Miss Scarlett e a escrava branca

A humilhação a Scarlett se intensifica

Conversando com Dona Josefa, Scarlett começa a receber recomendações de como mudar essa situação. Nos meses seguintes ocorreria o casamento de sua irmã mais nova, Luisa, e essa era uma oportunidade para pressionar o esposo a lhe dar mais poder para cuidar de suas posses. A essa altura, ela já completava quase cinco anos de casada e o filho de Francisco completava um ano, com um domínio muito grande da escrava Justina em sua casa, sendo mais respeitada pelos escravos do que a própria dona da casa.

Josefa deu como alternativa conversar com o pai para que ele parasse de passar recursos ao esposo, pois, ele não estava a investir e sim gastar com festas e luxuria. Scarlett definiu que esse seria o seu próximo passo. O casamento acontece com uma intensa harmonia entre as famílias. Todos estavam muito felizes na festa. No dia seguinte, Luisa partiria para o nordeste do país, pois se casara com um médico daquela região.

Após as festividades estarem completas e Luisa ter se mudado, Scarlett teve uma conversa com o seu pai, que decidiu, a pedido da filha, comunicar que não enviaria mais recursos ao seu genro, e que, a partir daquele momento, ele teria que sobreviver com os lucros de sua imensa fazenda.

Ao receber essa notícia, Francisco ficou revoltado. Acostumado a ganhar muito dinheiro sem contrapartidas, tudo aquilo o deixou muito enfurecido. Ele então foi conversar com Scarlett sobre aquele recado  e ela afirmou que o pedido ao pai foi feito por ela, pois ele  havia gastado muito no casamento de Luiza, havia lhe dado um enorme dote e estava a ficar velho. Scarlett acrescentou que pediu ao pai para não gastar mais com ela e Francisco, pois daquele momento em diante, eles dariam conta de se sustentar com os enormes recursos da fazenda doada pelo pai. Ao ouvir a fala de Scarlett, seu esposo fica então irado com a sua resposta e vai para cima dela lhe dando fortes tapas em seu rosto. A revolta de Francisco foi pelo fato de ela tomar essa decisão sem lhe avisar e sem a sua autorização.

Scarlett sentiu então a pior humilhação que o seu marido já havia lhe feito na vida. Tudo aquilo ocorreu em frente a escrava Justina e o seu filho, que estavam na sala a observar. Justina apoiou Francisco em meio a aquelas agressões, o incentivando a agredi-la de forma ainda mais intensa, recomendações essas, que foram seguidas por ele, que parecia estar totalmente dominado por aquela escrava.

Aquela havia sido a primeira surra intensa que Scarlett já havia tomado em sua vida. O seu marido foi para cima dela, a imobilizou e começou a acertar intensos e fortes tapas em seu rosto. Ela pedia para ele parar, chorando de dor, enquanto a escrava ordenava que ele batesse mais, para que ela aprendesse, e ele continuava aqueles intensos e fortes tapas no rosto de sua esposa, que estava totalmente vermelho e em brasa, ficando em algumas partes roxo após aquelas intensas agressões. Ao final da punição, Scarlett sentia o seu rosto a arder intensamente, como se estivesse a pegar fogo, aumentando o seu ódio ao seu esposo e a aquela escrava a níveis inimagináveis.

Após aquelas intensas agressões e ao ver que o seu rosto estava extremamente machucado, Scarlett com vergonha de suas escravas, ficou em seu quarto, por quase uma semana, o qual recebia, apenas a sua mucama, que levava a comida para ela. A dona da casa sabia que depois dela punir intensamente, quase todos os escravos de sua fazenda, que nenhuma das escravas gostava dela e quando o marido a agredia ela se sentia intensamente humilhada, já que as escravas certamente comentavam que ela havia sido surrada e que isso era algo que as alegrava. Se as escravas a vissem daquela forma, certamente, elas iriam se sentir felizes, já que a odiavam e como ela não queria se sentir humilhada, preferiu ficar reclusa.

Todo esse contexto, fazia com que Scarlett fosse alimentando um ódio ainda mais intenso pelos escravos, negros de forma geral. Tudo que sua cabeça pensava naquele momento de sua vida era em vingança e que se ela tivesse a possibilidade de retomar o controle sobre aqueles negros que ela faria com que eles sofressem de forma muito mais intensa do que ela estava a sofrer nesse momento.

Justina era a que ela tinha mais ódio. Se tivesse oportunidade de se vingar daquela escrava um dia, certamente Scarlett a faria arrepender de ter nascido, pois, era extremamente rancorosa e aquela escrava era a pessoa que mais despertava ódio em sua vida.

Mas, aquela escrava não se importava com isso e se sentia a dona daquela casa. Sabendo que Scarlett tinha perdido todo o seu poder, sempre que tinha uma oportunidade, Justina ainda a humilhava. No primeiro dia que Scarlett saiu do seu quarto, cinco dias após aquela intensa surra, ela não perdeu essa oportunidade, dizendo:

- Ainda tem roxos espalhados em todo o seu rosto senhora. Acho que o pai do meu filho sabe muto bem como colocar uma mulher nos eixos. Disse Justina em tom debochado.

- Justina, reze para que eu nunca recupere o meu poder de te punir nessa casa, pois se um dia isso acontecer, eu prometo que vou te bater tanto, mais tanto, que eu não sei se vou aguentar descontar toda a raiva que tenho de você de tanto que vou te surrar.

- Bem, isso vai ter que ser antes do meu Francisco me dar a carta de alforria, porque ele me prometeu que vai fazer isso bem em breve e quando ele fizer isso, a senhora não poderá mais tocar em mim. Diz Justina, novamente em tom debochado.

- Com a raiva que tenho de você Justina, eu torço para que ele te dê essa carta, antes que eu tenha a oportunidade de te punir. Eu não vou mandar que ninguém faça isso, quem vai fazer sou eu mesma. E acho que você não aguentaria uma punição furiosa minha. Diz Scarlett.

- Eu não tenho medo da senhora Scarlett. Diz Justina em tom desafiador.

- Pois se eu estivesse no seu lugar eu teria. Diz Scarlett em tom ameaçador, demonstrando imenso nervosismo ao sair de perto daquela escrava se dirigindo a outra parte da casa.