127° Capítulo

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Por volta das 00h, eu já tinha arrumado a casa da minha vó todinha, mnha mãe puxou assunto comigo enquanto eu lavava a louça, mas eu não estava dando confiança não.
Mayane: Ótima! Melhorar estraga. -respondo dando pouca atenção.
— Soube que você vai se casar... —Comenta.
Mayane: Vou sim, graças a Deus!!!
— Felicidades viu, eu fiz de tudo e nada foi possível separar vocês. —Disse na cara de pau— Vocês se amam de verdade.
Mayane: Obrigado! A senhora devia saber que o amor é maior que qualquer coisa, o amor tudo suporta!
— Eu sei, mas eu não queria isso para a sua vida Mayane.
Mayane: Mas eu quis! -rebato, parando de ensaboar a travessa, me viro para ela- Vocês têm que respeitar o livre arbítrio das pessoas, se fazem más escolhas, deixa! É assim que se aprende.
— É, me desculpa Mayane... Eu errei durante esses anos e me arrependo muito, foi só tempo perdido porque hoje você é bem feliz com tudo o que tem... E que nada do que eu fiz, nem o meu afastamento te fez mudar de ideia... —Dizia parecendo mesmo estar arrependida.
Mayane: Sim! Eu só tenho gratidão à minha vida, aos meus filhos, até pelas coisas ruins que em vida me aconteceram... Quem não tem gratidão com aquilo que tem, até o que não tem seras tomado! É bíblico.
— Pelo visto você entendeu bem, era assim que eu quis que você fosse e assim foi mesmo sem a minha presença.
Mayane: Aprendi na dor e sozinha, mas aprendi.
— Hoje só quero o seu perdão Mayane, vendo a mulher boa que você se tornou sozinha, eu me sinto mal em não ter acompanhado de mais perto a sua trajetória...me desculpa, filha?
Mayane: Desculpo sim. -Digo de coração- Depois que tive a Clarisse, eu entendi bem o lado da senhora, mulher nenhuma põe filho no mundo para ser mulher de vagabundo e eu também não quero isso para a minha filha; eu nada posso fazer se o amor da minha vida é um traficante, tantas coisas aconteceram, nos separamos e seguinos caminhos distintos, mas foi com ele que eu aprendi a vida e vou continuar vivendo e aprendendo até quando Deus permitir, se assim ele quiser para o resto da minha vida.
— Eu me sinto envergonhada por isso, obrigada minha filha! Mil desculpas por tudo o que já fiz e já te disse.
Abracei ela, chorei tanto embora eu tenha prendido o choro desde o inicio da nossa conversa foi impossível segurar, um choro que vem se mantido preso por muitos anos e que me fazia um imenso mal.
Que essa desavença encerre e pare por aqui, assim seja!

Minha avó ainda veio falar com a gente e foi aí que eu chorei muito mais, feito criança, mas foi a última vez.

Clarisse já estava dormindo pelos cantos e meu pai a levou no colo até o carro.
— Tô feliz que vocês se entenderam.
Mayane: Eu também tô papai.
— Agora é só felicidade!
Mayane: Que seja!!! Beijos, amo vocês!
Parti para a minha casinha com meu povo, eu estava tão leve...
Que dia!
Cleyton: Coé mãe, para o carro aí que a Rayssa quer vomitar. -anunciou.
Mayane: Dá para aguentar não? Estamos chegando já.
Só vi ela pondo a cabeça na janela. Parei o carro e ela ficou bem uns dez minutos assim colocando tudo o que comeu para fora.
(...)

Eram 04h da manhã, eu e meu amor em altos papos no quintal, tomando Campari, cachaça que ele gosta.
Serafim: Agora só falta ela me pedir desculpa.
Mayane: Ah mô, aí tu quer demais né?!
Serafim: To zuando, devo nada para ela pô, foi a filha dela que veio atrás de mim.
Mayane: É né, foi bem isso mesmo né?! Hein amor, eu tô achando que a Rayssa está grávida. -comento, após analisar tudo o que aconteceu hoje.
Serafim: Por quê? Ser avô é foda hein, novão... Esse Cleyton, vacila.  -Dizia sérião.
Mayane: Passou mal a festa inteira e no caminho tive que parar o carro para ela vomitar.
Serafim: FODEU! Vou ser avô! -Falou de uma forma todo animado e empolgadão.
Mayane: Ué num acabou de dizer que o Cleyton vacila? Você é muito bipolar Serafim, mas vamos aguardar o que eles têm para nos dizer.
Serafim: Vou nem me empolgar, essa garota só come um monte de merda também e vive de Mc Donalds.
Mayane: Minha avó disse para ela se alimentar direito, eu já catei logo.
Serafim: Tua vó é sinistra né, vou lá pô fechar meu corpo.
Mayane: Bora subir logo, chega! -Falo tirando a taça da mão dele.
Serafim: Vou fumar esse ultimo cigarro aqui.
Mayane: Anda logo então, bora.
Serafim: Quer namorar né danada. -Falou metendo sérinho, caí na risada.
Mayane: Nem pense o senhor nisso.
Serafim: Qual foi amor, vai me negar fogo? Vai, isso é covardia! Olha como é que eu tô já... -Disse me abraçando, prenssando meu corpo contra o dele- Galudão já.
Dei nem muita atenção, embrasadinho que ele está.

Não tem coisa melhor que pôr a cabeça no travesseiro e a consciência está tranquila.
Não tem!

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora