142° Capítulo

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Narração: Mayane

Essas garotas são demais, eu nunca mais saio com elas, já estou velha pqra passar vergonha com essas novinhas.
Cheguei em casa maravilhada, tomei um banho gostoso e fui comer alguma coisa, entediada.
Telefone tocou, pelo número eu já sabia quem ligava.

Início de ligação
Serafim: Fala minha gostosa, tava na praia né? -Disse num tom alegre.
Mayane: Ih, fica me escoltando agora é?
Serafim: Claro, para não perder de vista... Se liga, está fazendo o quê?
Mayane: Vários nada, vou comer algo e dormir.
Serafim: Vai nada pô, vai vir me ver.
Mayane: Vou? É maluquice amor, melhor não. -Digo receosa.
Serafim: Vai pô, se arruma aí que daqui a pouco eu te ligo.
Mayane: Quero só ver se acontece algo.
Serafim: Tá mandada? Se arruma logo loira e vem que eu tô cheio de saudades, minha rainha!
Mayane: Tá bom, seu emocionado.
Fim de ligação

Só ele mesmo para me tirar do tédio. Me arrumei todinha, prendi o cabelo num rabo de cavalo, panhei minha bolsa já pronta e desliguei as luzes.
Atravessar a ponte e tirar o meu estresse! 💨💨
...

Troquei de carro pela segunda vez já, com excessão do Uber e por fim cheguei ao meu destino. Desci daquela Mitsubishi cross prateada, com os vidros negros de g5. Logo em seguida encontrei meu amor saindo de um bar com alguns seguranças; rua cheia com carro de som tocando Tiee, crianças brincando num pula-pula. Veio até à mim pegando na minha cintura, aproximando nossos lábios e selou por duas vezes consecutivas, puxando meu lábio inferior e os selando novamente.
Serafim: Tá pretona hein, amor. -brincou- Valeu aí meu mano, por trazer minha mulher em segurança. -agradeceu o cara que me trouxe.
Mayane: Está sem camisa por quê? -pergunto metendo sérinha.
Serafim: Ih... -Deu uma risada engraçada- Caiu barbecue ali quando comi a Costela pô, o menor foi buscar outra -Diz alisando aquela barriga escrota de cerveja.
Mayane: Sei bem...
Serafim: Para de neurose, encrenca! Mal chegou e já vem me cobrando. -Disse rindo- Paz e amor, bem vinda ao meu reduto!
Muito engraçadinho que ele estava, isso sim todo alegrinho.

Ficamos nessa tal rua bebendo, eu nem bebi, muito já o bonitinho estava desde cedo por isso aquela alegria toda. Fomos para a casa que ele estar ficando, uma bagunça só.
Mayane: Que isso Serafim, está vivendo num chiqueiro hein amor.
Serafim: Os moleque que faz essa zona, só caio aqui para dormir, mas tu não vai ficar aqui não, está maluca?!
Ele pegou algumas coisas e fomos para um outro lugar, nesse mesmo morro.

Serafim tomou um banho e ficou reclamando da dor de cabeça.
Mayane: Acaba não mundão, bebe mais! -Digo seria.
Serafim: Nem é isso pô, tomei umas coronhada legal de uns PM vindo para cá.
Mayane: Pelo amor de Deus Serafim, para de se arriscar cara.
Serafim: Amor, quem não arrisca não petisca! Os cara daqui ainda dá para despistar, mas os de lá já querem minha cabeça, aquele batalhão lá está foda.
Mayane: Por que a gente não vai embora de vez daqui amor? Sei lá morar num outro estado Pará, Recife... -sugiro.
Serafim: Dá não cara, agora não dá e você também responde aí com a justiça, tem nem condições.
Mayane: Sua irmã disse que isso é rápido, que eles não tem provas; a gente vai sim amor, chega de tanto tormento.
Serafim: E se tiverem? Vou ficando por aqui até quando Deus quiser.
Mayane: Então tá, eu não falo mais nada. -respondo cansada desse inferno; falo pra caralho e entra num ouvido e sai no outro.
Estou de mãos atadas, deixa ele achar que a vida é mesmo um morango e que sempre vai escapar oferecendo propina. Serafim, tem a mente muito fértil, não pensa em nada, só no agora e o depois que se foda.

Ele pediu uma pizza e ficamos assistindo um filminho, nada mal para uma sexta à noite. Olhei no visor do celular, Clarisse ligando. Atendi no viva voz.

Inicio de ligação
Mayane: Fala chata.
Clarisse: Oi mãe!!! Como a senhora está? -Perguntou toda saídinha.
Mayane: PEDE LOGO CLARISSE. -exclamo.
Clarisse: Credo mãe, só saber como a senhora estava poxa.
Mayane: Falsinha, tô longe...
Clarisse: Hein mãe, deixa eu ir para o baile?
Serafim: Pode ir filha, está liberada só não vacila né pra eu não perder a moral com a sua mãe.
Clarisse: Ai pai, brigado! Beijos, amo vocês!
Fim de ligação

Muito falsiane essa garota, só o Serafim mesmo.
Serafim: Caralho, me amarro quando ela me chama de pai, papo reto.
Mayane: É nítido no se rosto, que você gosta. -Digo sorrindo.

É raridade, mas Clarisse chama ele de pai, ela o tem como um -já que o dela não esteve tão presente- e Serafim fica todo bobo. Agora ela deve tomar cuidado ao dizer isso, que se o George ouvir é capaz de dizer até que eu obriguei ela chama-lo assim, para eu me vingar dele. Do jeito que ele é.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now