98° Capítulo

6.2K 567 42
                                    

Narração: George

Clarisse já tinha chegado aqui em casa e se trancou no quarto dela, eu sabia que a Mayane, iria colocar a garota contra o pai. É foda! Nem falar comigo direito falou, fazer o quê!? Dá vontade até de dá um de doido e sumir pelo mundão com a menina.

Esse fim de semana vou me dedicar a minha filhota, vou sair com ela, aproveitar esses momentos com a única que merece o meu respeito.
George: Qual foi, bora dá um role com o pai?
Clarisse: Quero não. -responde sem nem me olhar.
George: O que aconteceu cara?  -Pergunto me sentando na cama.
Clarisse: Nada, pai.
George: Clarisse? Te fiz uma pergunta. -Digo firme e sério, tirando o celular da mão dela.
Clarisse: O senhor bateu na minha mãe, eu não quero ficar perto de quem maltrata a minha mãe.
George: O que aconteceu entre mim e tua mãe é coisa nossa, tu não tem que se envolver não.
Clarisse: Eu sei... Me dói ver minha mãe chorando, igual eu fico triste quando minha bisa fala que o senhor é bandido, que vai ser preso, que vai morrer... -contou com os olhos marejados; aquilo me matou legal.
George: Eu não bati nela não filha, foi só um mal entendido.
Clarisse: Bateu sim, eu vi a marca. -afirma friamente; minha pequena cresceu mesmo- O senhor sempre disse que amava ela e fez isso? Isso não é amor!
George: Desculpa minha princesa! Desculpa mesmo, mas a gente já se resolveu; e o que sua falar tu num tem que escutar não.
Clarisse: Eu sei pai, eu já entendo tudo, não precisa mentir.
George: Você não tem que ir na cabeça de ninguém não, tua avó é maluca.
Clarisse: Minha mãe também é maluca? -perguntou irônica, igual a desgraçada da mãe dela.
George: É pô, fica arrumando briga à toa me proibindo de te ver, a gente se desentende, mas a gente se ama.
Clarisse: Minha mãe nunca fez nada disso, sempre falou para eu respeitar o senhor, briga comigo até...
George: A gente vai brigar mais não, já é?! Já passou isso.
Clarisse: O senhor tem que sair da casa da minha avó, ela só fala coisa ruim do senhor, não quero ficar lá mais.
George: Tu não vai mais ficar lá não, fica suave! O bagulho é tu ficar de boa com teu pai pô.
Clarisse: Só quando o senhor e minha mãe se acertar.
Cocei a cabeça, soltando um suspiro...
Aí é difícil, me fodeu.

Minha mãe teve a quem puxar certinho, minha avó é a cobra mór. Que Deus me perdoe, mas não dá não para conviver com essas coisas não, assim eu tô fodida mesmo. A vó pondo a bisneta contra o neto, que criou e diz amar? Tomar no cu pra lá! Espero nunca depender deles senão tô fodido. Nem sempre a família é confiável, a maior parte dar sorte, uma pena que eu não tive ela ao meu lado.

Já entendi qual é a dela, é colocar merda na minha cabeca e eu feito um patinho feio, caio na armadilha dela. É foda! Para eu aprender, é errando que se aprende mesmo! Confio demais em quem não quer me ver bem.
Agora tão fodido, vagabundo vai conspirar e vai se foder!
(...)

Ouvir a risada da minha menina faz todos os problemas sumirem, papo reto. Minha dedicação a partir de hoje é só a Clarisse e mais ninguém, quero saber de ninguém não, quero que vão tudo tomar no cu!
Vim num parque bolado com a Clarisse e trouxe a Joana com a gente. Até que elas se deram bem, foram as duas na barca. Porra, Clarisse só gosta de brinquedo bruto, toda moleque macho, que isso!

Fiquei só assistindo de um canto as duas lá na maior vibe, gritando pra caralho. Não tem coisa melhor que sair para longe com liberdade, melhor coisa, poder estar curtindo com a minha filha sem preocupação. De hoje em diante eu só preciso disso para seguir em frente: liberdade e a presença da minha filha!

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora