140° Capítulos

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Passei nas duas lojas e por último fui na da favela. Mesmo receosa eu fui, tinha algumas coisas para olhar. Por fim, passei na minha sogra rapidinho e contei à ela a situação, o acontecido todo, Eva se formou em direito a alguns anos atrás e se envolveu na conversa. A nossa relação é a mesma, eu nunca vou perdoar o que ela fez, só falo o básico por mera educação, para não estragar o clima familiar quando estamos no mesmo ambiente.
Eva: Não tem como provar nada contra você, eles vão investigar toda a procedência e não vai dar em nada, possa ser que eles te investiguem agora e te liberem e numa outra hora uma nova investigação.
Mayane: Entendi, meu advogado está vendo isso.
Não fiquei nem meia hora ali e logo parti para casa. Nem fui ver meu neto senão eu não saio de lá hoje, ele é muito apegado à mim e ao avô, tem que sair escondido senão ele dar um show, chora pra valer.

Clarisse estava fazendo janta, eu estou tão atordoada com esse negocio de justiça que nem parei para pensar direito na situação da bonita, passou batida só por isso, mas deixa estar, na hora certa eu vou pesar na mente dela. Marquei a consulta para ela com a minha ginecologista para essa semana ainda.

Tomei um banho e fiquei arrumando o meu mais novo celular, troquei até de chip, eu quero tudo novo para não gerar mais problemas.
Clarisse: Mãe, está pronto! -berroi avisando, sentando ao meu lado.
Mayane: Tá bom amor, já vou comer.
Clarisse: Mãe, bem que a gente podia ir a praia amanhã né? Eu, a senhora e Jasmine.
Mayane: Pode ser, vou estar à toa.
Clarisse: Uhul, arrasou! Vou ligar para minha irmã.

Essas duas, só por Deus. Viviam aprontando quando eu estava morando na favela, aguento não.

Eu mereço pelo menos um pouco espairecer minha cabeça, tentar pôr tudo em ordem para não haver precipitações da minha parte. Na hora do depoimento eu fiquei com tanto medo de gaguejar na hora de omitir certas coisas, foi tudo muito marcante, talvez até inesquecível pelo lado ruim.

Dia seguinte

Dei um gole no Matte, mais puxado no limão do que no próprio Matte. Essas garotas me fizeram vir para Ipanema, justamente onde eu não gosto. Além de só ter conhecido, eu inalo maconha desde a hora em que chego, até a hora de ir embora.
Jasmine: ECA! Ai mãe vi na televisão que esses de prai... -comentou do matte.
Mayane: Nem quero saber porque eu gosto muito; televisão só presta para forjar o trabalho dos outros.
Clarisse: ECA! Eu não boto minha boca nisso.
Mayane: Vocês botam a boca em coisa muito pior, se manca!
Riram...
Clarisse: Olha ali Jasmine, aquele bonde lindo... -comentou de uns garotos que estavam fumando, um pouco atrás da gente- Olha mona...
Jasmine: A cara do reage, quero!!!
Clarisse: Se não for moreninho, com cara de bandido a gente nem quer!!!
Mayane: Como é que é vocês duas hein? -chamo atenção.
Essas mirim esqueceram que eu estou aqui, o erro! Eu nunca vi um filho ser tão parecido com a mãe como a Clarisse é comigo. Eu não acho nem um pingo de graça disso. Meus defeitos herdou tudo, quero ver se vai herdar as qualidades também.

A vida segue! Alias tenho que aproveitar o presente, pois não faço ideia do que estar por vir. Com justiça a coisa é séria, mas enquanto isso...
Tudo tranquilo!

Tudo tranquilo!

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Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now