Miss Scarlett e a escrava branca

Os anos seguintes

Durante os primeiros anos após a morte de Justina, Scarlett continuou na busca por ocultar aquela história e que não tinha poder mais sobre os seus escravos. Além disso, ela tentava aumentar ao máximo a sua influência sobre a sociedade daquele vilarejo.

Os escravos não diminuíram a sua produtividade, conforme foi prometido a Antônio, quando aquele acordo foi criado e a riqueza de Scarlett ia crescendo naquele período de forma muito rápida. Muito esperta, Scarlett continuava doando virtuosas recursos a igreja, ao comandante militar daquela cidade e ameaçando os fazendeiros políticos a cobrar as suas dívidas para que eles votassem tudo que ela desejava naquela câmara.

Com muito dinheiro, após um ano e meio da morte de seu marido, Scarlett decidiu aumentar os seus investimentos, comprando um grande espaço de terra ao lado de sua fazenda, que serviria para a produção de leite e criação de bovinos e suínos. Inteligentemente, ela foi pessoalmente com Tenório para uma cidade vizinha e contratou vários negros livres para trabalhar nessa parte da fazenda, entre eles, muitos que trabalhavam como capatazes e matadores de aluguel. Ela queria, de alguma forma, resguardar a sua segurança em caso de algum conflito ou necessidade de retomar o poder em suas terras.

Inicialmente, os trabalhadores da fazenda, que eram os seus escravos, não desconfiaram do plano de Scarlett. Entretanto, depois de algum tempo, eles perceberam que aqueles negros não se misturavam com eles e tinham uma estrutura muito melhor para o trabalho, o que levantou dúvidas sobre as verdadeiras intenções daquela mulher.

Durante todo aquele período Scarlett não punia nenhum daqueles escravos que trabalhavam na lavoura. Ela castigava apenas as escravas que trabalhavam na sua casa, o qual os demais escravos não saberiam e não teriam como controlar as suas ações.

A mucama de Scarlett é que começou a sofrer castigos cada vez mais constantes naquele período, servindo, em alguns momentos, de um verdadeiro saco de pancadas, pois, enquanto ela não podia castigar outros escravos, para aliviar a sua fúria, ela castigava severamente a sua mucama que sofreu intensamente nesse período.

Mas, aquela paz entre os escravos e sua sanguinária dona durou aproximadamente dois anos. Ao completar dois anos da morte de Francisco, aqueles fazendeiros locais começaram a pressionar Scarlett mais intensamente para que ela conseguisse um marido, algo que ela não queria mais em sua vida pelas experiências ruins que teve enquanto foi casada.

Scarlett havia prometido em suas aparições na cidade, após a morte de Francisco, que logo que terminasse o seu luto, ela procuraria um pretendente para se casar novamente e aqueles fazendeiros ficaram na expectativa, fazendo uma pressão cada vez maior com o passar do tempo. Como Scarlett não decidia, com dois anos, eles deram um verdadeiro ultimato a ela para que ela se casasse o mais rápido possível.

Nesse mesmo período, os escravos descobriram que os trabalhadores da nova parte da fazenda de Scarlett, na verdade eram livres e muitos deles matadores de aluguel, seguranças e capatazes. Scarlett havia descumprido o acordo. Aquela conversa rodou por toda a fazenda e eles estavam a preparar um plano para se vingar e matar Scarlett, conforme eles haviam prometido que fariam, caso ela descumprisse com o acordo.

Ao descobrirem que aqueles fazendeiros também queriam a morte daquela senhora, os escravos propuseram se juntar a eles e a Antônio Dias para se vingar de Scarlett e a matá-la. Mas, dias antes desse acontecimento, Scarlett ouviu a conversa de duas escravas na cozinha e descobriu tudo.

Ela pegou essas duas escravas e as levaram para um local que possuía uma casa afastada de sua fazenda. Ela, juntamente com Tenório, as torturaram durante horas, da forma mais cruel que se possa imaginar e, depois disso, matou as duas, já sabendo de todo o plano para a sua morte. Imediatamente, ela ordenou que Tenório fosse buscar novos trabalhadores livres para cuidar de sua segurança na fazenda e que organizasse um sistema de defesa com os escravos que trabalhavam com os animais, para que, em caso de ataque, ela pudesse ser protegida e tudo isso foi realizado nos dias seguintes.