco tempo.
— Bom dia Vitória, vim buscar o meu negócio.
Vitória: Até mais tarde eu confirmo quando vou poder, talvez até hoje mesmo.
— Puxa Vitória, eu passei aqui semana passada e você disse pra eu vir hoje.
Vitória: Infelizmente eu não consegui, mas de hoje não passa, ou eu pago ou eu saio da sua casa.
— Até que horas eu posso te aguardar?
Vitória: Até o fim da tarde.
— Putz, são nove da manhã ainda mocinha... Mas tudo bem, deu sorte que eu tenho pendências a resolver.
Vitória: Peço desculpas, mas de hoje não passa!
— Tudo bem! Tem outras pessoas querendo morar, minha mãe não gostaria de ver a casa dela de graça ou vazia.
Vitória: Mais tarde eu te aviso! Grata. -Falo dando ênfase perdendo a paciência.
Fechei a porta atribulada.
OK que ela está correta, que precisa receber o aluguel assim como eu também preciso morar, mas uns dias de atraso eu acho que necessariamente não é preciso cobrar assim, querer me humilhar embora já seja uma humilhação ser cobrada.
Só Deus viu, porque olha...te contar, é complicado!

Fui ao encontro da minha tia na loja, que foi só para falar comigo.
Mayane: O que houve minha flor?
Vitória: Ai tia... -Digo, em seguida caí no choro.
Como se não bastasse eu ter um belo par de chifres eu ainda estou vivendo esse tormento, que castigo é esse?
Mayane: Ai princesa, fica assim não!
Vitória: Está sendo difícil tia, estou com ordem de despejo, contas por vencer...não estou sabendo lidar. -conto soluçando.
Mayane: Eu posso te ajudar filha, não se desespera você tem família para isso, você tem à mim.
Vitória: A senhora já tem a sua vida, eu não queria ser mais um fardo para senhora carregar nas costas.
Mayane: Porra Vitória, é até um crime você falar isso para mim, você pode ficar no apartamento, lá em casa... Eu estou contigo caralho! -Diz segurando meu rosto.
(...)

Cheguei em casa já apertando o interruptor, mas as luzes não se acenderam...com um problema resolvido, outro me aparece. Só pode ser o inimigo testando a minha fé.
Já liguei para menina vir buscar o dinheiro, mas vou ter que mudar os planos.

Eu sei que uma hora isso tudo vai se reverter e eu serei muito feliz e grata 💫

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now