143° Capítulo

5.3K 399 16
                                    

O calor é tanto que a sensação térmica é de cinqüenta graus e parece que aqui em Niterói, é bem mais quente. Não dá.
Coloquei um boddy que mais parecia um maiô e um shortinho de tactel, coloquei alguns cordões do Serafim mesmo, que ficasse legal em mim e saímos de casa.

Viemos numa resenha, numa casa de piscina. Bem cheio que estava e era grande à beça o espaço. Tomei Whisky só para acompanhar o Serafim, o que eu queria mesmo era uma cervejinha estalando. Eu só ficava grudada no Serafim, aonde ele ia eu estava junto, que eu não conheço ninguém aqui e sabe se lá a intenção das pessoas. Eu aprendi a ficar sozinha, só eu me basto porque eu não quero problemas, até as amizades que me aparece são para conturbar a minha vida. Antes só do que acompanhada com o problema!

Coloquei meu celular dentro da pochete transparente e fui ao chuveirão com Serafim, me molhei bem pouco, foi só para refrescar. Voltei para aonde estávamos e encontrei com uma conhecida de uns tempos atrás.
— May!? Você aqui...
Mayane: Oii! -Sorri- Dando um rolé diferenciado.
— Isso mesmo mulher, sair da toca. Meu marido me disse do acontecido né... —Diz num tom de dó.
Ficamos conversando sobre a minha possível investigação; é óbvio que isso não iria ficar no oculto, muitos já sabem, infelizmente notícia ruim corre rápido.

Fomos sair de lá por volta das 18h, já chegamos transando. Serafim aluado e aí já viu. Só pensa naquilo!
(...)

Comprei alguns congelados no mercado, refrigerante tudo que fosse pronto, eun comprei. Se eu fizer comidarada o Serafim, não vai comer e vai estragar. Coloquei o Estrogonofe e o Escondidinho a bolonhesa no microondas, enquanto fritava umas fritas. Serafim estava em chamada de vídeo com o Bryan, maior babação.

Fiz nossos pratos e comemos na santa paz, o silêncio imperou!  Mesmo no silêncio é tão bom ficar assim com meu Brad... Se eu tivesse o poder de prevê o futuro, eu teria valorizado mais a presença dele em casa todos os dias, teria ficado mais próxima desde o princípio. É muito ruim ser casada e não ter a pessoa todos os dias ali contigo, dormir sozinha numa cama enorme tendo marido é ruim d+++. Só eu sei o quão difícil vem sendo ficar afastada do meu marido, tem me feito muito mal, eu sofro tanto, mas não posso modificar nada.
Há males que vem para o bem, e assim sigo e aguardo.

MacaéForte Marechal Hermes

Passear assim com meu amor é tão gostoso, grita a liberdade! É claro que com a segurança devida caso ocorrer algum imprevisto.
Fiquei observando tudo ao meu redor, a natureza é muito linda, um lugar que trás tanta serenidade... Como eu gosto de lugares assim, me identifico muito.
Eu e meu amor conversando, falávamos da vida. A vida modéstia parte ela é injusta, tudo poderia ser tão simples, mas infelizmente existem outros lados de vida, inúmeras formas de viver, inclusive o caminho do crime. Por que ele existe? Seria tão fácil se meu marido não estivesse preso nessa vida drástica, um caminho que a qualquer momento você se depara com precipício, que sorrir agora e chora depois... Se eu tivesse o poder de reverter algumas coisas, essa seria a única: pôr meu marido a ser um rapaz honesto, que trabalhasse dignamente mesmo que houvesse sofrimento quando mais novo, mas que batalhasse para conseguir ser alguém, não ter que ficar fugindo, despistando em todos os lugares que anda.
É triste. O meu coração chora por participar de tudo isso e não poder ajudar em absolutamente nada, só aceitar, engolir a seco, e ter fé que uma hora -antes que seja tarde ou o pior o aconteça- ele mude, tome uma posição de cair na real e vê que está seguindo uma vida a qual não lhe pertence, um caminho que não é seu.
Eu aguardo, confio de que isso há de acontecer.

Joguei a guimba do cigarro fora, mesmo o outro não aceitando, eu fumei.
Serafim: Amanhã tu vai pro Rio, mas antes vai curtir mais um pouco teu marido. -Disse me abraçando.
Mayane: Já? Poxa amor.
Serafim: Já. Tua casa não é aqui, tu sabe bem que eu não gosto.
Mayane: E você vai quando? A minha vontade é de largar a porra toda, esquecer essa merda de justiça e sumir contigo.
Serafim: Ou, tá maluca? Não é assim não rapá, tu tem sua vida, tem seus filhos...
Mayane: Que saco! Isso está me matando, estou chegando no meu limite.
Serafim: Continua seguindo de cabeça erguida, ou tu quer carregar uma culpa do que tu não fez?
Mayane: Não. Eu quero ter uma vida normal Serafim, com você junto.
Serafim: Tá aí o problema, eu não sou normal!
Mayane: Você é sim. -rebato- O que você espera dessa vida? Se dedica tanto para no fim receber o quê? Me diz aí.
Serafim: Eu não espero nada dessa vida mais... Você tem que respeitar o que eu faço desde de moleque.
Mayane: Eu respeito, mas eu não estou aguentando mais não, essa barra já está me sufocando. -Falo gesticulando.
Serafim: Fica fica tranquila May, uma hora as coisas tomam um jeito, e eu também.
Mayane: Espero que não seja tarde! -murmurei olhando para o mar.

Tua caminhada ainda não terminou...
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio[...]

]

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora